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Hotel Trends Orçamentos traça estratégias para planejar 2025

Contando com palestras e painéis com líderes da indústria hoteleira, evento aconteceu em São Paulo

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Painelistas do Hotel Trends Orçamento 2025

Debatendo temas ligados ao planejamento orçamentário para 2025 do segmento de hotelaria e resorts, como gestão, margem de resultado, otimização de custos, canais de distribuição, o impacto do short term rentals e multipropriedade na hotelaira e a visão dos C-levels para o próximo ano, o portal Hotelier News e a Noctua Adivisory realizaram o evento Hotel Trends Orçamento 2025, na segunda-feira, 02/09, no Novotel Morumbi, em São Paulo (SP).

A programação foi formatada de acordo com a pesquisa do evento de 2024, com o objetivo de levar conhecimento para os hoteleiros e gestores. Confira o que aconteceu durante o evento:

DECIFRANDO O CONTEXTO MACROECONÔMICO BRASILEIRO

Guilherme Dietze

 

O evento teve inicio com a palestra “Decifrando o contexto macroeconômico brasileiro para 2025”, com o economista Guilherme Dietze, presidente do Conselho do Turismo da Fecomercio – SP, em que ele pontou que a taxa de desemprego e a inflação estão em patamares baixos, mas a confiança dos consumidores e empresários não está alta.

“Era para estar todo mundo eufórico, mas falta previsibilidade, há muito barulho, não sabemos o que acontecerá no próximo ano, tem questões políticas e econômicas, e isso não é apenas no Brasil”

Para 2025, presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio/SP prevê que a taxa de juros deverá manter o mesmo patamar, mas há o risco fiscal do governo brasileiro, que gasta mais do que arrecada, o Real continuará desvalorizado em relação ao Dólar, além de um novo presidente do Banco Central, que deverá ser o economista Gabriel Galípolo, e o impacto que as eleições 2026 poderão ter na economia.

O HORIZONTE PARA A HOTELARIA EM 2025

Pedro Cypriano

Pedro Cypriano, sócio da Noctua Advisory apresentou a pesquisa “O horizonte para a hotelaria em 2025”, em que entrevistou mais de 500 hotéis e resorts sobre os resultados de 2024, comparando com dos anos anteriores, as expectativas e confiança para 2025 e as oportunidades e desafios do setor para o próximo ano.

A pesquisa completa será divulgada nos próximos dias, porém o executivo da Noctua trouxe alguns highlighs: como a melhora das receitas dos hotéis em 2024, mas a ocupação segue estabilizada, com um pequeno crescimento; há um grau pequeno de confiança, significando uma menor expectativa de crescimento; há oportunidade de aumentar receitas auxiliares em A&B; mais de 50% dos hotéis pretendem realizar novos investimentos em 2025

FORECAST ACCURANCY: PLANEJANDO O VOLUME E RECEITA PARA 2025

Patrícia Zulato, Daniel Feitosa, Eduardo Martins e Ricardo Souza

Com objetivo de prever os cenários de maneira mais precisas para planejar os orçamentos para 2025, o Hotel Trends Orçamentos organizou o painel “Forecast Accurancy: planejando o volume e receita para 2025”, com participação de Patrícia Zulato, country manager da STR; Ricardo Souza, gerente de desenvolvimento de negócios da Lighthouse; e moderação de Eduardo Martins, da Noctua, e Daniel Feitosa, head de Revenue Manager da Climber.

O painel trouxe pesquisas com dados e cenários da hotelaria nacional e insights sobre o mercado “Trazer a contribuição de onde chegamos e onde podemos chegar”, disse Eduardo Martins.

