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Multipropriedade e ESG

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Entenda o que significa a agenda ESG e como o segmento de multipropriedade se insere e pode se beneficiar desse movimento global dos negócios

  • Fábio Mendonça

A sustentabilidade chegou aos negócios de vez! Ou a empresa se enquadra nos conceitos sustentáveis ou ficará isolada. Seja por propósito, ou porque os clientes passem a exigir ou para buscar novas parcerias e recursos financeiros, qualquer empresa necessita provar que de fato têm práticas ESG enraizadas em sua gestão.

O segmento de multipropriedade não fica fora das exigências ESG. A multipropriedade constrói empreendimentos e impacta o meio ambiente, cria destinos, pode modificar para o bem ou para o mal uma comunidade, possui relações com proprietários, hóspedes, investidores e fornecedores, e ainda busca recursos no mercado financeiro. O caminho é longo para a multipropriedade atingir padrões ESG, mas algumas empresas do segmento já deram o pontapé inicial, possuindo algumas certificações com boa aceitação pelo mercado financeiro, fornecedores e clientes, como LEED, Great Place to Work, RA 1000 (do Reclame Aqui), ISO 9001.

Pelas certificações mencionadas acima consegue-se perceber que o conceito de sustentabilidade para empresas não é o mesmo de alguns anos atrás, em que quando se mencionava a palavra sustentabilidade significava questões de impacto ambiental. Hoje o conceito é mais amplo, tanto que é utilizado o termo ESG (Enviromental, Social and Governance), em português ASG (Ambiental, Social e Governança).

“O significado do ESG na prática é quando a estratégia corporativa está alinhada com requisitos Ambientais, Sociais e de Governança, de forma a medir, gerir e reportar os resultados do negócio, visando a sustentabilidade nas diversas esferas e relações do ambiente empresarial”, explica Camila Storti, sócia da Abissal Capitalismo Saudável.

A executiva reforça que a busca por uma agenda ESG pelas empresas ganhou mais impulso desde que o CEO da Black Rock, a maior gestora do mundo, com mais de 8 trilhões de dólares em ativos sobre sua administração, Larry Fink, deixou claro sua inclinação pela sustentabilidade em carta enviada aos CEO’S, investidores e empresários, para que prestem mais atenção à agenda ESG se quiserem ter retornos financeiros mais sustentáveis no futuro. “Dado o trabalho de base que já lançamos sobre a divulgação, e os crescentes riscos de investimento em torno da sustentabilidade, estaremos cada vez mais dispostos a votar contra a administração e os diretores quando as empresas não estiverem progredindo o suficiente nas divulgações relacionadas à sustentabilidade e nas práticas e planos de negócios subjacentes a elas”, comunicou o executivo do mercado financeiro.

Camila salienta que a agenda ESG não é um modismo, mas uma evolução do capitalismo, e as empresas que se alinharem ao conceito sustentável irão ter maiores retornos. “Além do impacto positivo direto no meio ambiente, no social e na estrutura de governança, devido às boas práticas que a empresa aciona ao fomentar o ESG, o negócio alcança um ponto de maturidade alinhado com o mercado consumidor, com o grau de profissionalismo que este requer e falando a língua atual dos bancos, instituições financeiras e fundos de investimento. As empresas ganham na redução de riscos, economia financeira, talentos mais produtivos, inovação nos seus processos, maior valor na marca e atração de investimentos”.

De fato, o ESG está sendo levado muito a sério, tanto que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) estipulou novas regras para 2022 para que empresas listadas na Bolsa de Valores sejam obrigadas a relatar como gerenciam os riscos ESG.

Multipropriedade, hotelaria e turismo devem focar no ESG

Quem saiu na frente na busca por práticas ESG foi o mercado financeiro e, consequentemente, está “obrigando” os outros segmentos a seguirem os padrões de sustentabilidade. “São os grandes fundos de investimento que estão requerendo das empresas comprovações de requisitos ESG para direcionarem seus recursos, com lastro em boas práticas empresariais, exercendo uma importante função que é o exercício de uma visão longo-prazista, no que tange à perenidade e expansão de negócios”, explica Camila Storti.

De acordo com a executiva, o mercado imobiliário e de construção civil também já vêm se antecipando a algumas questões, principalmente que diminuem o impacto ambiental negativo. Ela confirma que as adesões ESG do mercado imobiliário também impactam no turismo, como pode ser verificado em projetos de novos hotéis, resorts e infraestruturas públicas aderindo à arquitetura com padrões de sustentabilidade.

