Realizado pelo Espaço Immensità, local de eventos anexo ao Wyndham Garden São Paulo Convention Norten, em São Paulo (SP), teve início ao Prêmio Consciência Ambiental/Immensità 2023, na quarta-feira (26/07), no próprio Espaço Immensità, com a programação de palestras e lançamento do livro “Sustentabilidade, o meio para cuidarmos do nosso ambiente”.
O Espaço Immensità é o primeiro empreendimento do Brasil a receber o Certificado de Alta Qualidade Ambiental (AQUA n° 001). O Prêmio Consciência Ambiental/Immensità acontece em dois dias, 26 e 27, finalizando com a espera premiação pelos projetos sustentáveis das empresas.
“A função do Prêmio Consciência Ambiental é ser um veículo para influenciar, um meio de transformação ambiental para as mentes e consciências, individualmente e coletivamente”, afirmou Claudio Moyses, CEO do Espaço Immensitá.
O evento teve início na manhã de quarta-feira com o “Chance and Opportunity”, em que algumas startups apresentaram seus projetos para investidores.
ESG na Veia
A primeira palestra foi “ESG na veia: Eletromobilidade e a melhor obra socioambiental do país”, com o empresário Guilherme Hannud Filho, que atua com negócios ligados a sustentabilidade há mais de 40 anos. Ele explicou que o ESG não é apenas sobre combater poluição e proteger o meio ambiente, mas, sim, cuidar da vida humana, gerando riquezas, através do combate à poluição e protegendo o meio ambiente.
“A gente só consegue recuperar 4,8% das embalagens geradas no Brasil. E há cerca de 720 mil pessoas cadastrados. No sudoeste asiático, graças a meios de transportes, logística e sistemas, são recuperadas 92% das embalagens. Se conseguimos dar sustento para 720 mil famílias, baseado em apenas 4,8%, teoricamente, conseguiríamos gerar rendas para cerca de 16 milhões de brasileiros se tivéssemos uma logística e uma metodologia que nos permitisse, de forma simples e econômica, apenas retirar aquilo que dispensamos no lixo”, disse o empresário.
Para ele, devemos criar soluções viáveis para que os empresários invistam em negócios sustentáveis. “Para que o ESG deixe de ser uma obrigação e custo, para se tornar uma forma de lucro”.
Parceria com universidades
Seguindo com a programação de palestras, Marcelo Orlandi, professor de física da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), apresentou “Startups: trazendo inovações, gerando valor e resolvendo problemas da sociedade”, que abordou como a universidade estimula a inovação e empreendedorismo, visando que as pesquisas contribuam para melhorias das empresas e surjam novas startups no mercado.
Em 2023, a Unesp foi eleita a universidade brasileira mais inovadora. “A Unesp representa aproximadamente 10% da produção cientifica do Brasil. Temos pesquisas em praticamente todas áreas do conhecimento”, contou o palestrante.
O professor explicou que, de acordo com a Legislação de Patentes, todas as pesquisas geradas dentro da Unesp, as patentes e tecnologia pertencem à universidade. “Nós levamos essas novas tecnologias para os empresários, para eles licenciarem os produtos e ganharem mais produtividade”, disse ele. “Hoje, há cerca de 1000 propriedades intelectuais, contando patentes, programas de computador, marcas, modelos de utilidades e modelos industriais na Unesp”.
Outra ação da Unesp é por meio de contratos com as próprias empresas. Atualmente, há 135 empresas nesse programa com a universidade. “As empresas têm as suas dores, elas precisam procurar pessoas altamente especializadas para resolver os problemas. E fazemos o desenvolvimento conjunto. Há compartilhamento das propriedades intelectuais gerados dessas pesquisas”.
Além dessas iniciativas, a Unesp também conta com o programa de incubadoras de inovação. “Várias startups e empresas com DNA Unesp e já estão no mercado”, concluiu o professor.
Inovação Ambiental
A terceira palestra do Prêmio Consciência Ambiental foi “Inovação: Fator essencial para melhorar o mundo”, com o empresário Valter Pieracciani, que abordou o novo conceito de inovação ambiental, que é muito pouco explorado pelas empresas brasileiras.
Ele explicou que muitas ações e invenções que as empresas realizam visando reduzir custos, tem um impacto ESG e elas não têm esse conhecimento, podendo ser divulgado como inovação ambiental. “Acontece que somos muito criativos, boa parte daquilo que fazemos tem impacto ambiental, social e de governança, e nem percebemos”.
O empresário até levou o projeto para o Governo Federal, para que mostrasse para o mundo que o Brasil é o país da inovação ambiental, apresentando os vários cases das empresas nacionais.
Pieracciani exemplificou com o caso de uma startup que desenvolveu um revestimento de bioplástico, com fósforo, enxofre e potássio, para sementes de soja, visando reduzir os custos das empresas produtoras de soja com a importação de fósforo e potássio para a irrigação das plantações.
Entretanto, essa semente revestida também tem um impacto ambiental, pois, diferentemente da irrigação com fósforo, enxofre e potássio, que 90% dos nutrientes vão para os mares e rios, poluindo as águas, no caso do projeto com bioplástico não há esse tipo de contaminação.
“Esse projeto chamado de redução de custos, pode ser inovação ambiental. Essa startup que ajudamos ganhou o primeiro lugar na Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) com financiamentos. Há varias inovações que podem ser classificadas como ESG”, concluiu ele.
Terceiro Setor
A quarta e última palestra foi com o CEO do Espaço Immensità, Claudio Moyses, “O poder do terceiro setor para transformação do mundo”, em que foi abordado como como as pessoas e empresas podem ajudar a transformar o mundo para melhor.
Ele explicou que as empresas de terceiro setor, como Rotary e Lions, praticam o ESG há muito tempo, pois o propósito delas é melhorar a vida das pessoas e construir um mundo melhor. “O terceiro setor faz a ponte entre as empresas e as pessoas qeu precisam de ajuda”, disse o palestrante.
Lançamento de Livro
Finalizando o primeiro dia do Prêmio Consciência Ambiental/Immensità, aconteceu o lançamento do livro “Sustentabilidade, o meio para cuidarmos do nosso ambiente”, com artigos de vários autores sobre suas áreas de atuação e organização de Claudio Moyses.
“Esperamos que esse livro seja útil, pois foi escrito com o propósito de não se um livro técnico e acadêmico, mas um livro com informações simples para estimular os leitores a buscarem mais sobre o assunto”, disse o organizador do livro.
O livro contém artigos dos seguintes autores: Claudio Moyses, Eduardo Cruz del Rio, Ilka Schincariol Vercellino, João Batista Gomes de Lima, Genival Francisco, Manuel Carlos Reis Martins, Sylvia Regina Bellintani Fontana Moyses, Marcelo de Andrade Romero, José Joaquim de Amaral Ferreira, Homero de Giorge Siqueira, Antônio Fernando Pinheiro Pedro.
- O Turismo Compartilhado cobre o Prêmio Consciência Ambiental/Immensità a convite do Espaço Immensità.