Na última semana, aconteceu em Orlando a ARDA Spring Conference, o maior evento de timeshare no mundo. Juntos, mais de 1000 profissionais discutiram resultados recentes e tendências do turismo compartilhado.
Neste breve artigo, compartilho 10 insights sobre o evento e como um “olhar para fora” pode inspirar o mercado brasileiro. Spoiler alert: grandes números nos EUA aproximam-se do pico histórico de performance.
10 insights sobre o timeshare no mundo:
- Vendas próximas ao recorde histórico: apenas nos EUA, foram US$ 10,1 bi em vendas em 2022, um total de 467 mil transações. No mundo, são mais de US$ 20 bi em vendas.
- Um “jogo” de gente grande: são dezenas de players globais com centenas de resorts em sua plataforma de gestão, incluindo gigantes hoteleiros como Hilton, Marriott e Wyndham.
- 1549 resorts e 203,8 mil unidades habitacionais: este é o tamanho do “pequeno” mercado nos Estados Unidos.
- Mercado financeiro presente: além de operadores, grandes instituições financeiras apostam no setor e viabilizam o funding do negócio.
- Em ocupação, resorts aproximam-se a 80% ao ano: apesar da pandemia, em 2022 a ocupação média chegou a 78%. O ano de melhor resultado foi 2018, com 81%.
- US$ 73 bi em impacto econômico: cada US$ 1 em vendas movimenta mais de US$ 7 na economia norte-americana, direta ou indiretamente.
- Upgrade é estratégico para o negócio: até 2/3 das vendas de timeshare são para a base ativa de clientes. Para tanto, possibilidades de upgrades são fundamentais.
- Gastos do cliente excedem US$ 4,5 bilhões: a injeção de consumo com transporte, alimentação, entretenimento, entre outros, dinamiza o turismo e a economia local.
- Tecnologia fortalece a estratégia de vendas: utilização de plataformas tecnológicas ajudam a materializar o produto em venda e trazer mais segurança ao cliente.
- Cancelamento e inadimplência em níveis saudáveis: em ordem de grandeza, chega à metade dos indicadores médios no Brasil.
E o que os insights sinalizam para o Brasil?
Primeiro, que o turismo compartilhado é um negócio global, de grandes players e mais de 50 anos de crescimento. Em mercados maduros, com produtos adequados e empresas competitivas, excelentes resultados foram atingidos. E sim, também é um negócio complexo, que requer estratégia, diligência e governança.
No Brasil, por ser um mercado em desenvolvimento, estamos em curva de aprendizagem para muitas operações. Logo, inspirar-nos em boas práticas globais, devidamente “tropicalizadas”, nos ajudará a ter negócios cada vez mais sólidos e atrativos. Para tanto, temos uma “lição de casa” para fazer como setor.
- Pedro Cypriano é especialista em investimentos e gestão estratégia, fundador e sócio-diretor da Noctua Advisory | Inteligência em hospitalidade e entretenimento. Ao longo dos últimos 19 anos, liderou centenas de projetos junto a consultorias globais, na Europa, no Oriente Médio, na África e na América Latina. Autor do livro Desenvolvimento Hoteleiro no Brasil, pela editora SENAC, e professor em cursos de pós-graduação e programas executivos no Brasil e no exterior.