Rodrigo Pimentel, autor do roteiro do famoso filme, fala para os participantes do evento
‘’Pede pra sair’’. ‘’Missão dada é missão cumprida’’. Frases que qualquer brasileiro conhece, do Capitão Nascimento, dos filmes Tropa de Elite e Tropa de Elite 2, imortalizado pelo ator Wagner Moura. Para falar sobre a Tropa de Elite e como formar uma Tropa de Elite, a RCI Brasi convidou para palestra no Top Seller Event, Rodrigo Pimentel, o roteirista do filme e criador do Capitão Nascimento.
Ex-capitão do BOPE, para criar o Capitão Nascimento, Rodrigo Pimentel se inspirou em sua própria experiência no comando da tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro. De forma bem animada, ele contou como foi criado o filme e como utilizar a metodologia do BOPE para criar uma equipe tropa de elite.
Em 2006, Pimental deixou o BOPE e foi trabalhar em um banco e começou a escrever muitas histórias sobre o BOPE; ‘’Percebi que daria um filme’’, disse o palestrante.
Então, ele procurou um cineasta famoso, Walter Salles Jr, que não quis, mas indicou o José Padilha, que gostou da ideia do filme.
‘’Na hora eu perguntei para ele, pois não o conhecia, Zé quero ver um filme seu. E ele respondeu – esse é o meu primeiro filme’’, disse Pimentel.
Depois, eles passaram em um livraria e Zé Padilha deu um livro para Pimentel e disse: ‘’A primeira missão sua é ler o livro ‘’Como fazer um roteiro de cinema’’, do Sid Field. Faça outro roteiro, porque esse está ruim’’.
Então, outro dia, durante a manhã, no banco, o motorista do carro forte do banco entrega o currículo para Pimentel e diz ser ator, pois havia saído no jornal que ele e Zé Padilha estavam criando um filme. Mas no currículo dele só havia uma experiência, de ter sido Ronald McDonald. Era o ator Sandro Rocha, o capitão Rocha de Tropa de Elite, que usa a frase, ‘’quem quer rir tem que fazer rir’’.
‘’O Sandro Rocha já fez mais de 15 filmes depois do Tropa de Elite’’, disse Pimentel.
O segundo ator contratado para o filme foi o Mathias, o André Ramiro. ‘’Com eu conheci o Mathias? O Zé Padilha e eu fomos ao cinema, assistir ao filme Closer. Na fila do cinema vi um rapaz que trabalhava lá e comentei com o Zé que ele era fisicamente semelhante a personagem do Mathias e conversamos com ele’’.
Resolver os problemas
De acordo com Pimentel, é necessário resolver os problemas pequenos logo, antes de que fiquem grandes. ‘’O ator do Mathias estava dando problemas durante as filmagens de Tropa de Elite 2, reclamando muito’’, contou o palestrante. A solução encontrada por ele e Zé Padilha foi matar o Mathias para tirá-lo do filme.
Certa vez, Pimentel levou o Wagner Moura para conhecer o processo seletivo do BOPE, que recebe por ano 400 candidatos e se formam 20. No dia, o candidato tinha que carregar uma cruz até o alto de um monte. ‘’Nós achávamos que ele não iria conseguir. E ele conseguiu, mas ficou muito machucado’’. Wagner não ficou satisfeito com aquilo e questionou, ‘’não é assim que se forma um time de elite’’. Então, Pimentel explicou para ele que aquilo era necessário, porque o BOPE fazia coisas impossíveis. ‘’Isso é ser Caveira!’’, disse.
Pimentel contou que o lema do BOPE nunca foi missão dada é missão cumprida! ‘’Inventamos para o filme, o lema é Vá e Vença – voltar vivo e vitorioso’’.
O palestrante definiu o que significa ser um Caveira:
– Capacidade de superar desafios
– inteligência para influenciar a equipe
– seu interesse é o interessa da equipe
Ele comentou a operação Lava Jato, que não é apenas obra do juiz Sergio Mouro, mas do policial que apreendeu um computador em um posto de gasolina, em Brasília, e descobriu um e-mail suspeito
‘’Nós poderíamos ter 200 juízes igual Sérgio Moro, se não tivesse o policial nada teria acontecido. Nada adianta ter um bom líder, se não tiver a equipe’’, disse.
De acordo com Pimentel, no mundo policial, a maior caso de stress é falta de reconhecimento. ‘’O líder deve reconhecer e elogiar a equipe’’.
Ele contou que o BOPE chegou a uma conclusão, quanto menor a equipe, mais fácil de orientar, mais silenciosa, mais letal. ‘’Nós temos várias equipes de oito policiais’’, contou. ‘’O líder vai sempre na frente, motivando a equipe. Deve-se ter uma relação de confiança extrema, um toma conta do outro’’.
‘’No BOPE temos uma tradição, espero que todos aqui tenham também. Antes da missão temos o briefing, o planejamento, depois fazermos o rebriefing, que é a análise crítica da ação, mesmo se missão for um sucesso’’, disse Pimentel.
Para ele, todo time de elite age com surpresa, rapidez, determinação, repetição, segurança e simplicidade. ‘’O plano é simples, o treinamento é exaustivo e ação é inovadora e com entusiasmo’’.
Exemplificando a inovação, ele contou que o BOPE uma vez invadiu o Morro Santa Marta passando pela mata, em vez de subir o morro, como a polícia já tentara inúmeras vezes sem sucesso. ‘’E surpreendemos os traficantes’’.
Segundo Pimentel, o objetivo do treinamento é levar a equipe ao máximo da capacidade, para que possa fazer tudo com naturalidade. ‘’Equipe de elite deve buscar soluções inéditas, saber agir em ambiente inóspitos, ser desafiada o tempo inteiro’’.
Ele explicou que um profissional de elite tem a pirâmide de Maslow invertida. ‘’Não o tempo todo, mas em alguns meses do ano’’. A pirâmide normal é o que o ser humano precisa: fisiológico, segurança, social, autoestima e auto realização. ‘’O profissional de elite coloca a realização em primeiro lugar’’, finalizou.
- A Revista Turismo Compartilhado cobre o evento a convite da RCI Brasil
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