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Multipropriedade para mercado de nicho é tema do ADIT Share 2023

Adriana Chaud, Ênio Almeida, Jeferson Gralha e Wesley Reis participaram de painel no seminário na Costa do Sauípe

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Wesley Reis, Jeferson Gralha, Ênio Almeida e Adriana Chaud

Tendência da hotelaria e entretenimento, complexos temáticos focados em um nicho de público também estão em evidência na multipropriedade. Trazendo esse tema, o ADIT Share 2023 convidou Adriana Chaud, CEO da TUDO Consultoria, como moderadora; Ênio Almeida, CEO do Laghetto Golden Multipropriedades; Jeferson Gralha, diretor comercial da Surfland Brasil; e Wesley Reis, COO da Mundo Planalto; para o painel “Multipropriedade de nicho – Construindo experiências profundas”

Organizado pela ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), o ADIT Share é o principal seminário de multipropriedade e timeshare e acontece este ano na Costa do Sauípe (BA), entre os dias 16 (com um curso de introdução aos modelos de negócio), 17, 18 e 19, finalizando com visitas técnicas.

“Nosso tema é bem atual, para ter vendas cada vez mais saudáveis e personalizadas. A TUDO o já atuou em mercado de nichos, de alto luxo e boutique, e sabemos dos desafios. E temos aqui três produtos, um em reta final para entrega, um em estágio intermediário e outro já em operação, e vamos ter a apresentação dos três cases”, iniciou o painel Adriana Chaud.

Jeferson Gralha apresentou o case da Surfland Brasil. Em Construção em Garopaba (SC), a Surfland Brasil é um clube resort no formato de multipropriedade com piscina de ondas para surf, com tecnologia internacional Wavegarden Cove 2.0, que será inaugurado em 2023. O projeto teve um lançamento focado nas vendas digitais, utilizando muitos embaixadores da marca referências no surfe, como Gabriel Medina.

“O que tenho percebido é que trouxemos grande curiosidade ao mercado por termos feito um lançamento disruptivo, um produto temático de surfe e vendas online”, afirmou Jeferson.

O diretor comercial da Surfland explicou que a multipropriedade foi a solução para viabilizar o sonho do empreendedor do projeto, André Giesta, que já tinha um histórico de desenvolver empreendimentos imobiliários em Garopaba e queria desenvolver uma piscina de ondas. A piscina da Surfland tem investimento de R$ 120 milhões. “Ele entendeu que para que pudesse ter uma piscina de ondas precisava de um produto imobiliário de multipropriedade”, contou ele. “A multipropriedade foi a forma financeira de viabilizar o projeto da piscina de ondas. O nicho veio do empreendedor, que é surfista”.

Detalhando a concepção do projeto, Jeferson disse que os estudos indicaram a viabilidade do produto, já que Garopaba já é um destino de surfe nacional, o empreendimento terá mais de 7 mil frações e no Brasil tem cerca de 13 milhões de surfistas. Porém, como ele frisou, não são apenas surfistas que compram o produto, 40% dos proprietários são não surfistas.

“Por que vão comprar multipropriedade para surfar? O surfista investe muito em viagem para surfar anualmente, fazia sentia sim. Nós estamos oferecendo um bem que ele pudesse viajar para surfar durante todo o ano, pois ondas do mar dependem do tempo e clima”, explicou Jeferson

Wesley Reis contou a experiência da Mundo Planalto em lançar empreendimentos temáticos com o Castelos do Vale Resort, um resort temático de vinho no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS).  Além do Castelos do Vale, a Mundo Planalto também atua com loteamento, entretenimento e parques aquáticos, e ainda tem mais dois projetos de multipropriedades para serem lançados, um resort temático bíblico em Trindade (GO), e ainda o lançamento de um empreendimento Hard Rock Hotel em Gramado.

Lançado no final de 2021, o Castelos do Vale terá 68 apartamentos, será construído na vinícola Dom Cândido, que é sócia da Mundo Planalto no projeto, será entregue em novembro de 2025 e já conta com 95% das frações vendidas.

“Nós vimos uma necessidade de desenvolver o produto de trás para frente, com a visão do cliente, com o que o cliente quer, e não com a visão da incorporadora. O que faz o visitante ir para o Vale dos Vinhedos? Dentro dessa experiência do cliente, conseguimos viver um produto totalmente voltado para o mundo do vinho”, Wesley

Atualmente, o projeto conta com quatro canais de vendas: duas salas físicas, a venda digital (que corresponde a 14%) e vendas afiliadas com imobiliárias (que corresponde a 8%).

O CEO da Laghetto Golden Multipropriedades trouxe o case do Laghetto Château, um hotel boutique focado no mercado de luxo em Gramado. A Laghetto Golden atua na Serra Gaúcha, com cinco empreendimentos lançados e mais um que será lançado em breve.

Ênio contou que o processo de concepção do Château foi um tempo após lançar o primeiro empreendimento do grupo, o Golden Laghetto Resort, com 300 apartamentos. “A Laghetto Golden encontrou dois desafios: o primeiro com o Plano Diretor de Gramado, que não estava aprovando empreendimentos maiores. E também com o nosso cliente, que era um público de alta renda, que tinha condições de pagar um resort de luxo. E desenvolvemos o produto direcionados aos cientes já existiam em nossa base”

Com 56 apartamentos, o Laghetto Château foi inaugurado em junho de 2022 e fica em uma região nobre de Gramado, com vista para o Vale do Quilombo.

Dicas para lançar empreendimento para público nichado

“Para lançar um empreendimento de nicho deve conhecer e se relacionar com seus clientes. No nosso caso, já sabíamos que ele queria um produto mais exclusivo e tinha poder aquisitivo. A velocidade de vendas também pode ser diferente, talvez com uma curva de vendas mais lenta que do empreendimento tradicional”, disse Ênio Almeida.

“Deve conhecer bem o público. Quem vai para Bento, gosta de vinho e tem aquilo como hábito de consumo. Criamos um Clube do Vinho para relacionamento com clientes, em que os proprietários recebem mensalmente um vinho. Tendo essa clareza, fica mais fácil a comercialização. Hoje, olhando para a nossa base, estamos desenvolvendo novos produtos no Vale dos Vinhedos. O mercado de vinho está em expansão, ainda é muito pequeno no Brasil, mas está crescendo ano a ano”, disse Wesley Reis.

“Deve ser sempre centrado no cliente. A primeira dica seria encontrar um nicho de mercado que tem um problema a ser resolvido. Como criar escassez para esse nicho? Eu ainda tenho que combinar uma atratividade que gera escassez. Por exemplo, Garopaba não teria multipropriedade se não fosse a piscina de ondas. Um nicho não dependa da sazonalidade, que haja interesse o ano inteiro. Outra coisa, ficar preso apenas na sala física para quem vende para nicho é um erro, pode-se explorar vendas digitais”, disse Jeferson Gralha.

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