Porém, para atingir o ESG não é apenas com o cuidado na arquitetura e construção para impactar menos o meio ambiente. “Os hotéis, parques, restaurantes, clubes e os fornecedores destes conglomerados têm muito o que fazer de bom com o volume de pessoas e espaços físicos que os compõem. O turismo tem um poder didático muito importante! Com o volume de turistas, famílias, crianças, empresários e profissionais frequentando seus ambientes, há a oportunidade de influenciar positivamente os hábitos das pessoas, que considerarão adotar novas e saudáveis práticas em suas vidas, trabalhos e empresas”, afirma a sócia da Abissal.

Camila Storti, da Abissal

Mais investidores para empresas com padrões ESG

O líder de Originação da Trinus Co, Rodrigo Meirelles, confirma que os investidores cada vez dão mais importância para as práticas ESG nas empresas. “Isto acontece porque ações ASG geram um ciclo virtuoso de boas práticas de sustentabilidade, perenidade e segurança, impactando positivamente nas comunidades locais e em toda a cadeia produtiva. A concretização de tais ações gera como consequência natural a atenção de investidores e do mercado, que tendem a preferir tais investimentos”.

O executivo do mercado financeiro enfatiza que empresas que se preocupam em permanecer no mercado precisam incorporar as práticas ASG em seus negócios e na sua cultura interna, independentemente da área de atuação. “O mercado financeiro e imobiliário, portanto, segue esta mesma tendência, principalmente porque investimentos imobiliários são de longo prazo e, portanto, a existência de critérios ASG nos empreendimentos torna o investimento mais atrativo”.

A Trinus atualmente, por meio do fundo TG Ativo Real FII (TGAR11), com uma carteira próxima a R$ 1 bilhão, gerido pela TG Core, gestora de fundos da holding Trinus Co, busca entrar com atuação em ativos de multipropriedade estratégicos, com diferenciais de serviço exclusivos para os clientes.

“Nesse sentido, nossa estratégia não é quantitativa, mas sim qualitativa, sempre buscando um olhar sustentável e desenvolvendo produtos com diferenciais no mercado”, conta Rodrigo Meirelles. “Para essa atuação, nós temos equipes técnicas voltadas ao estudo dos projetos e ao alinhamento com o parceiro regional, além de estarmos preparados para oferecer suporte de especialistas na nossa esteira de negócio, desde a aprovação de projetos até a execução construtiva”.

De acordo com o executivo da Trinus, as incorporadoras de multipropriedade basicamente buscam por operações estruturadas, como os CRI’s (Certificados de Recebíveis Imobiliários), quando possuem uma carteira de recebível robusta. “Esta solução pode ser mais cara do que uma operação por meio de Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs), uma vez que suas taxas são mais atrativas”.

Segundo o Rodrigo Meirelles, a empresa adota práticas ESG em sua gestão e na busca por novos parceiros. “Levar desenvolvimento para as comunidades locais está em nosso propósito. A Trinus Co já conta com empreendimentos em todas as regiões do país e a cada dia, temos a consciência do quanto podemos impactar positivamente as comunidades locais em todo o país. Inúmeras ações ASG já eram praticadas na Trinus Co, principalmente as do pilar de governança e, agora, contamos com um time responsável por potencializar ainda mais tais ações interna e externamente”.

Rodrigo Meirelles, da Trinus Co.

Certificações e selos ESG

Não basta ter as práticas ESG na empresa, é necessário prová-las para o mercado e investidores! Camila Storti explica que uma variável que traz mais transparência e confiabilidade nas análises dos fundos e do mercado para as questões de ESG são as certificações, selos e reconhecimentos das empresas, frente à sustentabilidade. “Isso porque estes títulos conferem boas práticas e previnem o risco do chamado ‘greenwhashing’, ou ‘banho verde’, que é quando a empresa gasta recurso e energia para comunicar práticas que de fato não fazem parte da cultura do negócio e não traduzem valores verdadeiramente sustentáveis”.

Para ela, as certificações são consequências de práticas ESG bem geridas nas empresas, podendo visar uma certificação e alinhar suas práticas norteada por esta certificação específica, ou simplesmente usar estas ferramentas como um modelo de gestão a ser seguido, sem necessariamente pleitear estes selos. “Em ambos os casos estarão embarcando em um processo de melhoria contínua e causando mais impactos positivos e reduzindo seus impactos negativos”.

A executiva esclarece que há certificações que podem ser conquistadas por qualquer setor e porte de empresa, pois consideram a gestão do negócio de forma ampla, e há selos que são destinados a segmentos específicos.

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