Conheça a trajetória vitoriosa de Sandra Kovacs, gerente de projetos da ASC, no tempo compartilhado, cheia de desafios profissionais e pessoais
- Maria Laura Saraiva
Foi numa viagem para conhecer os avós na Hungria que a gerente de projetos da ASC Sandra Kovacs, 43, conheceu também a sua paixão e a sua sina: o turismo. A menina que queria ser cantora, apaixonada por livros e por culinária, resolveu que queria mergulhar no mundo dos mapas e das malas de uma vez. E depois de voltar do tour pela Europa, já sabia qual faculdade fazer e o caminho que ia seguir: rumo este que a fez passar por gigantes redes hoteleiras, gerenciar projetos e treinar equipes pelo Brasil a fora.
A paulistana se formou em Turismo na Faculdade São Judas quando tinha 23 anos e logo deu início a sua jornada profissional. Foi quando viu um anúncio no jornal da famosa rede Pestana – o maior grupo hoteleiro de Portugal – procurando por consultores de turismo para seu clube de férias compartilhadas, prometendo altos ganhos e muita pressão. “Quando eu li sabia que era pra mim”; conta Sandra. Numa seleção com 60 candidatos, ela conseguiu entrar no que seria seu trabalho pelos próximos dez anos, primeiro como consultora e depois como coordenadora.
“Estava escrito pressão e era isso mesmo! Nunca foi nada fácil. Era resultado, resultado e resultado. Já tinha a percepção e idealização de que quando me tornasse uma gestora faria diferente. Hoje me preocupo muito com as pessoas que estão trabalhando comigo: se elas estão bem, se estão felizes, se estão ganhando bem e até poupando. Trabalhar com vendas de alto impacto é difícil, mas é um aprendizado constante”, enfatiza Sandra.
Sua próxima parada foi no Royal Palm Plaza Campinas, onde trabalhou como supervisora e coordenadora de vendas. Diferente do Pestana, Sandra teve a oportunidade de trabalhar não só com a gestão de tempo compartilhado, mas de hotelaria também. “Foi uma experiência muito diferente. Aprendi e enriqueci muito!”.
Experiência no Nordeste
As passagens nas grandes redes de hotéis foram a experiência que Sandra precisava para dar o próximo passo e enfrentar o que viria pela frente. Após se desligar do Royal, onde trabalhou por quatro anos, ela foi convidada pela ASC para se mudar para Alagoas, para ser a nova gestora de projetos do vacation club do Iloa Resort, em Barra de São Miguel, a cerca de 30 km de Maceió. Se deu certo? “Fui para ficar 3 meses, mas deu tanto sucesso que acabei ficando dois anos”, conta.
Com o desafio de gerenciar o projeto como um todo, Sandra formou novos líderes e trabalhou com salas de vendas itinerantes. ‘’Tive a chance de criar os meus próprios materiais didáticos, onde coloquei muito da prática e da expertise. Foi incrível”.
A turismóloga conta que a maior dificuldade do início da sua carreira foi não se sentir tão preparada. Mesmo pós-graduada em Marketing e com titulação de Self Coach, muitas vezes ela sentia falta de um apoio mais técnico ou de um treinamento específico, “percebi que o meu desenvolvimento deveria ser feito por mim mesma. Me atualizei e nunca parei de estudar”. Esse comportamento de nunca parar de se desenvolver Sandra também procura passar para suas equipes, as incentivando a procurar por mais conhecimento e qualificação; até clube do livro ela costuma implantar para aumentar o hábito de leitura nos companheiros: “É um trabalho de formiguinha, mas você percebe a diferença. Vejo muitas pessoas do nosso mercado que não se atualizaram e isso pode ser o começo do fracasso”.
Trabalhar longe de casa
O trabalho também a levou para destinos longe de casa, onde muitas vezes teve que ficar por períodos extensos, como no Nordeste. “Eu acho maravilhoso. Cada lugar que a gente vai é totalmente diferente. No Nordeste as pessoas são uma extensão da nossa família, nos abraçam mesmo. Eles têm uma energia sensacional, ter uma equipe no Nordeste me enriqueceu demais. Eu falo que são cidades solares, não tem como ficar triste lá”, reverencia a turismóloga.
Mas nem todos os momentos foram, por assim dizer, ensolarados. Por mais que a carreira exigisse, a distância da família sempre foi penosa. Sandra relata que é complicado não fazer parte de datas e festas importantes, o que acaba, inevitavelmente, afetando a sua vida pessoal e causando um desgaste. “Eu procuro fazer com que o tempo que eu passo com a minha família seja muito especial. É minha filosofia de muitos anos, viver o hoje como se não existisse o amanhã”.
Modo de viver a vida
Essa maneira de levar a vida veio depois de um aprendizado que mudou quem a Sandra era e como ela pensava. “Quando eu trabalhava no Pestana, meu marido ficou doente. Era um tumor maligno e muito agressivo. Isso fez com que eu mudasse muito. Foram dois anos e meio de uma luta enorme e, infelizmente, ele acabou falecendo. Mas os sentidos das coisas mudaram muito para mim – passei a valorizar cada momento. Foi nessa época também que tive as minhas melhores performances de números. Na época eu já era coordenadora e as pessoas me perguntavam: ‘Como você consegue?’. Eu entrei na minha bolha e me preocupei em ouvir a história de cada família e cliente, querendo passar esse sentido de viajar e criar momentos memoráveis e únicos – porque eu já sabia que não teria mais isso com o meu marido. Mas não fiz disso uma muleta, consegui tirar o melhor. Eu contava essa história para muitas famílias para mostrar que precisamos agradecer e continuar a vida’’.
Paixão, espírito e dedicação para fazer aquilo que ama – mesmo com as tortuosidades do caminho – fizeram parte da história de Sandra; do mergulho no turismo que, no final, valeu a pena. “Eu sou uma pessoa muito dedicada, mas isso é o mínimo que se espera de um profissional. Estou no mercado de tempo compartilhado e multipropriedade há mais de 15 anos e aprendo a cada projeto, é sempre um desafio. Se me tornei aquilo que sou hoje, foi porque sempre fui muito resiliente e sempre escutei meus líderes. Desenvolver pessoas é desafiador e ver o seu desenvolvimento no dia a dia é o que me motiva – e é por tudo isso que sou apaixonada pelo que faço, nem penso em fazer outra coisa”, finaliza.