Sou apaixonado por futebol. Hoje, confesso que quase não assisto mais, mas ainda me pego acompanhando o que acontece no mundo da bola, principalmente quando o assunto são estatísticas de jogadores e treinadores.
Sempre gostei de olhar para além do resultado dos jogos, as estatísticas ligadas aos clubes e jogadores, gosto inclusive de usar grandes referências no meu cotidiano.
Outro dia, revisitando a carreira de Lionel Messi, para mim, o melhor jogador que vi jogar. Percebi algo curioso, os números dele impressionam sob qualquer treinador. Veja só o desempenho dele com alguns:
- Luis Enrique – 219 participações em gols em 158 jogos.
- Pep Guardiola – 305 participações em 219 jogos.
- Ernesto Valverde – 158 participações em 124 jogos.
Não importava quem estivesse no banco como treinador, Messi sempre entregava. Messi sempre foi Messi.
Mas quando olhei para os números dos treinadores, encontrei um contraste que ensina muito sobre liderança:
- Pep Guardiola – 247 jogos, 72,5% de aproveitamento, 14 títulos.
- Luis Enrique – 181 jogos, 80,2% de aproveitamento, 9 títulos.
- Ernesto Valverde – 145 jogos, 74% de aproveitamento, 4 títulos.
- Quique Setién – 25 jogos, 69,3% de aproveitamento, 0 títulos.
- Ronald Koeman – 67 jogos, 58% de aproveitamento, apenas 1 título.
Messi mantinha sua performance independente do treinador, mas o Barcelona nem sempre vencia os campeonatos, como é o caso dos dois últimos treinadores que têm desempenho bem inferiores.
O que isso revela sobre liderança
Não é simples treinar um craque como Messi. É preciso habilidade para lidar com egos, manter a chama acesa e fazer um talento tão raro pensar além de si mesmo. Mas convenhamos: fazer um gênio entregar é menos desafiador do que transformar medianos em bons ou bons em extraordinários.
E aqui está o ponto: o papel de um líder não é apenas potencializar talentos prontos. É fazer pessoas comuns acreditarem e entregarem o que nem elas mesmas imaginavam ser possível.
Pergunte a si mesmo:
- Você depende de um “Messi” na sua equipe para que os resultados apareçam?
- Ou você está construindo um time capaz de vencer mesmo quando os craques não estão em campo?
- Está apenas celebrando talentos individuais, ou formando uma cultura coletiva de vitória?
A diferença entre ganhar jogos e vencer campeonatos está aí!
Messi sempre será Messi. E qualquer treinador razoável teria números impressionantes ao comandá-lo. Mas a grandeza de Guardiola ou Luis Enrique não está apenas nos gols de Messi, e sim na capacidade de transformar o Barcelona em um time campeão.
Porque talento individual vence jogos, mas só trabalho em equipe vence campeonatos.
O fecho da reflexão
Seja no futebol ou no mundo corporativo, líderes que se apoiam apenas nos “Messis” ficam vulneráveis. Já os que constroem equipes sólidas, alinhadas e disciplinadas vencem de forma consistente.
Um craque pode brilhar sozinho.
Mas apenas um grande líder faz um time inteiro brilhar junto.

- Erick Faleiro é autor do The Black Book e Diretor Executivo da Your Vacation, com mais de 13 anos de experiência no mercado imobiliário de tempo compartilhado, liderou 16 operações em diversas localidades do Brasil.





