Entrevista com Aparecido Sparapani, superintendente do Grupo diRoma
- Fábio Mendonça
Com quase 50 anos de atuação nos segmentos de hotelaria e turismo, o superintendente do Grupo diRoma, Aparecido Sparapani, explica que neste momento da retomada não se deve pensar em margem de lucro, mas no equilibrio financeiro da empresa e o mais importante é ter protocolos de saúde e segurança bem definidos para os clientes se sentirem seguros. Para ele, a recuperação será lenta e o foco deve ser o turismo regional.
Neste momento, o Grupo diRoma está se preparando para a reabertura, mas sem pressa, definindo os novos protocolos e treinando as equipes. Sparapani projeta a reabertura dos hotéis e parques para setembro.
Aparecido Sparapani atuou por quase oito anos à frente na área de hospitalidade do Grande Hotel Escola Senac, em Águas de São Pedro/SP, depois passou pela gerência de vários hotéis nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro pela Administradora União de Hotéis e está há mais 33 anos no estado de Goiás, passando por grandes grupos: Rio Quente Resorts, Grupo Privé, Hot Springs Hotel e Grupo diRoma.
Confira a entrevista do superintendente do Grupo diRoma:
Como iniciou sua carreira na hotelaria e turismo?
Como pequeno empresário na área de papelaria, na cidade de São José do Rio Preto/SP, fiquei sabendo, através do Senac, sobre o curso de Tecnólogo em Hotelaria, resolvi me inscrever, e por lá passei quase 8 anos.
O Grupo diRoma conta com várias unidades de negócios, hotéis, parque e lançamentos imobiliários. Como a pandemia afetou cada unidade de negócios?
Sem dúvida todos esses segmentos foram afetados com esta pandemia. Todos os hotéis estão fechados a mais de 100 dias, assim como também os parques. O setor imobiliário simplesmente parou, não se vende mais nada. O prejuízo com essa paralisação é imenso, não só com receita e insumos básicos do funcionamento diário, mas também com a perda de muita mão de obra especializada.
Como o Grupo diRoma pretende retomar? Quanto tempo avalia que possa voltar ao estágio de crescimento de antes da pandemia?
O Grupo diRoma pretende retornar no início de setembro, momento este que acredita já ter mais segurança para receber nossos clientes e colaboradores.
Qual a melhor forma de grupos hoteleiros e destinos turísticos atuarem nessa retomada para voltar a atrair os visitantes?
Essa retomada será lenta, teremos que convencer nossos clientes que estarão em um ambiente seguro, como se fosse a sua casa. O treinamento dos colaboradores terá que ser diário, todos estarão inseguros, além da orientação de como usar os EPI´s corretamente, teremos que trabalhar o lado psicológico. Teremos que buscar nossos clientes num raio de no máximo 500 km, e preferencialmente àqueles que possamos viajar de carro.
É possível para o segmento de turismo e hotelaria conciliar os novos protocolos, a viabilidade da operação e ainda ter margem de lucro?
Será uma nova administração. Não podemos nesse momento pensar em lucro, o importante agora é oferecer segurança para nossos clientes e colaboradores. Sabemos que os custos operacionais aumentarão e muito, será preciso reduzir despesas em outras áreas para que tenhamos um equilíbrio financeiro.
Caldas Novas já tinha um histórico de tarifas hoteleiras muito baixas, por conta da grande concorrência. Essa guerra tarifária poderá ficar mais acirrada na retomada do turismo?
Não temos dúvida de que esta guerra será grande neste primeiro momento, principalmente neste primeiro semestre após paralização. Chegará o momento de analisar que brigar com preços não ajudará em nada, teremos sim que prestar o melhor serviço e oferecer mais segurança para que o cliente procure nosso destino e não outro.