Visando solucionar algumas dúvidas de futuros empreendedores e compartilhar boas práticas, o ADIT Share 2024 trouxe o painel “As dores do mercado de propriedade compartilhada”, com Danilo Samezima, CEO da Oceanic Empreendimentos, como moderador; Francisco Costa Neto, Managing Partner da Beta Advisory; José Roberto Nunes, CEO do Mundo Planalto; e Diego Vailatti, CEO do Grupo Pedra da Ilha.
Organizado pela ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), o ADIT Share é o principal evento de multipropriedade e timeshare do país e acontece este ano no Tauá Resort Atibaia, em Atibaia (SP), nos dias 21, 22, 23 e 24 de maio.
“Aqui nós temos um grupo que tem caminhos e visões diferentes, com experiências de consultoria, executivo, hoteleiro e desenvolvedor/incorporador”, iniciou o painel Danilo Samezima. “Esse ano temos menos players do mercado financeiro no ADIT Share, qual a importância do funding para a multipropriedade?”.
Desenvolvedor dos empreendimentos Castelos do Vale Resorts, em Bento Gonçalves (RS), e Hard Rock Hotel Gramado, José Roberto explicou que a multipropriedade já uma modelagem de funding. “Para que possa ter uma carteira, e através desta carteira possa alavancar, podendo ser por CRIs”. Para ele, alguns produtos do mercado financeiro para a multipropriedade, como o CRI, possuem taxas proibitivas, pois são muito altas. “No nosso caso, pegamos 15% do produto (Hard Rock Hotel Gramado) e vendemos integral, lançamos em setembro e já vendemos R$ 50 milhões”.
O modelo financeiro adotado pelo Mundo Planalto em seus projetos está muito baseado no equity e carteira dos clientes. “Claro que estamos sendo conversando com o mercado financeiro, mas não é o ideal. Vejo que temos dois momentos de funding, a estruturação comercial e depois a obra, o ideal é ter uma estrutura que o comercial consiga bancar essa obra”, afirmou o CEO do Mundo Planalto.
Com o empreendimento Solar Pedra das Ilhas, em Penha (SC), com 102 apartamentos, o Grupo Pedra da Ilha entrou no mercado de multipropriedade buscando funding para finalizar a obra do hotel em 2016. Atualmente, o grupo possui mais um projeto com 120 apartamentos aprovado e, com a experiência adquirida na comercialização, obra e entrega do primeiro empreendimento, está estudando a melhor modelagem de funding. “É um momento de cautela, estamos analisando o que pode ser feito, talvez possamos incorporar parte do segundo projeto para apartamentos integrais, para termos um folego maior, senão podemos perder resultados por ter feito uma má escolha”, disse Diego Vailatti.
Francisco Neto tem uma visão pessimista sobre a busca do funding no mercado financeiro para a multipropriedade. “A taxa de juros continuará alta, teremos apenas os financiadores especialistas, que serão poucos, então, vamos ter um cenário muito pessimista”, analisou ele. “Acredito em produtos de mais alto padrão, que o cliente tenha melhores condições financeiras, gerando menos inadimplência e distratos”.
Danilo Samezima lembrou que o custo de comercialização e marketing na multipropriedade é muito alto, muitas vezes gerando mais exposição de caixa do que a obra. “isso machuca o bolso do incorporador”.
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