Uma busca rápida no dicionário nos mostra que compartilhar é: 1) verbo transitivo direto e indireto, que quer dizer “ter ou tomar parte em”, “arcar juntamente”; 2) verbo bitransitivo, que significa “compartir com”, “partilhar com”. Mas nós não estamos aqui para falar ou explicar português – essa é uma tarefa dos especialistas ou dos, como eu, curiosos por entender a etimologia das palavras porque elas nos dizem muito e, não raras vezes, passam despercebidas.
Estou falando sobre isso porque muitas são as dúvidas sobre a indústria da propriedade compartilhada, que é integrada por dois segmentos principais que, no Brasil, conceituamos como a Multipropriedade (divisão de direitos e deveres na compra da fração de tempo do imóvel) e o Timeshare (tempo compartilhado por meio da venda antecipada das diárias hoteleiras).
Esses dois subsetores são os motores da nossa indústria e são acompanhados muito intimamente aqui na Livá – não poderia ser diferente, já que é nossa área de atuação. E, ao olhar para nossa indústria, podemos observar como ela se transformou, especialmente ao longo dos últimos três anos. E ela se transformou porque as pessoas se transformaram, inclusive revisitando seu estilo de vida.
E o que isso tem a ver conosco? Tudo.
Partindo, especialmente, do viajante, observamos que milhares de pessoas mudaram suas prioridades e seu estilo de vida. E viajar, que já era um desejo importante, entrou na lista de prioridades. Ao mesmo tempo, novos investimentos passaram a ocupar a mesa de novos investidores, atentos ao movimento social de conhecer novos lugares e à oportunidade de aplicar recursos financeiros que acompanhem um novo modelo de investimento que também permite que ele utilize o serviço que lhe gera renda.
Como resultado, temos uma indústria que cresce a passos largos e que traz oportunidades para todos: investidores, fornecedores, viajantes e, claro, empresas como a nossa, especializada na gestão deste negócio considerando, na mesma medida, dois clientes principais e com objetivos diferentes: o investidor e o viajante.
E é pela perspectiva do investidor que falo agora sobre Multipropriedade. Este segmento, até então orientado para grandes empreendimentos, tem dados os primeiros e importantes passos para um novo mercado, o upscale, ou hotelaria de luxo, como chamamos do ponto de vista técnico.
Se, no passado não muito distante, os empreendimentos vistos como potenciais para Multipropriedade eram exclusivamente aqueles com centenas de quartos, hoje se observa uma tendência a empreendimentos menores em oferta de apartamentos (não necessariamente em oferta de atrativos), esse novo modelo é mais conectado ao destino e, não raras vezes, integrados à outras oportunidades de experiência para além de seus portões.
Um vai substituir o outro? Em tempo algum. Mas é preciso entender que cada um deles faz parte de um universo (ou mercado) diferente, com seus públicos bem definidos, suas estratégias bem orientadas, seus produtos bem estruturados, equipes treinadas e capacitadas para atender as diferentes demandas – antes, durante e depois da venda, chegando até a operação.
Isso tudo porque estes dois diferentes mercados são, digamos, polarizados no sentido do que desejam e do quanto estão dispostos a aportar (como investidores) e a consumidor (como viajantes). São, no final do dia e nas operações, dois modelos de gestão hoteleira diferentes.
E é nesse ponto que volto para a Livá: hoje, um ano depois de sermos lançado como braço estratégico da Atrio Hotel Management, a terceira maior administradora hoteleira do País, nós estamos mais do que prontos. Nós estamos atuantes nestes dois mercados, com equipes dedicadas, que olham, estudam e se antecipam às tendências e às necessidades de cada cliente ou projeto, de modo a usar novas tecnologias de gestão para entregar novas e melhores experiências.
O fato é que a Multipropriedade é inovadora e dinâmica. Por isso, para além de estudar e conhecer, compartilhamos. Assim como nosso mercado, aqui nós compartilhamos para crescer.
