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“O mercado de multipropriedade precisa passar por uma reinvenção do modelo de negócios”

* Entrevista com Lucas Fiuza, CEO da WAM

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Lucas Fiuza

A WAM Group está passando por um momento de transição em sua história. Na década passada, o grupo foi o principal nome do mercado de multipropriedade, quando cresceu exponencialmente, lançando vários empreendimentos, abrindo salas de vendas, inaugurando resorts, comprando hotéis.

Porém, a companhia sofreu os efeitos da pandemia e teve que iniciar o processo de reinvenção do seu negócio. Os sócios-fundadores deixaram a WAM, entrando no topo da pirâmide da empresa novos acionistas de um fundo de investimento, que trouxeram um novo formato de gestão, “mais profissional, com elevado nível de governança e suporte financeiro”, como afirma Lucas Fiuza, CEO da WAM. Também, a companhia passou por um rebranding e novo posicionamento.

Como parte desta nova estratégia de gestão, em junho deste ano, chegou um novo CEO para liderar esse novo momento, Lucas Fiuza, renomado executivo do mercado imobiliário e turístico, que atuou no Ministério do Turismo no governo passado.

Apesar deste momento de transição, a WAM continua gigante. Atualmente, conta com mais de 4 mil colaboradores, administra 11 hotéis pelo país, com 26 salas de comercialização de multipropriedades imobiliárias, é gestora da carteira de mais de 100 mil clientes do grupo e administra 4 parques aquáticos.

Para explicar esse processo de transição e os planos para retomar a expansão e liderança dentro de mercado de multipropriedade, o Turismo Compartilhado conversou com Lucas Fiuza. Confira a entrevista:

Nos conte sobre a sua trajetória profissional

Sempre fui da iniciativa privada. Comecei a trabalhar cedo nos negócios da família envolvendo escritório de arquitetura, construtora e incorporadora. Em 2019, iniciei uma missão no setor público, no Ministério do Turismo, com o intuito de contribuir para a segurança jurídica, atração de investimentos internacionais e desenvolvimento do setor turístico e turístico-imobiliário do Brasil. Essa jornada evoluiu para atração de investimentos internacionais para toda a economia brasileira e promoção das exportações, quando fui convidado para a APEX Brasil – Agência de Atração de Investimentos e Promoção das Exportações do Brasil – e, em 2023, ao retornar para o setor privado, fui convidado para a WAM.

O que o fez aceitar o desafio de assumir o cargo de CEO da WAM?

Como sempre fui do ramo de desenvolvimento imobiliário e, em especial, turístico-imobiliário, fui influenciado pela oportunidade de contribuir para o turismo brasileiro de uma forma mais dinâmica e vi com clareza o valor do “case” diante do porte da empresa, do momento do mercado brasileiro e da mudança de controle com elevado nível de governança e suporte financeiro para realizarmos a reestruturação que está em franco andamento. Realmente tem sido um grande desafio, mas se fosse fácil não tinha graça.

 Qual a avaliação que faz da empresa quando assumiu? O que conseguiu atingir neste pouco tempo no cargo?

Não só a WAM, mas o mercado todo de multipropriedade precisa passar por uma reinvenção do modelo de negócios, após uma década de crescimento expressivo, como uma transformação digital em todas as suas etapas.  É uma necessária evolução natural. Atualmente, as mudanças no mercado estão ocorrendo muito rápido e quem não se adapta fica para trás. Não vejo sinais de enfraquecimento do mercado, por tanto, no caso da WAM, minha avaliação tem sido de muitas oportunidades na revisão do modelo de negócios e no choque de gestão para reduzir custos e aumentar receitas.

O que consegui fazer até agora? Calma que na próxima temporada do final do ano vai estar bem nítido. O resultado de R$ 200 milhões em vendas durante as férias de julho já apresentou um reflexo das primeiras intervenções realizadas na gestão. Muita coisa já mudou e vai continuar mudando.

Hoje, quem são os acionistas da WAM e como eles atuam na estratégia e operação da empresa?

O controle da WAM hoje é do fundo de investimentos MAASTRICHT FIP. A atuação é profissional, tendo como estratégia apontar os executivos que julgam adequados para gerir a empresa e realizar a reestruturação.

Quais são os próximos passos da WAM? O que os colaboradores, clientes, proprietários de multipropriedades e parceiros podem esperar da WAM para os próximos anos?

Estamos reinventando o modelo de negócio. O conhecimento acumulado de uma operação como a nossa já nos dá subsídios para analisar dados e enxergar ajustes estratégicos em equilíbrio com a dinâmica de mercado atual. Os proprietários, colaboradores, hóspedes e parceiros já estão vendo uma nova empresa no horizonte com apenas 6 meses da nova gestão. Como exemplo, temos buscado organizar os canais de comunicação e deixar as programações dos hotéis cada dia mais atraentes. Os próximos anos serão um novo ciclo virtuoso da WAM e, consequentemente, de todo o mercado turístico-imobiliário.

A WAM cresceu exponencialmente antes da pandemia, tanto em relação às vendas de multipropriedades, como também em investimentos e aquisições. O Grupo planeja retomar essa expansão com este modelo de negócio?

Sem dúvidas vamos expandir. É o destino natural de uma empresa que é líder de mercado em escala continental e acaba de ter a gestão profissionalizada.

Lucas Fiuza visita empreendimentos da WAM em Caldas Novas (GO)
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