Como Gramado e Canela se tornaram os destinos turísticos mais desenvolvidos do Brasil

As duas cidades contam com muitos hotéis, parques, atrações temáticas e festivais que atraem milhões de turistas anualmente

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Hoje os destinos Gramado e Canela, na Serra Gaúcha, são exemplos de turístico sustentável para o Brasil, com vários eventos e festivais anuais, hotéis, gastronomia, entretenimento, parques e atrações temáticas. As duas cidades contam com cerca de 270 hotéis e 24 mil leitos, 37 parques turísticos, sem contar as outras atrações como restaurantes temáticos e fábricas de chocolates. Recebendo aproximadamente 9 milhões de visitantes ao ano e gerando cerca de R$ 1,5 bilhão para economia local, o turismo corresponde com 86% do PIB da região.

“A Serra Gaúcha é a região com maior concentração de parques da América Latina”, afirmou Manoela Costa, presidente da APASG (Associação de Parques e Atrações da Serra Gaúcha), CEO do parque da Turma da Mônica em Gramado e sócia fundadora do Snowlnad, que junto a Eduardo Zorzanello, CEO da Festuris, e Renato Fensterseifer, fundador do Alpen Park, debateram a importância dos parques temáticos para o crescimento do turismo de Gramado e Canela, durante o Sindepat Summit, evento realizado pelo Sindepat (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas), que aconteceu nos dias 23 e 24 de março, em Gramado (RS).

Eles explicaram como os gestores públicos das duas cidades entenderam que o turismo seria a mola propulsora de desenvolvimento econômica ainda nas décadas de 1950 e 1960. Anteriormente, apesar de já existir turismo na Serra Gaúcha, a região era mais forte por ser um polo madeireiro.

“O viés turístico iniciou no século passado, quando surgiram os primeiros hotéis, na região da Cachoeira do Caracol. Naquela época a evolução foi mais lenta. No início era um destino de verão. Havia a recomendação médica para que as pessoas viessem se tratar aqui pelo ar puro e ainda não havia a concorrência do litoral, pois o acesso era mais difícil, então vinham para a Serra”, contou Renato Fensterseifer.

Quando o turismo para o litoral do Rio Grande do Sul começou a crescer, os visitantes se dividiram entre praia e serra, mas Gramado já contava com uma melhor estrutura, com bons hotéis e a gastronomia estava começando a evoluir. “Assim, começou a se tornar um destino charmoso de férias de inverno”, continuou o fundador do Alpen Park.

Nesta época, visando aumentar o turismo da região, principalmente durante o verão, os gestores públicos dos destinos começaram a criar os eventos e festivais em Gramado e Canela. O primeiro foi o Festival das Hortênsias em 1958. Atualmente, os eventos nas duas cidades são inúmeros e conhecidos no Brasil, porém, cabe destacar um, que transformou a região em um destino nacional, o Festival de Cinema de Gramado, que teve sua primeira edição em 1973. A partir deste festival, a região passou a ser notícia no país inteiro, com atores da Rede Globo desfilando nas ruas de Gramado.

“Já possuía uma boa estruturação hoteleira, gastronomia impecável, mas ainda faltava um elemento importante. Como fazer com que esse turista ficasse mais tempo, como aumentar o ticket médio, e então, veio o entretenimento, parques e atrativos temáticos”, salientou Eduardo Zorzanello.

Importância de parques turísticos para Gramado e CanelaImportância de parques turísticos para Gramado e Canela

 

Há 38 anos, em 1983, foi inaugurado o primeiro parque na região de Gramado e Canela, o Mini Mundo. Renato Fensterseifer divide o crescimento dos setores de parques e atrações em dois períodos de 19 anos cada: de 1983 até 2002, e 2003 até 2021. “A gente sabe que outros parques estão preparando para serem lançados nos próximos anos”.

Apenas sete parques ou atrações foram lançadas nos primeiros 19 anos, até 2002. Mas a partir de 2003, o negócio decolou, alcançando 37 parques em 2021. Renato aponta que a inauguração do Alpen Park em 2003, em Canela, foi um divisor de águas para o turismo da região e serviu como uma faísca para o desenvolvimento de outras atrações, já que até 2002 os parques eram mais no estilo de museus e não ofereciam experiências. “O Alpen Park trouxe equipamentos inéditos para o Brasil e motivou mais empresários a investirem no setor”.

Todos esses negócios juntos, eventos, hotéis, fábricas de chocolates, parques e atrações turísticas, trazem mais visitantes. Renato explicou que apesar de existirem muitos parques concorrentes na região e as fatias do Market Share terem aumentado e ficado menores, os negócios não sentem, pois o número de turistas continua crescendo. “Pode perceber que são parques longevos e estáveis”, disse. “Como que isso aconteceu? Obviamente, pela sinergia que provoca. Quanto mais atrativos deste tipo, mais turistas vamos estar atraindo para a nossa região, aumentando o número de visitantes e o tempo de permanência”.

Parques aumentam ocupação de hotéis

A presidente da APASG ressalta a importância das atrações turísticas para o crescimento dos destinos Gramado e Canela. De acordo com ela, os dados comprovam que os parques são responsáveis por atrair mais visitantes e também aumentar o número de dias de estadia nos destinos. “Antes da pandemia, 41% dos nossos visitantes eram famílias e 80% das consultas nas centrais de informações eram a respeito das atrações turísticas”.

Após o período de lockdown, com a diminuição de restrições pelas prefeituras de Gramado e Canela, foi liberado primeiro o funcionamento dos hotéis e restaurantes, mas não dos parques e atrações turísticas. O impacto desta medida foi sentida pelo turismo, já que o número de famílias que visitaram as cidades caiu 20% e a média de estadia reduziu de 4 para 2 dias. “Enquanto os parques não abriram os hotéis não tiveram boa ocupação”, apontou Manoela.

Por que a região conseguiu isso?

Para Renato, os empreendedores tiveram as visões de negócios e capacidade de entender todo esse movimento turístico, e o setor público trabalhou para provocar essa condição de fatores.

Eduardo também ressaltou que o trabalho entre poder público e privado é fundamental no sucesso turístico de Gramado e Canela. “Isso nos traz um desafio, a obrigação e responsabilidade de como entender esses destinos, como compreender que estão atreladoa a nova economia, essa visão de dados e informações, tem que ser em conjunto, não há como dissociar poder público e privado”, concluiu.

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