Ele chega cedo, organiza o meeting, anuncia as vendas ao final do dia, chega a ficha e entrega a um consultor para atender sem dar nenhum feedback, ou se é líder de captação, distribui a equipe por pontos de captação e aparece em algum momento ou outro lá, as pessoas que não produzem continuam sem feedback e treinamento, as que produzem se sentem mal acompanhadas porque já performam e são desassistidas, o dia começa a andar e o resultado não flui, ele cobra a equipe pelo WhatsApp, que por sinal ele fica quase o dia todo mexendo e conversando sabe lá com quem, o dia encerra e ele vai para casa e no outro dia começa tudo de novo.
Esta é a rotina do líder que não lidera, de uma forma ampla ele faz tudo igual todos os dias a mesma coisa, tendo alguns dias mais tumultuados e outros menos nesta perspectiva.
Cada vez mais ouço de profissionais de Captação e Vendas no mercado sobre as suas frustrações de terem líderes apáticos e acomodados, que como não treinam e desenvolvem os integrantes da equipe, só sabem fazer pressão acreditando que este é o único caminho existente.
Pressão que custa saúde e, muitas vezes, ligadas a dias estressantes no trabalho, chega a atrapalhar o relacionamento destas pessoas em casa com seus familiares.
Outro dia ouvi uma história que a sala estava zerada de casais e vendas até determinado horário e o líder, para punir a equipe pela sua “incompetência’’, os deixou até a meia-noite trabalhando, para ‘’aprender a fazer direito’’.
Histórias que escutávamos e passávamos há décadas, ações que não cabem mais no mercado.
Se a equipe é incompetente, é porque o líder é incompetente.
Há líderes que acreditam que seu trabalho é apenas pressionar, se as pessoas não produzem, as pune para escancarar a sua incapacidade de produzir.
O mercado precisa de líderes que treinem suas equipes até mais tarde e não as deixem trabalhar desta forma até mais tarde, o mercado precisa de líderes que compreendam o lado particular da pessoa e não apenas o profissional, não existe esta diferença de CPF e CNPJ, são pessoas.
A cobrança de resultado tem que existir e tem que ser realmente dura, mas o profissional tem que ter estrutura, treinamento, ambiente e capacidade de desempenho para produzir.
Muitos vão ficar pelo caminho, mas que fique por conta deles, não por falta de atenção, desenvolvimento e estruturação vindas do seu gestor.
Liderar verdadeiramente é uma dádiva, participar do desenvolvimento de um ser humano é algo incrível e que não há preço, mas precisamos de mais líderes pensando além dos resultados, que apesar de determinantes, não são os únicos critérios a serem avaliados quando se trata de pessoas.
Não se faz gestão sem intimidade, a proximidade com os integrantes da equipe é um dos principais atributos que farão com que eles continuem na empresa.
E não estou falando de ser um líder bonzinho, há como ser um líder duro, que cobre, mas que tenha proximidade e respeito com seus liderados.
- Erick Faleiro é autor do The Black Book e Head Nacional da Your Vacation, com mais de 12 anos de experiência no mercado imobiliário de tempo compartilhado, liderou 14 operações em diversas localidades do Brasil. Desenvolveu a metodologia “Árvore da Excelência” e fundou a Colossus – Escola de Liderança dedicada a capacitação de líderes atuantes e desenvolvimento de novas lideranças.