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Webinar destaca a importância dos aeroportos para retomada do turismo na Serra Gaúcha

Como ainda não há data para reabertura do Salgado Filho, em Porto Alegre, empresários e poder público buscam outras soluções

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Gramado (Foto: Renato Soares/MTUR)

Após a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, em que impactou a vida das pessoas e economia do estado, os empresários da Serra Gaúcha planejam como será a retomada do turismo na região. Esse tema foi debatido no webinar “Os desafios e oportunidades na retomada do turismo da Serra Gaúcha”, organizado pela ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), com participação de José Roberto Nunes, CEO do Mundo Planalto e coordenador da Comissão de Desenvolvimento de Negócios da Serra Gaúcha; o Thomas Fontana, fundador do Somos RS; e Luiz Fernando Rodriguez, secretário de Turismo do Rio Grande do Sul.

O fundador da Somos RS lembrou que apesar da Serra Gaúcha não ter sofrido enchentes, também foi muito com a tragédia, pois estradas e pontes foram destruídas, dificultando a chegada dos visitantes. “Tivemos um efeito que foi o sumiço dos turistas. 87% da economia de Gramado gira em torno do turista. Em maio, a ocupação hoteleira ficou em 10%, isso gera um reflexo grave, afetando as empresas e empregos”.

Para José Roberto, o que mais impacta no turismo é o fechamento do aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, sem data prevista de abertura. “Muitas pessoas estão remarcando as viagens para o ano que vem, pois ainda não há previsão de quando o aeroporto fica pronto”.

O secretario de turismo explicou que a retomada dos aeroportos é fundamental tanto para a economia, como para o turismo do Rio Grande do Sul. “Nós tínhamos de 80 a 90 voos diários apenas no Salgado Filho, caímos para a bagatela de 17 voos no estado. Significa que perdemos 80% de nossa conexão”.

De acordo com o Luiz Fernando Rodriguez, não é possível cravar uma data de abertura do aeroporto Salgado Filho no momento. “O que temos de concreto no momento é que o laudo técnico sai em 18 de julho. Temos que torcer para que a estrutura da pista não tenha sido afetada, pois todos demais equipamentos é questão de colocação, senão vai levar mais tempo”, disse ele, que completou dizendo que nesse cenário, da pista estar em boas condições, até outubro o aeroporto deverá estar em operação.

Outros aeroportos

O CEO do Mundo Planalto questionou sobre outras soluções para oferecer para que os turistas visitem o Rio Grande do Sul antes desse prazo de outubro. “O aeroporto de Caxias do Sul é uma solução para o turismo da Serra Gaúcha, mas acaba inviabilizado em certos momentos, por conta do clima, pois os aviões não conseguem pousar ou decolar, dependendo da neblina”, afirmou ele.

O secretário de Turismo do RS salientou que o Rio Grande do Sul possui muitos aeroportos regionais, possibilitando que o estado esteja recebendo alguns voos no momento, porém, ele destacou o aeroporto da cidade Torres, no litoral de RS, a quase 200 km de Porto Alegre e 180 km de Gramado, como uma solução para o curto prazo. “O aeroporto de Torres tem um pátio fantástico, com uma localização estratégica. Hoje, pode chegar a receber 10 voos diários diurnos, podendo chegar a 20 se tiver equipamentos adequados”, disse ele, que acrescentou que o atual aeroporto de Canela também passará por melhorias para receber voos maiores.

Projetos de novos aeroportos

Com a inviabilização do aeroporto Salgado Filho acendeu o alerta para construir novos aeroportos internacionais, que atenderiam completamente a Serra Gaúcha. Os debatedores destacaram dois projetos o Aeroporto das Hortênsias, em Canela, e o aeroporto Vila Oliva, em Caxias do Sul.

União de empresários e entidades

Visando a retomada do turismo, os empresários e entidades da Serra Gaúcha, liderados pelo Somos RS, se uniram para discutir oportunidades para a região. “Para desenvolver uma campanha de retomada, criamos um projeto com uma série de ações concatenadas”, afirmou Thomas Fontana.

“Como empresário e coordenador da comissão da Serra Gaúcha da ADIT, trabalhamos para preparar a Serra Gaúcha para o próximo passo, enfrentando os desafios, precisamos estar nos reinventando a todo o momento”, disse José Roberto Nunes.

De acordo com o fundador do Somos RS, a união dos empresários e entidades trouxe a construção da marca Serra Gaúcha pela primeira vez. “Não tínhamos uma gestão dessa marca, e agora estamos com patrocinadores e apoiadores para falar com o mercado e Brasil”, disse ele. “Temos bastante trabalho pela frente, mas vimos uma grande mobilização de todo estado e do Brasil para ajudar o Rio Grande do Sul, e temos certeza que com isso vamos retomar o mais breve para a normalidade”, concluiu.

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