Para Patrícia Zulato, para realizar o planejamento de orçamento 2025, deve ser levar em conta a demanda, a segmentação, analisar o histórico para traçar as perspectivas, olhar para os eventos e novas aberturas

Ricardo Souza trouxe uma análise geral do mercado brasileiro 2024, para transformando dados em estratégias lucrativas.  Segundo ele, os dados representam bem como a hotelaria pode caminhar para 2025, como variação de preços, eventos, demanda corporativa, demanda potencial (buscas por voos, hotéis, Airbnb, etc). “Os preços aéreos são uma forma de crescimento ou retração da hotelaria

De acordo com Patrícia Zulato, alguns segmentos podem ter reajustes na diária média maiores, como lazer e luxo. Já Ricardo enxerga oportunidades de grandes reajustes. “Há algo sobre custo x benefício, para aumentar a diária, também temos que aumentar os benefícios”

Segundo Eduardo, há outros meios, com mix de canais, maior segmentação de demanda, e a partir para outras receitas, uma grande oportunidade. Para Daniel Feitosa, o orçamento deve ser planejado pensando na segmentação e receitas auxiliares, “Ser agressivo para o ano que vem é manter a ocupação e não pensar em aumentar a diária média”.

COMO OTIMIZAR CUSTOS? TECNOLOGIA, PROCESSOS E PESSOAS

Paulo Salvador, Ana Carolina Menezes, Oliver Hick, Lauriana del Faro, Paulo Mélega e Vinícius Medeiros

O painel seguinte, com participação de Paulo Mélega, Vice Presidente de Operações da Atrio Hotel Management; Lauriana del Faro, da Bourbon Hospitalidade; Ana Carolina Menezes, da Amarante; Oliver Hick, Vice-Presidente Executivo Midscale & Economy da Accor; Paulo Salvador, sócio da Noctua Advisory, e Vinícius Medeiros, editor chefe da Hotelier News, foi “Como otimizar custos? Tecnologia, processos e pessoas”.

Para Paulo Mélega, os hotéis devem olhar para dentro das operações, rever contratos, processos e custos que fugiram do controle, além de olhar para fora, fazendo diferente e explorando as inovações.

O executivo da Atrio revelou que a empresa conta com turn over médio de 50%. “Uma parte do turn over é bom, para oxigenar as operações, temos que saber conviver com esse fenômeno”.

De acordo com Ana Carolina, os cenários são os mesmos dentro da hotelaria, independente do segmento. “Se fala muito em otimização, redução de custos e turn over, mas as pessoas escolhem trabalhar hoje, se não focar no aumento de produtividade e o alinhamento das pessoas com o propósito da empresa não iremos conseguir crescer”.

Segundo Oliver Hick, os custos de tecnologia são semelhantes no Brasil e Europa, mas as receitas dos hotéis brasileiros são menores. Ele revelou que durante a pandemia a Accor fez muitos esforços para reduzir custos e aumentar a eficiência com equipes enxutas. “Não podemos revisar mais isso. Acho que a única saída é o aumento da diária média”.

Com um turn over médio no Brasil de 38% a 40%, Oliver contou que a Accor traz muitas oportunidades de crescimento. “Continuamos abrindo mais hotéis, com mais oportunidades de crescer, quase 40% dos gerentes gerais vieram da própria rede”.

“Crescer diárias médias ou otimizar processos através de tecnologia e pessoas, reduzindo custos? Pessoas e tecnologias andam de mãos dadas, a tecnologia vem pra tirar melhor proveito de nossos colaboradores, “, disse Lauriana del Faro.

A diretora da Bourbon contou que durante a pandemia a rede teve que investir mais em tecnologia e revisar os processos. “Tivemos um olhar diferente para tecnologia, muitos processos e oportunidades foram criadas, quando entramos com a retomada e aumento da ocupação, estávamos preparados para o momento”.

STR E MULTIPROPRIEDADE IMPACTAM HOTÉIS E RESORTS?

Alan Sztokfisz, Felipe Marcondes, Maria Carolina Pinheiro, Guilherme Martini e Beto Caputo

Trazendo modelos alternativo de hospedagem, o Hotel Trend organizou o painel “STR e multipropriedade impactam hotéis e resorts?”, com Alan Sztokfisz, CEO da Charlie; Guilherme Martini, COO da Atlantica Hospitality International; Beto Caputo, sócio da Atrio Hotel Management e Livá Hotéis; Felipe Marcondes, sócio da Noctua Advisory; Maria Carolina Pinheiro, Vice Presidente Desenvolvimento America Latina e Caribe da Wyndham Hotels & Resorts.

“Fala- se um pouco de aluguel de temporada (STR – Short Term Rental) e hotelaria, existe concorrência entre os dois?”, iniciou o painel Felipe Marcondes.

