Especial

ADIT Share 2018: mercado no Brasil, América Latina e mundo é tema de painel

18 junho, 2018

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Por Fábio Mendonça e Marina Barbosa

O painel ‘’O panorama do mercado de propriedade compartilhada no Brasil e mundo ‘’ foi debatido no ADIT Share 2018, que acontece nos dias 18 e 19 de junho, no Enotel Porto de Galinhas, em Pernambuco, com a participação de Norman McPherson, diretor do Legendary Vacation Club, empresa responsável pela gestão do Hard Rock Hotel no México e República Dominicana; o CEO do Grupo Rio Quente, Francisco Costa Neto; e o vice-presidente sênio de desenvolvimento de novos negócios e operação da RCI América Latina, Juan Ignacio Rodriguez.
Juan Ignacio Rodriguez apresentou alguns dados que mostram que o setor de propriedade compartilhada continua em plena expansão, apesar de crises econômicas no Brasil e América Latina. Segundo ele, o segmento apresentou alta de 13% no Brasil nos últimos cinco anos. Já a média global foi de 8% na América Latina.
Ele contou que o mercado latino americano de propriedade compartilhada já bate os US$ 5,6 milhões de dólares. Com isso, o número de empreendimentos cresceu 4%, alcançando 1.647 propriedades. E boa parte desses novos negócios está na América Latina, mais especificamente no Brasil. ‘’Em que outro setor da economia há esses dados?’’, questionou o VP da RCI.

“A América Latina representa uma parte importante desse mercado. O México tem um mercado muito forte porque tem muitos compradores dos Estados Unidos e do Canadá. Mas o Brasil também é uma oportunidade nesse mercado”, afirmou Rodriguez, apresentando logo depois a taxa de crescimento nacional. “O mercado registrou um crescimento médio anual de 8% nos últimos cinco anos. Este é um número excepcional. Mas a notícia mais importante é que Brasil cresceu 13% nos últimos cinco anos”, revelou, dizendo que esse número pode ser ainda maior.
Segundo Rodriguez, a maior parte dos negócios desse segmento ainda se destinam a clientes brasileiros. Por isso, os empresários nacionais poderiam seguir o exemplo dos mexicanos, que focam nos consumidores de seus países vizinhos. A ideia seria, então, vender as frações das propriedades compartilhadas para turistas de outros países sul-americanos, como os argentinos, uruguaios e chilenos, que cada vez mais visitam o Brasil durante as férias.
“É uma possibilidade de criar novos mercados”, opinou o VP da RCI, lembrando que, em todos os casos, é importante oferecer a melhor experiência possível aos clientes.
Mudar o mindset para continuar competitivo

O CEO do Grupo Rio Quente falou sobre a experiência de propriedade compartilhada no Rio Quente Resorts. ‘’Somos pioneiros, apanhamos e aprendemos muito’’, afirmou. ‘’Muito do que temos hoje devemos aos profissionais pioneiros que estão em outras empresas’’.
De acordo com ele, atualmente, o programa de timeshare do resort conta com 300 profissionais e uma das menores taxas de cancelamentos do setor, 10%, e uma taxa de conversão superior a 25%.
Francisco Neto também comentou a aquisição da Costa do Sauipe, na Bahia, pelo Grupo Rio Quente, por R$ 140 milhões. ‘’No começo da aquisição estávamos refletindo na oportunidade de mudar. Para nós, essa aquisição representa isso. Hoje penso que foi a melhor coisa que aconteceu para nós’’.
De acordo com o CEO do Grupo Rio Quente, as tendências dos consumidores atualmente obriga a todos os desenvolvedores de propriedade compartilhada a enxergar e entender o negócio de maneira diferente. ‘’Antigamente era fazer o pós-vendas. Hoje, temos que ver as tendências e vender experiências’’, disse. ’’Temos que pensar em vender algo que o consumidor irá usar’’.
Para Francisco Neto, se não houver uma reinvenção do produto e mudança de mindset dos empreendedores e gestores, o mercado de propriedade compartilhada não conseguirá competir com Airbnb, por exemplo.
‘’Devemos pensar nessa entrega. O que o cliente terá de experiência nesse destino? Estamos aderindo a isso, na hospitalidade e tempo compartilhado, tentando entender e buscando experiências para os consumidores’’, declarou o CEO do Grupo Rio Quente.
Brasileiros importantes para Hard Rock Hotel Punta Cana

Convidado internacional do ADIT Share 2018, o executivo Norman McPherson revelou que o Brasil representa um dos principais mercados consumidores do Legendary Vacation Club – clube de férias do Hard Rock Punta Cana que virou referência no mercado internacional e já engloba outras marcas, como a do restaurante japonês Nobu, que tem exemplares nos Estados Unidos.
“O Brasil é o segundo mercado de maior representatividade de nossa empresa. Cerca de 15% do nosso volume é de brasileiros. E esse mercado viaja cada vez mais. Do ano passado para cá, aumentamos em 25% nosso volume. Já no mercado norte-americano, crescemos 11%”, revelou McPherson, contando que o Hard Rock Punta Cana está preparado para receber esse público. “Contamos com 32 brasileiros na nossa equipe e eles ficam muito emocionados em receber brasileiros no México”, disse.
O executivo lembrou também que o objetivo do Legendary Vacation Club é oferecer a melhor experiência possível para os seus clientes, sejam eles de onde for. Por isso, o nível de satisfação dos seus usuários é altíssima e já impacta os resultados financeiros da empresa. “Cerca de 42% do nosso volume é de upgrade”, contou, dizendo que, além de aumentar o nível de retorno e renovação de contratos, a empresa conseguiu reduzir os cancelamentos com essa nova postura de “oferecer ao cliente o que foi prometido”.
Com isso, segundo McPherson, visitar o Hard Rock acabou transformando-se em um programa obrigatório dos turistas que visitam Punta Cana. “Compreendemos que nosso chefe é o nosso cliente. Por isso, pensamos no que fazer para que as pessoas se tornem fãs da nossa marca”, concluiu.