HOTELARIA
NEGÓCIOS
ENTRETENIMENTO
MULTIPROPRIEDADE
EXPERIÊNCIAS
MERCADO
PARQUES

Especial CEO’s – “Não deveria ser raro uma mulher ocupar cargo de CEO”

Lizete Ribeiro, do Grupo Tauá de Hotéis e Resorts, explica o papel da função de CEO dentro da rede hoteleira

Compartilhe esta matéria!

WhatsApp
Telegram
Facebook
Twitter
LinkedIn
Email

Assumindo no início de 2024 a função de CEO do Grupo Tauá de Hotéis e Resorts, Lizete Ribeiro esclarece que a estratégia da companhia é de continuidade, quem ocupava o cargo antes dela era o seu irmão, Daniel Ribeiro, que foi para a presidência do Conselho de Administração.

Empresa familiar fundada em 1986, o Tauá está em franca expansão, com investimentos nas ampliações e melhorias de seus resorts (Atibaia – SP, Caetê – MG, Araxá – MG e Alexânia – GO) e construção de um novo empreendimento em João Pessoa (PB).

Para falar como é a atuação de CEO no Tauá, na tomada de decisões, definição de estratégias e visão da empresa, na governança corporativa e relacionamento com Conselho de Administração, acionistas, funcionários e clientes, Lizete concedeu uma entrevista ao Turismo Compartilhado na série com os CEOs das empresas de turismo e hotelaria. 

Qual a sua função como CEO do Tauá?

Eu li algo uma vez que penso que super se encaixa no que acredito que deva ser o CEO: não somos apenas CEO, mas CVO, o Chief Vision Officer, que é quem cuida da visão, é um propagador da visão, um inspirador na empresa. Esse pra mim é a principal função de qualquer CEO. Tem que ter a visão clara, engajar e inspirar as pessoas, porque quem constrói o negócio é o time. É claro que existem decisões estratégicas em algum momento, se você tem um time inspirado e engajado na mesma visão fica imparável.

O Tauá é uma empresa familiar. Como é a relação com os outros membros acionistas? Como foi a decisão de aceitar assumir o cargo de CEO?

Nosso relacionamento é muito bom, desde crianças, somos três filhos. Tivemos uma educação voltada ao bem do negócio, sempre tivemos o exemplo do trabalho e de como lidar, tratar e cuidar de pessoas, de como servir. E é isso que faz a diferença no Tauá.

A família construiu o negócio do zero, meus pais fundaram e nós realizamos juntos esse trabalho de crescimento, só que sempre voltado ao objetivo do que é melhor para companhia para o longo prazo.

Então, quando tem uma visão clara que o negócio não é feito pra sustentar a família, mas para crescer, o resultado é uma consequência, porque nós estamos aqui hoje, mas vamos deixar a companhia para outras gerações, para outros investidores, para mais pessoas participarem.

Quando está todo mundo na mesma página é muito fácil tomar as decisões, pois é realizada em cima de um mesmo propósito.

Além dos membros da família o Tauá tem um Conselho de Administração? Como foi a decisão de aceitar assumir o cargo de CEO?

Temos um Conselho de Administração muito ativo. Antes de eu assumir o cargo de CEO, estávamos eu e o meu irmão (Daniel Ribeiro) na gestão do Tauá. Ele virou presidente do Conselho e eu fiquei na gestão. Foi uma decisão muito natural. Somos três filhos, o mais velho (João Luiz Ribeiro) tem seus próprios negócios, sempre quis empreender, trabalhou aqui por muito tempo e hoje é um conselheiro, dando suas contribuições contínuas.

Então, foi um processo de preparação natural que aconteceu de forma muito fluída. Sabemos que há um período de sustentação e maturação de ser CEO de um grupo de hotéis.

Além dos meus irmãos, temos três conselheiros externos, o que melhorou muito a nossa governança e a nossa profissionalização, além de contarmos com um grupo espetacular de diretores em cada área do Tauá. O que eu sempre digo, e acredito piamente, que temos que ter pessoas muito melhores que nós mesmos na empresa.

