Gestão Eficiente em Propriedades Compartilhadas: Desafios e Estratégias na Multipropriedade

* Artigo do advogado Diego Amaral

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A multipropriedade tem se consolidado como uma alternativa atrativa no mercado imobiliário brasileiro, oferecendo uma forma inovadora de aquisição de imóveis. No entanto, a gestão dessas propriedades compartilhadas apresenta desafios únicos que precisam ser abordados para garantir a satisfação dos proprietários e a valorização do ativo. Este artigo explora os principais desafios enfrentados na gestão de propriedades em multipropriedade e propõe estratégias eficazes para superá-los, além de considerar aspectos jurídicos relevantes.

Um dos principais desafios na multipropriedade é a convivência harmoniosa entre os diferentes proprietários. Divergências sobre o uso do imóvel, regras de manutenção e questões financeiras podem gerar conflitos que afetam a experiência de todos. A legislação brasileira, especialmente a Lei 13.777/18, estabelece diretrizes claras sobre a multipropriedade, mas a falta de um regulamento interno específico pode levar a interpretações divergentes das normas, resultando em descontentamento entre os coproprietários. Portanto, é fundamental que um conjunto de regras e diretrizes para o uso do imóvel seja criado, incluindo políticas sobre reservas, manutenção e uso das áreas comuns, que devem ser acordadas por todos os proprietários.

Além disso, a gestão da manutenção do imóvel é crucial. A falta de um plano de manutenção pode levar à deterioração do imóvel, impactando sua valorização e a satisfação dos proprietários. Estruturar um plano de manutenção regular que inclua inspeções periódicas e reparos preventivos é uma estratégia eficaz para preservar o valor do imóvel e garantir que ele permaneça em boas condições. 

A transparência financeira é outro ponto crítico na gestão de propriedades compartilhadas. Os proprietários precisam entender como estão sendo utilizados os recursos, o que pode ser um ponto de atrito se não for bem gerenciado. Utilizar plataformas digitais para gerenciamento financeiro pode facilitar essa transparência, permitindo que relatórios regulares sobre despesas e receitas sejam compartilhados com todos os proprietários.

A comunicação eficaz também desempenha um papel vital. A falta de comunicação pode resultar em desinformação e descontentamento entre os proprietários. Implementar grupos de discussão online ou aplicativos específicos para a multipropriedade pode melhorar a comunicação e permitir que os proprietários compartilhem informações e resolvam problemas de forma colaborativa.

Além disso, a mediação de conflitos é uma prática recomendada. Ter um mediador ou gerente de propriedades treinado pode ajudar a resolver conflitos de forma pacífica, evitando que desavenças se tornem problemas maiores. A legislação também prevê mecanismos para resolução de conflitos, sendo essencial que os proprietários estejam cientes de seus direitos e deveres, conforme estipulado no contrato de multipropriedade.

Em conclusão, a gestão de propriedades em multipropriedade requer atenção especial e estratégias bem definidas para garantir a satisfação dos proprietários e a valorização do imóvel. Ao enfrentar os desafios de forma proativa e implementar soluções eficazes, os empreendedores podem não apenas proporcionar uma experiência positiva aos proprietários, mas também contribuir para a sustentabilidade e o sucesso do modelo de multipropriedade no Brasil. Através de uma gestão eficiente e em conformidade com as diretrizes legais, é possível transformar a multipropriedade em uma solução imobiliária ainda mais atrativa e viável.

  • Diego Amaral é advogado com 25 anos de experiência no Mercado Imobiliário, Conselheiro Jurídico da CBIC, Conselheiro Jurídico da ADEMI/GO, Ex-Presidente da Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico da OAB/GO (2016/2018 – 2019/2021), Ex-Diretor da Comissão Nacional de Direito Imobiliário do CFOAB, professor de pós-graduação em Direito Imobiliário, autor e palestrante.
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