Uma das grandes preocupações no mercado de propriedade compartilhada, a gestão dos empreendimentos de fractional, foi debatida no painel “Administração de empreendimentos de Fração Imobiliária: um novo nicho de mercado’’, no ADIT Share 2016, organizado pela ADIT Brasil, no dia 06/09, em Maceió, com participação de Caio Calfat, da Caio Calfat Real Estate, Amilcar Mielczuck, da Verde Gente, Alex Cavaleiro, da Cavaleiro Consultoria, Juliano Macedo, da JAM Lazer e Turismo, e como moderadora, Maya Camera, do Condomínio Pauba Canto Sul.
Para o consultor de negócios Caio Calfat, existem semelhanças em administrar hotéis e administrar multipropriedades. A consultoria Caio Calfat Real Estate desenvolveu um trabalho de gestão de fractional para o Grupo Privé, de Caldas Novas/GO.
De acordo com Calfat, essas semelhanças são: conhecer de inventário de diárias, departamento comercial eficiente, etc. Porém, há diferenças também. “Lidar com 100 ou 150 (proprietários) é diferente de lidar com 1000’’.
O diretor da Verde Gente, Amilcar Mielczuck, disse não estar preocupado com a gestão das multipropriedades. “Uma administração que opera um condo-hotel pode gerir um fractional’’, afirmou.
Segundo o diretor da JAM, Juliano Macedo, muitas administradoras que possuem experiência operando flats estão se especializando para a gestão das multipropriedades. Para Macedo, isso é positivo, pois facilitará o entendimento do valor da taxa de administração, prestação de contas, assembleias, etc.
Já o diretor da Cavaleiro Consultoria, Alex Cavaleiro, não enxerga que as atuais empresas de gestão hoteleiras possam administrar os fractionals. De acordo com Cavaleiro, administração hoteleira tem uma vocação e gestão de multipropriedades é completamente diferente. “É necessário expertise, esse novo setor precisa ser qualificado’’.
Novo mercado
Como nos próximos anos vários empreendimentos de fractional serão entregues aos multiproprietários, os painelistas veem isso como uma nova oportunidade das empresas administradoras de condomínios ou condo-hotéis se especializarem, ou até mesmo surgir novas empresas. “É uma demanda que daqui pra frente vai necessitar de empresas especializadas’’, disse Calfat.
Para Macedo, existe essa tendência para desenvolver um mercado para administração de multipropriedades. Mas ele alerta: “A administração deve ser voltada para os clientes’’.
“É um nicho de mercado para as empresas interessadas em se especializar’’, avaliou Mielczuck. De acordo com ele, se o condomínio não quiser contratar uma empresa especialista terá que se profissionalizar. Inclusive, Mielczuck enxerga que redes hoteleiras internacionais possam vir para o mercado brasileiro por conta desse novo ramo.
A maior preocupação do diretor da Verde Gente nesse novo ramo não é com a gestão nem assembleia de proprietários, é se as administrações dos fractionals conseguirão prestar serviços hoteleiros de alta qualidade, como foram prometidos durante as vendas das frações.
Taxa de administração
Mielczuck explicou que a taxa de administração deve considerar além dos custos de operação, fundo de reserva para retrofit e inadimplência em longo prazo. “Para garantir fluxo de caixa para tocar o empreendimento’’.
Condomínio Pauba Canto Sul
A advogada do empreendimento de frações imobiliárias Condomínio Pauba Canto Sul, em São Sebastião/SP, Maya Camera, contou que o grupo administra o empreendimento há 30 anos e enxerga o quanta a administração é relevante. “Nós temos o papel também de quase um proprietário. Os clientes depositam toda a segurança e confiança, justamento porque são muitos proprietários’’, revelou Maya.
- A Revista Turismo Compartilhado cobriu o ADIT Share 2016 a convite da ADIT Brasil.