A Atlantica Hospitality Group opera no modelo de hotelaria tradicional e STR. “Vamos terminar o ano com 90 operações nesse modelo STR”, disse Guilherme Martini. “Atingimos o mesmo cliente em momentos diferentes, em hotel e STR, e como São Paulo, por exemplo, quando há períodos de picos, como um grande show e evento, podemos ter clientes brigando pela mesma hospedagem. Tomamos cuidado na hora de precificar, mas não podemos esquecer de balizar com hotelaria”.

“O STR tem uma dinâmica bem diferente de aumento de oferta do hotel, no mês passado batemos 84% de ocupação”, contou Alan Sztokfisz, CEO da Charlie, empresa desenvolvedora de empreendimentos STR. “O mercado corporativo também busca soluções como STR para hospedagem”.

Multipropriedade

Maria Carolina explicou que a mutlipropriedade colabora para o destino “Não se consegue desenvolver em um destino sem demanda, deve ter uma âncora, uma atração, que irá atrair o público para o destino, além de ter uma probabilidade mais alta daquela pessoa utilizar a semana”.

Operando com multipropriedade, STR e hotelaria tradicional, Beto Caputo, da Atrio e Livá, explicou que a multipropriedade é diferente da hotelaria. “A dinâmica e os sistemas são outros. A multipropriedade possibilitou que diversos resorts fossem construídos em destinos consolidados O desenvolvimento da multipropriedade é bom para o turismo do Brasil”.

“O STR e multipropriedade são consequências. Tanto o STR como a multipropriedade viram hotéis quando as unidades não são utilizadas pelos proprietários. O papel é garantir condições iguais de competividade”, afirmou Guilherme Martini.

C-LEVEL: O QUE AS LIDERANÇAS DO SETOR ESPERAM PARA 2025

Vinicius Medeiros, Ulisses Marreiros, Thomas Dubaere, Lizete Ribeiro, Alexandre Gehlen e Pedro Cypriano

O painel seguinte trouxe os CEOs da algumas das principais redes hoteleiras do Brasil, com Alexandre Gehlen, CEO da Intercity Hotels; Lizete Ribeiro, CEO do Grupo Tauá; Ulisses Marreiros, CEO da Belmond; Thomas Dubaere, CEO da Accor nas Américas; e como moderadores, Pedro Cypriano, da Noctua Advisory; Vinicius Medeiros, da Hotelier News.

Mercado Internacional

Thomas Dubaere falou sobre a atuação da Accor na Europa, comparando com o momento da marca no Brasil. “A visão é que o greenfield não vai mais acontecer, a maioria dos novos empreendimentos são conversões. Outro problema são as instabilidades políticas, mesmo assim estamos crescendo”

O executivo da Accor revelou que cada segmentação das bandeiras tem estratégias especificas. “A ideia e não adentrar em todos países, a estratégia é continuar no
Brasil, vamos consolidar os países Chile, Peru, Argentina e Colômbia e entrar nos EUA.

Para Thomas, o foco no aumento de ocupação deve ser constante. “No Brasil, temos 57% de ocupação, já na Europa temos alguns países que temos 65%”.

Hotelaria corporativa

Alexandre Gehlen contou que em 2023 a Intercity foi muito conservadora em relação ao orçamento “Estimávamos um crescimento de RevPar de 8% a 9%. Entretanto, hoje, apesar das enchentes no Rio Grande do Sul, estamos chegando a 11% de crescimento”, disse ele. Outro desafio mencionado para 2024 e 2025 é da Reforma Tributária. “Devemos provocar nossos líderes para que pensem fora da caixa”.

Para o executivo da Intercity, o foco dos hotéis devem ser em buscar outras receitas e não apenas focar no crescimento da ocupação. “Temos que buscar receitas adjacentes, na hotelaria de lazer é mais típica essas receitas, na hotelaria corporativa é mais difícil”.

Hotelaria de Luxo

Atuando no mercado de hotelaria de luxo, Ulisses Marreiros se mostrou muito otimista com a Belmond. “O crescimento nos últimos dois anos foi exponencial, e em 2024 vamos terminar bem acima de 2023”.

Ao contrário dos outros executivos, Ulisses acredita que o aumento de receitas pode vir da melhora da ocupação. “A ocupação virá com o turismo internacional. O mercado nacional é o nosso principal mercado, mas há potencial no internacional, em atrair mais visitantes”.

