Resultado do crescimento econômico e populacional superior à média norte-americana, o mercado imobiliário da Flórida é, há anos, um dos mais aquecidos de seu país. Brasileiros, que sempre estiveram entre os principais compradores de imóveis na região, também assumem protagonismo como desenvolvedores e financiadores do real estate local.
Exemplos não faltam. No segmento de altíssimo padrão, a Multiplan acaba de adquirir um terreno de 3,6 mil m² em Surfside, uma das praias mais exclusivas de Miami, por US$ 64 milhões, para a construção de um condomínio que tem VGV estimado de US$ 300 milhões. Já no bilionário nicho das Single Family Homes, a startup Invisto se destaca em Orlando com um modelo de negócios – aquisição de imóveis antigos para demolição e construção de novos – semelhante ao que seu fundador e co-CEO, João Vianna, desenvolveu enquanto esteve à frente da Loft. No tradicional mutifamily, a Resia, subsidiária da MRV, lançará neste ano mil unidades, 400 delas em Miami. No funding, a Galapagos Capital gere um fundo que deverá investir US$ 2 bilhões nos próximos anos em imóveis no país.
Tanto essas experiências quanto a expansão do setor na Flórida fazem agentes da construção civil do país olharem o sul dos Estados Unidos como opção para diversificar seus negócios. A fim de apresentar cases, as características do mercado local, seu ambiente jurídico, modelos de negócios que constituem oportunidades tanto lá quanto no Brasil e gerar networking, a ADIT Brasil realizará o fórum Conexão Flórida, que acontece dias 29 e 30 de outubro, em Miami.
“Toda a cadeia da construção, de fundos a construtoras, passando por arquitetos e operadoras de turismo, já compreendeu que a ida para os Estados Unidos gera oportunidades de negócios. A ideia desses players é ampliar seus mercados de atuação, fazendo um fluxo semelhante ao de construtoras que partiram de São Paulo para realizar projetos em outras regiões do país”, diz Martín Diaz, presidente executivo da ADIT. “Ao mesmo tempo que percebemos a demanda por informações sobre o mercado da Flórida, notávamos que não havia um fórum ali com esse perfil. Daí, surgiu a ideia do evento, que deve ser anual”, acrescenta.
Segundo Rodrigo Milani, sócio do Grupo OSPA, apoiador estratégico do evento, a intenção é compartilhar experiências e criar um hub de conexões entre os dois países. “Muitos brasileiros veem a Flórida como opção para diversificar suas operações e, com o crescimento local, gerar recursos para investirem em projetos também no Brasil. Além disso, buscam conhecer modelos de negócios já consolidados nos Estados Unidos que podem ser implantados em nosso país”, diz.
Milani observa que algumas modalidades tradicionais nos Estados Unidos, embora já regulamentadas, ainda não apresentam desenvolvimento consistente no Brasil. O multifamily – empreendimentos residenciais geridos por fundos destinados à locação – é um exemplo. Conforme estimativa da consultoria SiiLa, o segmento deve crescer 31,5% nos próximos doze meses.
“É algo muito relevante, mas, mesmo que se concretize, o segmento permanecerá sendo uma fração do que é nos Estados Unidos, onde ele também é muito mais diversificado”, diz. Ele observa que, por conta de seu estágio de amadurecimento em território brasileiro, as ofertas na modalidade praticamente limitam-se ao alto padrão.
“Nos Estados Unidos, o multifamily atende a todos os públicos, seja por conta da dificuldade das pessoas em adquirir um imóvel, seja pelo perfil de alguns consumidores, como os chamados millennials, que se caracterizam pela falta de interesse na posse de bens. Se essa diversificação observada na experiência norte-americana ocorrer aqui, o segmento crescerá exponencialmente no Brasil, até por conta de nosso déficit habitacional”, observa.
Esses e outros modelos de negócios, as características dos mercados imobiliários brasileiro e da Flórida, as diferenças de suas legislações, fontes locais de financiamento, estratégias para alocação e captação de recursos, cases de arquitetura e experiências em hospitalidade serão apresentados e discutidos no fórum por players do mercado local como Alexandre Piquet, sócio-fundador da Piquet Law Firm, sediada em Miami, Ricardo Blas, COO da Resia, Bruno Benevides, sócio-diretor da Iron Capital, Rodrigo Machado, managing director de Real Estate nos Estados Unidos da Galapagos Capital, dentre outros.
Parte do evento será destinada a visitas técnicas a empreendimentos realizados por brasileiros na região. “Além da abordagem dos produtos, a apresentação contemplará sua estruturação jurídica, de funding e outros aspectos, proporcionando uma visão prática de como foram realizados”, diz o presidente executivo da ADIT Brasil.
No encerramento, João Vianna contará sua trajetória no segmento imobiliário, iniciada em 2015, com a Maison São Paulo, onde surgiu, três anos depois, a Loft. Já com a startup convertida em unicórnio, ele se afastou da operação para ingressar no segmento de Single Family Homes de Orlando. Na Invisto, o modelo de negócio de suas proptechs brasileiras foi adequado às características do mercado local. Nele, as casas, por conta dos materiais usados em sua construção, têm durabilidade inferior, o que aumenta o número de propriedades que podem ser adquiridas para dar lugar a novas. O uso da tecnologia, também notório nas empresas que Vianna criou no Brasil, é muito mais intenso em solo norte-americano, por conta da infinidade de bancos de dados existentes e pela disponibilização de informações sobre negócios se dar quase que em tempo real.
O Fórum Conexão Flórida, organizado pela ADIT Brasil, tem como parceiros estratégicos o Grupo OSPA e o Casa Florida Group. Acontece dias 29 e 30 de outubro, no W Miami Hotel, em Miami.
O programa completo do evento está disponível no endereço https://adit.com.br/evento/conexao-florida/. As inscrições podem ser feitas em https://adit.com.br/evento/conexao-florida/#investimentos.
Mais informações, pelo telefone (82) 99647-0012 ou pelo e-mail operacoes@adit.com.br. Apoio institucional: Consulado Geral do Brasil em Miami.