O estudo Cenário de Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil 2024, realizado pela Caio Calfat Real Estate Consulting, revelou que a região Nordeste já ocupa a segunda colocação no mercado de multipropriedade nacional em número de empreendimentos. A pesquisa, lançada neste mês de maio durante o ADIT Share ‘24, mostra que a região possui 60 empreendimentos do tipo, ficando atrás apenas do Sul, que alcançou 63. No total, o Brasil possui 200 projetos desta modalidade.
O diretor-geral da consultoria e presidente do Conselho da ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), Caio Calfat, destaca que embora a região Nordeste tenha demorado para entrar nesse mercado, expõe seu potencial para ocupar o primeiro lugar da lista, sendo levada principalmente pelos destinos praianos, com ênfase para a Bahia, que possui a maior Costa do litorânea do país, chegando a quase 1.200 km.
“Seria óbvio que o Nordeste fosse o primeiro a entrar no mercado de multipropriedade. E o que mais chama atenção não é que o Nordeste está crescendo, mas sim que demorou para crescer. Talvez seja porque o produto surgiu no Centro-oeste do país, mas a evolução do Nordeste já é maior do que no próprio Centro-oeste e no Sudeste”, pontua Caio.
Diante desse cenário, o presidente do Conselho da ADIT Brasil projeta que a região Nordeste deverá assumir a liderança com mais empreendimentos de multipropriedade do Brasil no próximo ano. “No Sul, o avanço vem especialmente de dois destinos, Gramado e Foz do Iguaçu. No Nordeste, agora que o modelo pegou tração, é natural que no ano que vem ele pule para o primeiro lugar. É evidente ainda que daqui a alguns anos o Nordeste tenha muito mais empreendimentos do que tem hoje na proporção para o resto do Brasil”.
Outras tendências no perfil de público e consumo
Segundo Caio, a tendência mais evidente observada no cenário de multipropriedade, conforme as últimas pesquisas, é a entrada do produto de alto padrão no mercado e mudança na proposta e tipologia dos projetos, incluindo empreendimentos menores.
“Antes eram empreendimentos gigantescos, com 300, 400 e até 1.000 apartamentos. Hoje, a gente já vê empreendimentos com 20 e 30 unidades de alto padrão sendo vendidos. Com isso aumentou também a faixa de renda do comprador, que antes era classe média, hoje você já tem classe B Classe A classe A + comprando multipropriedade”, ressalta.
Além do aumento na faixa de renda, outra tendência é o estado civil e estrutura familiar do público interessado nesse modelo de produto imobiliário. Se antes eram casais jovens, nos anos mais recentes, o perfil de compradores já está abrangendo praticamente todas as categorias no mercado de imóveis tradicional.
“Até quatro, cinco anos atrás o grande produto de multipropriedade se resumia a empreendimentos para casais jovens de classe média com filhos pequenos. Hoje você tem mais casais idosos, casais sem filhos e solteiros comprando multipropriedade, então a gente já viu um pouco de tudo”, comenta o empresário.
O relatório completo pode ser conferido no site www.caiocalfat.com/cdmb
Fonte: ADIT Brasil