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Os desafios da multipropriedade e timeshare em 2025

Propriedade compartilhada continuará como um dos destaques nos setores imobiliários e turísticos, mas terá desafios já conhecidos do mercado e outros novos

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Modelo de negócio em franco crescimento, a propriedade compartilhada (multipropriedade e timeshare) deverá manter o ritmo de vendas para novos clientes e atraindo investidores e empreendedores para desenvolver novos projetos em 2025. No entanto, os desafios para as empresas prometem ser intensos, exigindo adaptação, inovação e planejamento estratégico.

Falando nos números da propriedade compartilhada, no evento LASOS 2024, a RCI e a Mercatur divulgaram que o tempo compartilhado no Brasil alcançou 1,9 bilhão de dólares e 151.238 vendas em 2023, crescendo muito acima da média mundial. No caso da multipropriedade, o estudo Cenário de Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil 2023, da Caio Calfat Real Estate Consulting, registrou que o segmento atingiu 200 empreendimentos lançados e R$ 79,5 bi em VGV. Já o modelo de vacation club, de acordo com estudo da Noctua Advisory, conta com 150 empreendimentos hoteleiros em operação e 50 salas de vendas ativas, alcançando cerca de R$ 2 bilhões em vendas em 2023.

Confira alguns dos principais desafios que se desenham no horizonte para o setor:

1. EDUCAÇÃO DO MERCADO E CREDIBILIDADE

Apesar da popularização da multipropriedade e timeshare, muitos consumidores, empreendedores, hoteleiros e investidores ainda não compreendem completamente os conceitos. O esclarecimento das vantagens, responsabilidades, direitos, deveres, valores e custos associados a esse modelo será crucial para aumentar a aceitação e a confiança do público, evitando percepções negativas sobre o modelo de férias.

As empresas atuantes na multipropriedade e timeshare deverão investir em campanhas de conscientização, treinamento de equipes comerciais e transparência nas vendas, contratos e pós-vendas, para evitar desentendimentos e fortalecer a reputação.

2. GESTÃO DOS EMPREENDIMENTOS

Um dos grandes desafios desse segmento é a administração eficiente dos empreendimentos e produtos. Em 2025, a demanda por tecnologia e sistemas robustos de gestão será maior. Ferramentas digitais que facilitam reservas, pagamentos e comunicação entre os clientes serão indispensáveis para garantir uma experiência satisfatória, entregando o que foi prometido na venda.

3. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E INOVAÇÃO

A tecnologia desempenhará um papel importante na multipropriedade e timeshare em 2025, com a cada vez mais a necessidade de utilização de big data e inteligência artificial para análise do mercado e personalização da experiência do cliente, plataformas que facilitem a gestão de vendas, empreendimentos e produtos, soluções para aprimorar as vendas e captação de leads online, chatbots para atendimento 24/7, ferramentas de check-ins automatizado e realidade aumentada para apresentar os empreendimentos e resorts aos clientes.

4. RETENÇÃO DE CLIENTES E RENOVAÇÕES DE CONTRATOS

Os distratos na propriedade compartilhada ainda serão um grande desafio em 2025. Manter a satisfação dos clientes para que não cancelem seus produtos e incentivá-los a renovar ou expandir seus contratos, no caso do timeshare, serão desafios constantes. Empresas precisarão investir em programas de fidelidade, melhorias na experiência das famílias e comunicações transparentes para fortalecer o relacionamento com seus clientes.

5 – ATRAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO

O funding seguirá como um dos maiores desafios, principalmente para a multipropriedade. Com um modelo de negócio em que a carteira de recebíveis é muito parcelada, a multipropriedade necessita de buscar financiamentos no mercado financeiro para finalizar as obras. As empresas devem levar informação aos investidores, para educá-los sobre o modelo de negócio e gerar confiança.

6. COMPETITIVIDADE

Com a crescente oferta de projetos de multipropriedade e timeshare, principalmente em alguns destinos, a concorrência está cada vez mais acirrada. As empresas precisam inovar seus modelos de marketing e vendas para atrair a atenção dos clientes, além de sempre pensar em melhorias nos produtos.

7 – COMPROMISSO COM A ÉTICA

A concorrência na propriedade compartilhada está acirrada tanto em busca dos clientes para os produtos, para fechamento de novos negócios B2B, prospecção de investidores e atração e retenção de profissionais. Empresas que agem com ética com seus concorrentes, clientes, colaboradores e parceiros terão um diferencial no mercado.

8. PERSONALIZAÇÃO E EXPERIÊNCIA DO CLIENTE

Em 2025, a multipropriedade e timeshare devem seguir com o modelo de colocar o cliente no centro do negócio. Os consumidores estão buscando experiências completas e personalizadas. Incorporadoras e resorts terão que criar produtos com atividades diferenciadas, mais flexíveis, que permitam aos clientes personalizar estadias, escolher destinos variados e desfrutar de benefícios adicionais que agreguem valor.

9. ATRAÇÃO, RETENÇÃO E CAPACITAÇÃO DE TALENTOS

Atrair e reter profissionais para captação de clientes e sala de vendas será outro desafio relevante na propriedade compartilhada. Com a situação de pleno emprego do setor, com salários acima da média nacional, as empresas atuantes na multipropriedade e timeshare devem investir na formação contínua de seus colaboradores, além de criar ambientes de trabalho atraentes, pagamento de comissões em dia e promover oportunidades de crescimento profissional.

10 – ADAPTAÇÕES ÀS MUDANÇAS ECONÔMICAS E CRISES

Apesar da propriedade compartilhada ser uma alternativa mais acessível em comparação à compra tradicional de imóveis de lazer, viagens e hospedagens, o cenário econômico do país pode impactar o poder de compra dos consumidores e o desenvolvimento de novos projetos. É fundamental que as empresas coloquem em seus planejamentos cenários de crises econômicas, e até mesmo ambientais e sanitárias, para que tenham planos de contingência robustos e capacidade de adaptação rápida.

11 – ALTERAÇÕES NO COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES

As prioridades e hábitos dos compradores mudaram nos últimos anos e isso deverá se refletir na propriedade compartilhada. As empresas precisam entender profundamente as novas demandas para criar projetos que atendam a essas expectativas, na criação de produtos, estratégias de marketing e vendas, no relacionamento com os clientes no pós-vendas e na operação dos empreendimentos.

12. ESG – SUSTENTABILIDADE

Buscando a credibilidade de consumidores e do mercado financeiro, a propriedade compartilhada não deve ignorar a agenda da sustentabilidade, ou ESG (Ambiental, Social e Governança Corporativa). Além de ter projetos ambientalmente sustentáveis, respeitando as legislações ambientais, será importante implementar iniciativas de impacto social, como parcerias com comunidades locais e incentivo ao turismo responsável, e transparência, responsabilidade e ética nas relações com os clientes, comunidade, colaboradores, parceiros e fornecedores.

  • Imagens: Freepik
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