Mercado de lazer

Falando sobre hotéis e resorts de lazer, de acordo com Lizete Ribeiro, para o segmento continuar crescendo deve-se inovar, investir no entretenimento e mudar os processos e controles. “Esse ano crescemos 48%. O desafio e como continuar crescendo com os resultados de 2024.  Temos que fazer diferente”.

Em 2024, o Tauá inaugurou uma nova área de entretenimento no resort em Atibaia, a área de eventos está acelerada, a rede foi beneficiada pela melhora do turismo em Minas Gerais, o clube de benefícios Mais Tauá se consolidou com os clientes, e ainda terá mais inaugurações esse ano. “Nós inauguramos algo novo a cada dois anos. O Tauá tem esse DNA de investir em novas atrações”.

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO: DESPESA, LUCRO OU INVESTIMENTO?

Paulo Salvador, Igor Castelo, Augusto Rocha, Marcelo Bicudo e Henrique Campolina

Seguindo com a programação, o Hotel Trends trouxe o painel “Canais de distribuição: despesa, lucro ou investimento?”, com Igor Castelo, gerente de Revenue e Distribuição da Amarante; Augusto Rocha, sócio da Pmweb; Marcelo Bicudo, sócio da TravelCash; Paulo Salvador e Henrique Campolina, sócios da Noctua Advisory.

Para Igor Castelo, o desafio da hotelaria corporativa é diferenciar para impor a estratégia de preços para os canais de distribuição. “Nós trabalhamos a venda direta na Amarante há 10 anos. O desafio do gestor de RM e Vendas, tanto no resort e no corporativo, é entender como o ecossistema funciona, deve ir conversar com o marketing, financeiro, e trazer outras visões, para colaborar com a construção de produto, para trabalhar como um destino e sair do lugar comum”.

De acordo com Augusto Rocha, os hotéis não devem ignorar o comportamento do cliente “É olhar para o cliente é ver se estamos cuidando dele. A gente não aprendeu, hoje a maior parte das vendas está concentrada nas OTAs, é tecnologia, mas devemos olhar para o cliente”.

De acordo com Marcelo Bicudo, há um ativo na mesa que o hoteleiro está negligenciando, que é a relação com pessoas. “De construir um ativo com valores muito altos. As OTAs têm uma missão de trazer clientes para o hotel pela primeira vez. O hotel deve levar o cliente repetido para um melhor canal”.

MARGEM DE RESULTADOS: PARA ONDE DIRECIONAR A GESTÃO?

Pedro Cypriano, Rodrigo Reali, Henrique Campolina, Veridiana Furtado  e Flávia Lorenzetti

Para falar dos resultados dos empreendimentos hoteleiros e o que os investidores esperam, o último painel do Hotel Trends foi “Margem de resultados: para onde direcionar a gestão?”, com Rodrigo Reali, Senior Vice President da HSI; Veridiana Furtado vice-presidente de Asset Management da AccorInvest; Flávia Lorenzetti, CEO da B&B Hotels; como moderadores, Pedro Cypriano e Henrique Campolina, da Noctua Advisory.

Para Veridiana Furtado, falta uma análise completa pelos gestores sobre custos e receitas. “Sempre dividimos a receita e o custo, do ponto do investidor, vou olhar as receitas que me traz de resultado. Criamos o indicador de taxa de transformação de A&B, para cada receita adicional que tenho, quanto transforma em resultados”.

Flavia Lorenzetti explicou que a B&B Hotels utiliza o critério de cruzar os dados pra ver como investir. “Para fazermos o menor investimento e trazer resultados mais rápido, como aumentar a diária média e as receitas”.

Rodrigo Reali, da HSI, uma gestora de investimentos alternativos, com portfólios de alto padrão e econômicos. “Temos uma diversidade grande de resultados dentro de nosso portfólio, os hotéis de São Paulo e Rio de Janeiro tem respondido melhor, em cidades menores um pouco menos A receita é algo que buscamos muito no ativo, principalmente a melhora das diárias”.

  • O Turismo Compartilhado cobriu o Hotel Trends Orçamentos 2025 à convite da Hotelier News.
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