Modelo de negócio é divisor de águas para empreendimentos imobiliários de lazer
A WAM, líder nos mercados brasileiro e latino-americano no segmento de multipropriedades, espera alcançar o topo mundial em vendas no segmento a partir de 2020. Em 2019, apenas em novembro, a empresa lançou salas de venda em duas novas cidades, Búzios e Rio de Janeiro, e inaugurará uma operação em Fortaleza, no Ceará, a partir do final de dezembro.
Em 2018, a WAM comercializou R$ 1,9 bilhão para 34 mil famílias no País, colocando-se entre as quatro maiores em Valor Geral de Vendas (VGV) na incorporação imobiliária brasileira, neste caso, considerando todos os segmentos. A mais recente comercialização lançada pela companhia foi de 9.475 cotas no Búzios Beach Resort, o maior resort da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro.
Há seis anos no mercado, o grupo tem mais de 50% do market share do seu segmento, com quase 200 mil contratos de multipropriedades em vários Estados, como Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Atualmente, a WAM Brasil tem 3.000 colaboradores e Certificação ISO 9001.
Para o presidente do Grupo WAM, Waldo Palmerston, o ano de 2019 foi um marco na expansão da empresa e consolidou a marca em todo País. “Pensamos sim em internacionalizar a empresa, com projetos também em outros países”, disse em recente entrevista à Leitura Estratégica, sem revelar diretamente quando e para quais países a empresa projeto a expansão, mas destacando que acha interessante os mercados de Montevidéu (Uruguai), Orlando (EUA), Punta del Este (Paraguai) e Lisboa (Portugal). “Mas antes, temos alguns projetos internos para consolidar”, reforçou.
O diretor de estratégias e novos negócios da WAM, Danilo Samezima, explica que o sucesso de 2019 se deve a dois fatores principais: o gosto do brasileiro pelo turismo doméstico – incessante mesmo em tempos de crise econômica – e a democratização da segunda moradia por meio do modelo de multipropriedade. “A compra é cada vez mais consciente. O consumidor só compra o que efetivamente utiliza. É um modelo de negócio inteligente, de compartilhamento”.
Na avaliação de Samezima, outro atrativo da multipropriedade é a flexibilidade de uso. O proprietário tanto pode utilizar sua cota quanto alugá-la a terceiros por intermédio da administradora. Outra opção é intercambiá-la para outro empreendimento da rede WAM no Brasil. Se quiser viajar ao exterior, pode monetizar sua semana recebendo um valor baseado no preço de mercado pelo qual a administradora vende o uso da fração.
Novos empreendimentos de multipropriedade com a marca WAM
Ainda em dezembro de 2019, a WAM lançará a comercialização de unidades da pousada Là Bas, em Campos de Jordão (Rio de Janeiro), do Terra Nova Ondas Resort, em Porto Seguro (Bahia) e, por fim, fará o lançamento oficial do Hotel Nacional, no Rio de Janeiro.
Atuando desde 2010 com empreendimentos turísticos, o grupo encontrou maior aceitação do mercado no fracionamento das unidades em vinte e seis partes, divisão que oferece a cada adquirente duas semanas de uso por ano, uma semana na alta temporada e outra na baixa. “A lei que regulamenta a multipropriedade no Brasil permite a venda para até 52 proprietários, cada qual com sua própria escritura do imóvel”, pontua Samezima.
Fortalecimento da indústria
O trabalho conjunto entre desenvolvedores de multipropriedade e entidades do segmento tem fortalecido esse segmento da indústria turística. Um dos exemplos é a lei que regulamenta o modelo no Brasil, cuja elaboração levou em conta contribuições de diversos atores.
Segundo o executivo da WAM, Danilo Samezima, a soma de esforços visa dar mais transparência e visibilidade para a multipropriedade em relação ao público. “A multipropriedade leva turistas às cidades. Em Olímpia, são pelo menos 30 mil famílias a mais circulando por ano, o que gira a economia local (alimentação, entretenimento, serviços)”, destaca.
O modelo de multipropriedade é considerado um divisor de águas para os empreendimentos imobiliários de lazer, pois equaciona a conta tanto para o cliente quanto para o desenvolvedor, solucionando a fragilidade da hotelaria convencional no tocante à sazonalidade do turismo.
Desafios
Ainda assim, embora consiga agregar maior valor ao produto, potencializando os ganhos, Samezima pondera que o modelo exige a verticalização do projeto. “Só terceirizamos a fase de obras e, eventualmente, como aconteceu em um empreendimento nosso em Gramado, a administração é feita por outra bandeira”, explica.
O diretor de estratégias e novos negócios da WAM afirma que o segmento está muito mais próximo do mercado financeiro do que há alguns anos, mas destaca que não existe uma linha própria de financiamento para multipropriedades. Isto é, faz-se necessário ter uma carteira de recebíveis para efetuar a securitização – a empresa já emitiu R$ 700 milhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários estruturados. “O que gostaríamos e enxergamos para o futuro é o mercado financeiro apostando no desenvolvimento”, conclui.