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O turismo brasileiro muito além da diversão

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Marcos Freitas, sócio da WAM Group

Artigo de Marcos Freitas Pereira, sócio e conselheiro da WAM Group

Antes mesmo da pandemia, enquanto o setor de turismo nacional crescia em dois dígitos, o desemprego no Brasil já dava sinais de alerta. Nações como Estados Unidos, Espanha, México e mais recentemente Portugal têm no turismo um dos seus principais geradores de renda. Essas nações já entenderam o potencial do setor para empregar, gerar mão de obra e fortalecer a economia de um país.

Por aqui, mesmo sendo eminentemente interno, o potencial turístico do Brasil é muito grande. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) somos mais de 213 milhões de brasileiros, e falamos de um mercado consumidor atrativo, uma vasta região geográfica e de belezas naturais, que hoje abriga vários pólos turísticos.

Se o segmento é importante para o mundo, ele pode ser ainda mais decisivo para o Brasil. Dados ainda do IBGE referentes a maio de 2021 apontam que a taxa de desocupação subiu para 14,7% no primeiro trimestre deste ano. Analisando o cenário, investimentos no turismo podem criar postos de trabalho a um custo menor do que os investimentos necessários à geração de empregos no setor industrial, por exemplo.

Estamos no momento ideal para os governantes brasileiros entenderem o turismo de forma estratégica. Não bastam apenas investimentos da iniciativa privada. A gestão do setor passa necessariamente pela gestão do destino. Isso inclui, além de capacitar os profissionais que atendem os turistas, oferecer produtos e serviços de qualidade, promovendo ações para consolidar a visitação de novos pólos turísticos. Criar e consolidar uma demanda turística é o ponto mais importante nessa gestão estratégica.

Outro desafio a se avaliar é que a indústria hoteleira no Brasil tradicionalmente é dominada por pequenos hotéis, diferente do que ocorre nas economias desenvolvidas, onde grandes cadeias hoteleiras dominam o mercado. E mais uma vez, chegamos ao ponto crucial: nos hotéis brasileiros o maior desafio tem sido garantir ocupação o ano todo.

Isto porque, o turismo brasileiro é muito sazonal e dependente dos dois períodos de férias escolares, janeiro e julho. Verão e inverno determinam os destinos mais procurados: praias no verão e regiões serranas e águas quentes no inverno. Como a estrutura da indústria hoteleira é dominada por pequenos hotéis, há uma dificuldade muito grande em ter uma ocupação que possibilite uma rentabilidade satisfatória no negócio.

A solução encontrada por Portugal em seu Plano Estratégico Nacional de Turismo inclui, por exemplo, o turismo compartilhado. O caminho respondeu ao desafio de oferecer opções de hospedagem por um preço menor, garantindo frequência e capacidade de aumentar o consumo em diferentes polos turísticos. O formato consiste em dividir a unidade imobiliária em frações e vender cada fração para pessoas distintas. Com isso há um compartilhamento do preço de venda, do custo de manutenção e principalmente do uso do imóvel. Esta modalidade no Brasil é regulamentada através da lei de multipropriedade, mas ainda com muito potencial para crescer.

Números comprovam que a modalidade é hoje uma alternativa viável para os destinos turísticos atingirem maiores volumes quando comparados com a hotelaria e incorporação tradicionais. A razão para este ganho é simples: no Brasil, a multipropriedade atinge um público relativamente maior do que o público investidor da incorporação hoteleira tradicional.

Comprovando a força desse mercado, em 2020, as viagens de negócios ocorreram de maneira mais tímida por conta do trabalho em home office e reuniões remotas. Logo, as viagens a lazer foram a salvação do setor hoteleiro. Mesmo com o turismo fechado em diversos momentos e cidades em lockdown, empreendimentos que atuavam no Brasil com multipropriedade seguiram movimentando o mercado nas diferentes praças de atuação, pois conseguiam garantir frequência.

A maior comercializadora de multipropriedade imobiliária do segmento de turismo do mundo está localizada no Brasil. Somente na cidade de Gramado, onde a marca atua com três empreendimentos na modalidade, o turismo é beneficiado anualmente com a presença de mais de 16 mil famílias por ano. Como reflexos, o comércio local é impulsionado, há movimento nos restaurantes, traslado por meio de táxis e motoristas de aplicativo, demanda por transporte aéreo e outros.

Considerando tantos desafios para a economia, não há como deixar de mencionar que hotéis falidos ficam sujeitos a depredações, enquanto a baixa movimentação de pessoas em praças turísticas interfere drasticamente no comércio. Já as pessoas que moram próximo a esses empreendimentos veem seus imóveis desvalorizados, enquanto comunidades que dependem da presença de turistas sofrem para manter seus ganhos.

Com uma cadeia tão vasta, que inclui atrações e atividades turísticas, alojamentos e diversos serviços de turismo, infraestrutura e transportes, a modalidade de férias compartilhadas, têm ampliado a oferta de destinos para o brasileiro.

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