A arquitetura positiva é um termo que vai muito além da funcionalidade e estética dos empreendimentos, é uma busca por criar ambientes que tem como prioridade o bem-estar e a felicidade das pessoas, sejam os empreendedores, clientes, funcionários, prestadores de serviço, etc. Esse é um termo emprestado da psicologia, que muito se tem falado a “psicologia positiva”, onde se concentra o estudo dos aspectos positivos das relações e experiências humanas, como a felicidade, o desenvolvimento pessoal e o sentido de propósito.
Ao emprestar os princípios da psicologia positiva para a arquitetura, nós profissionais especialistas dessa área buscamos criar espaços que incentivem e promovam emoções positivas, como o contato com a natureza (dentro dos conceitos de biofilia, que já discutimos muito por aqui), estimulem a interação social e ofereça oportunidades de crescimento e desenvolvimento pessoal para todos os envolvidos; o estudo, o desenvolvimento e a aplicação de elementos como luz e ventilação natural abundante, convívio e integração entre as pessoas (sempre respeitando as diferenças e a intimidade), design acessível e inclusivo (que já discutimos por aqui também), entre outras soluções…
Dentro do nosso contexto de empreendimentos de turismo, hospitalidade e entretenimento, a arquitetura positiva pode desempenhar um papel fundamental para a criação de experiências memoráveis e significativas para os clientes. No desenvolvimento de resorts, hotéis, parques, centros de lazer e entretenimento, nós arquitetos consideramos o impacto psicológico e emocional dos espaços projetados, aplicando os conceitos que discutimos acima, sempre levando em consideração que precisamos encantar os clientes, e que as experiências geradas em alguns poucos dias precisam perpetuar em sua memória por muito tempo.
Claro que a arquitetura não é a única responsável pela experiência dos clientes, é um complemento fundamental, para que o empreendimento tenha a estrutura necessária para a operação desenvolver seu trabalho.
A aplicação desses conceitos passa por todas as áreas do projeto, desde apartamentos com vistas panorâmicas e integradas a natureza, espaços ao ar livre para atividades como meditação, ioga, áreas de lazer e piscinas que precisam transmitir esses princípios, e claro as áreas gastronômicas com uma alimentação consciente e saudável.
Por fim, esses são alguns exemplos da aplicação da arquitetura positiva nos empreendimentos, mais que soluções técnicas, é uma filosofia de trabalho, em que o ponto central é promover a felicidade humana e dar sentido de propósito nas relações das pessoas, das empresas e nos negócios.
* Milton Filho é arquiteto e urbanista, sócio da MFDC Arquitetura & Design, Professor do MBA da FAG no curso de Archidesign no mercado de luxo, com ampla experiência em arquitetura e construção civil, possui MBA em gestão de projetos pela FGV, e no segmento de turismo atuou por seis anos na AVIVA como coordenador de projetos, gerenciando o portfólio de projetos da empresa. Atualmente assina importantes projetos de empreendimentos hoteleiros e parques, como o GR Group, Grandes Lagos Thermas Resort, Empreendimento Cataguá, entre outros.