Você assumiu essa função recentemente, quais mudanças estratégicas pretende adotar dentro da empresa?

É muito mais uma questão de continuidade. A empresa estava crescendo e continua crescendo, então devemos manter o propósito bem vivo, que é fazer pessoas felizes. Porém, é claro, que eu não sou o Daniel e Daniel não sou, somos pessoas diferentes, e cada um tem a sua pitada, mas a teremos a continuidade do crescimento e ampliação e o foco no engajamento através das experiências, encantando o emocionando os clientes.

Em uma empresa de turismo e hotelaria em expansão, como o Tauá, com vários braços de negócios, como funciona a tomada de decisão do CEO?

Gosto muito de trabalhar de forma democrática, de ter o melhor de cada pessoa. Então, depende muito da decisão. Se é uma decisão estratégica, chamamos as pessoas da área pra escutar seus pareceres, porque eles de fato são quem entendem da operação. A nossa diretoria atua junta, se comunicando o tempo inteiro, as informações da empresa são fluídas e transparentes para a tomada de decisão rápida.

É claro que tem horas que a temos que tomar uma decisão individual, mas esses momentos são mais raros quando se conta com pessoas de confiança e muito competentes.

O que muda no direcionamento do Tauá com uma CEO mulher à frente da empresa agora?

O que muda é que não deveria ser raro uma mulher ocupar cargo de CEO, deveria ser normal. Buscamos inspirar outras mulheres e mostrar que é possível. Vivemos em um mundo machista sim, para ter a atenção nesse mundo precisamos gastar mais energia do que um homem, para se posicionar, para mostrar a visão de mercado e de negócios.

A partir do momento que alcançamos essa visibilidade e essa credibilidade tudo fica mais fácil, mas é um caminho que o homem não necessita trilhar. O que espero sendo mulher é poder inspirar mais pessoas e que seja mais comum ter mulheres na liderança. Hoje no Tauá 50% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, na diretoria é quase meio a meio.

Além do relacionamento com os acionistas, como deve ser a relação com investidores, funcionários e clientes?

Nosso relacionamento é muito aberto e transparente. Portas sempre abertas! No Tauá, atuamos como CEO dessa forma.  Não é dentro de um escritório fechado. Estamos sempre juntos com a equipe na ponta, pois é ali que as coisas acontecem, para ser fluído e rápido.

Além de estar junto da equipe, também há os clientes e estamos sempre próximos, ouvindo-os, sendo transparentes o tempo todo. Isso deixa a empresa mais ágil e as pessoas mais animadas e engajadas, já que são ele que fazem acontecer.

CEO é o cargo mais alto em uma empresa, o CEO deve continuar se capacitando e se qualificando? Quais tipos de cursos, benchmarkings e eventos são indicados para CEO’s?

CEO não pode parar de estudar nunca. Na minha visão tem que ser um leitor voraz de tudo que está acontecendo, das notícias do dia, das mudanças da economia, das novas tendências de mercado, porque é um instigador da visão.

Gosto muito de benchmarking. Nossa equipe viajou duas vezes esse ano e, em breve, iremos para Orlando para ver as novidades, o que tem de diferente no mercado e procurar os melhores, conversar e estudar muito. Sabemos que a diretoria e gerência estão muitas imersas dentro da operação, naquele propósito. Então, uma de nossas funções como CEO é trazer novas ideias e instigar.

Aqui no Tauá toda a diretoria lê livro por mês e conversamos sobre ele, quais ações podemos tomar e implantar em cima do que foi discutido, o que estamos fazendo certo, o que podemos fazer diferente, seja na cultura, seja na área de desenvolvimento, seja na experiência. Estamos estudando e implantando coisas novas através do conhecimento.

João Ribeiro, fundador do Tauá, com Daniel Ribeiro e Lizete Ribeiro
WhatsApp
Telegram
Facebook
Twitter
LinkedIn
Email

Clique para compartilhar!

Deixe sua opinião!

Vote para PERSONALIDADE DO ANO no mercado de propriedade compartilhada.

Decida quem foi a “Personalidade do Ano” no nosso mercado! O resultado será exibido na página principal no dia 31 de Fevereiro de 2000