Para apresentar cases de suas empresas e comentar como parques e atrações podem impulsionar o crescimento de empreendimentos hoteleiros, o Imobtur 2023 trouxe o painel “Parques como âncoras de empreendimentos de Hospitalidade”, com Fabiana Leite, Diretora de Desenvolvimento de Negócios para América do Sul da RCI, como moderadora; Alessandro Cunha, CEO da Aviva; e Sérgio Ney Padilha, CEO do Hot Beach Parque & Resort.
Organizado pela ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), o Imobtur é um Seminário sobre Meios de Hospedagem, Aluguel por Temporada e Empreendimentos Imobiliário-Turísticos, e acontece no dia 29/11, na Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), em São Paulo (SP).
Fabiana Leite iniciou o painel apresentando dados de um estudo sobre o setor de parques e atrações turísticas da Noctua, em que apontou que hoje 25% das atrações estão atreladas a empreendimentos hoteleiros e 40% dos novos projetos de entretenimento turísticos fazem parte de complexos com resorts.
“Sabemos que contar com equipamentos de entretenimento geram uma maior ocupação dos hospedes nos resorts”, disse a executiva da RCI. “Além desse atrativo gerar hóspedes, tem a equação perfeita entre o entretenimento e propriedade compartilhada”.
Com os dois grupos participantes do painel, Aviva e Grupo Ferrasa, trabalhando com o modelo de negócio com complexos turísticos formado com resorts. parques aquáticos e propriedade compartilhada, os dois executivos contaram a importância dos equipamentos de lazer para o crescimento, ocupação e novos investimentos para as companhias.
“A sinergia entre parque, hotelaria e multiprorpiedade é total. Gera uma valorização para o clientes, por terem a experiência de não estarem apenas em um resort”, afirmou Sérgio Ney Padilha, do Grupo Ferrasa, que opera quatro resorts e um parque aquático em Olímpia (SP). Ele ainda salientou que o valor do produto de propriedade compartilhada também valoriza quando atrelada a um parque aquático.
Alessandro Cunha, da Aviva, que conta com resort e parque aquático no Rio Quente (GO), além de resort e um parque em construção na Costa do Sauípe (BA), contou que as diárias do Rio Quente tiveram um incremento com a inauguração do Hot Park, em 1997, de 12% a 15%, e com a Praia do Cerrado, em 2008, de 30%. “Os equipamentos trazem um complemento, o Rio Quente era um produto familiar, mas faltava atrações para crianças, então o parque complementou isso”.
Para o CEO da Aviva, os parques tem o potencial de gerar receitas adicionais, acessar um novo público, o day use, e comercializar outros produtos para os visitantes.
Alessandro comentou como o Hot Park auxilia na comercialização de produtos do Aviva Vacation Club, além de contar com o passaporte para fidelizar os visitantes do parque. “Conseguimos levar para salas de vendas cerca de 2,5% dos nossos vistantes day use, a conversão dos day use é de 25%, um pouco menos que dos hóspedes. De acordo com o perfil, oferecemos um produto que dá acesso ao resort, o timeshare. E temos um produto especifico de direito de uso para parques”.
Renovação de atratividade
Segundo o CEO do Hot Beach, 73% dos visitantes dos parques são hóspedes dos quatro empreendimentos hoteleiros do grupo. “Tivemos uma ampliação do parque este ano, uma nova área infantil. Um parque aquático a cada ano deve trazer uma novidade, precisa acrescentar algo, cada vez mais entender o cliente, a cada momento estamos realizando pesquisas e trazendo feedbacks. E super importante se curvar as pesquisas, atendendo as expectativas”.
Alessandro também concorda que os parques precisam de renovação constante, para manter a atratividade e renovação de público, “Em média, de três a cinco anos tem que ter algo novo, e não tem garantia que terá incremento, às vezes apenas garante a ocupação atual, mas tem que ter um capital ativo de renovação,”, disse ele, que lembrou que em 2023, o Hot Park inaugurou uma nova atração com investimento de R$ 32 milhões, o Turbilhados.
Payback das atrações
Para Sérgio Ney Padilha, é difícil mensurar o payback médio do investimento em um parque ou de uma atração. “Isso depende muito do destino e qual o volume de visitantes, para chegar ao um payback, mas é um bom negócio”.
De acordo com o CEO da Aviva, para avaliar o payback deve-se avaliar a resposta do público e o destino. “Inclusive, se cabe o parque aquático no destino”, disse Alessandro, que revelou que a Aviva trabalha com a expectativa de um payback médio de sete a oito anos.