Com objetivo de trazer e debater os meios da captação de funding no mercado de multipropriedade, o seminário Multipropriedade Summit realizou o painel “Captação de Funding– Quais os caminhos possíveis para acessar o mercado de capitais?”, com participação de Caio Calfat, presidente da ADIT Brasil (Moderador); Diego Siqueira, sócio da Trinus Co; Lucas Tortelli, head de Real Estate do GRI Club; e Bob Carline sócio-diretor da AFS Capital.
O Multipropriedade Summit foi realizado pelo Turismo Compartilhado no dia 03/08, no Espaço Immensità, em São Paulo (SP), visando gerar novos negócios e debater o mercado de multipropriedade, com presença de quase 200 participantes e 70 empresas. O público do evento foi formado por empresários, empreendedores, investidores, incorporadores, advogados, consultorias, hoteleiros, entre outros.
Normalmente, as incorporadoras de multipropriedade realizam operações de CRI (Crédito de Recebíveis Imobiliários) para finalizar as obras dos empreendimentos. Entretanto, como muitos players falam, esta operação financeira significa dívida para as empresas. Os painelistas debateram novas formas de captação de funding, como equity, investidores estrangeiros e ainda lembraram da primeira operação de FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) que o Itaú BBB realizou para o mercado de multipropriedade.
Com atuação em todos os ramos do mercado imobiliário, tanto como incorporação, operações de CRI ou equity, a Trinus, através da TG Core Asset, gestora do fundo de desenvolvimento imobiliário FII TG Ativo Real (TGAR11) realizou seu primeiro investimento na multipropriedade em 2015. Para Diego, o mais interessante é a operação através de equity, em que a gestora entra como sócia, dividindo os riscos e entrando na gestão do projeto.
O fundador da Trinus enxerga com otimismo a busca por funding e também o crescimento da multipropriedade para os próximos anos. Ele comentou que a redução da Taxa Selic pelo Banco Central deverá refletir gradativamente na economia e também na velocidade de vendas e redução de inadimplências. “Não vamos sentir a queda da Taxa Selic agora, mas no segundo ou terceiro trimestre do ano que vem. Quem tiver fôlego vai surfar a onda do aquecimento da economia no ano que vem”.
Investidores estrangeiros
Com forte atuação junto a incorporadoras e investidores estrangeiros, Lucas Tortelli, da GRI Club, comentou sobre a atratividade do mercado de multipropriedade para investidores de outros países. Para ele, há um futuro promissor nessa relação, pelo que tem visto dos movimentos do mercado, com grupos de investidores e redes hoteleiras internacionais lançando novos empreendimentos no Brasil, o que deverá beneficiar a multipropriedade.
“Eles têm um apetite especial pela hotelaria, mas muitos não estão na multipropriedade ainda. Temos que desmistificar a multipropriedade, pois o modelo resulta em margens maiores que hotelaria, que tem um pay back muito longo. A multipropriedade é um ativo que pode atrair o equity desses investidores”, afirmou Lucas.
Inovação
Bob Carline comentou sobre a inovação para buscar funding. Para ele, a inovação começa no próprio projeto, nos diferenciais do empreendimento, e entender que deve apresentar o projeto certo para o investidor certo “O que é mais atrativo para o investidor europeu, uma pousada em Goiás ou um hotel temático no Sul de Minas, onde se conecta a temática do Café com ESG?”, questionou.
Como formas de inovar na busca pelo Funding, Carline mencionou as empresas terem ESG em suas operações, pois poderão ter acesso a outros fundos imobiliários com taxas menores, e utilização de tecnologia como tokens. “A inovação é o que eu estou fazendo de diferente em relação ao mercado. Não é simplesmente ter um terreno e um grande VGV, mas o que posso fazer para me tornar ‘sexy” para os investidores”.
- Confira mais fotos do Multipropriedade Summit em nosso Instagram @turismo_compartilhado