Empresários dividiram experiências de como se deu a reestruturação das equipes de vendas em suas empresas
- Francyelle Nunes
O segundo dia do ADIT Share 2020 voltou a trazer o foco para a mudanças que o setor de turismo compartilhado enfrentou na pandemia. Dessa vez com o painel “Comercialização online: aprendizados e perspectivas”, com moderação do sócio da #CASE, Sérgio Falquer; a sócia-diretora da Tudo Consultoria, Adriana Chaud; o head of Partnerships and Business Intelligence da VCI SA, Ênio Miranda; e o CEO do Grupo Natos, Rafael Almeida.
Organizado pela ADIT Brasil, o ADIT Share 2020, é o principal seminário para negócio em multipropriedade e timeshare, e que acontece de forma híbrida (presencial e on-line), nos dias nos dias 26, 27, e 28 de novembro no Wish Serrano, em Gramado/RS.
Falquer iniciou a rodada de perguntas confessando que antes da pandemia só acreditava nas salas de venda. “Eu não acreditava em vendas on-line. Eu era um ferrenho defensor da venda tradicional”. Mas hoje, ele disse não ter dúvidas de que a comercialização pela internet é o caminho para o futuro do setor. “Realmente a venda on-line veio para ficar nesse mundo novo”, apontou.
Perguntada sobre a forma de readaptação da equipe de vendas para o meio digital, a sócia-diretora da Tudo Consultoria, Adriana Chaud, respondeu que o processo foi desenvolvido por experimentação. “Eu não acredito que algo novo tenha algum mapa para dar aula. Então, a gente foi por tentativa”, contou.
Para fazer apresentações e comunicação com clientes, ela explicou que a empresa busca respeitar a preferência de cada um, por isso não há uma plataforma definida para essa etapa. “A gente viu que, muitas vezes, o cliente prefere falar pela chamada de vídeo do Whatsapp. Então, a gente vai no que o cliente se sente confortável. Porque existe uma resistência em baixar aplicativo, entrar em algo que ele não conheça” argumentou ela, completando ainda que o modelo “Frankstein” foi importante para não perderem o timing.
Chaud comentou também que a utilização de sistema de leads e de gestão dos leads trouxeram resultados positivos. “Hoje a gente tem a maioria dos clientes oriundos de impulsionamento e de patrocínios de leads na internet”, esclareceu.
O head of Partnerships and Business Intelligence da VCI SA, Ênio Miranda, comentou que o processo de readaptação de vendas em sua empresa foi um pouco diferente, pois o planejamento de comercialização digital foi iniciado ainda no ano de 2018. “Fizemos um investimento, trouxemos equipe e desenvolvemos esse sistema. Isso ao longo de 2019. Quando chegou a pandemia, nós já estávamos com ele estruturado”, disse.
De acordo com Ênio Miranda, foi um processo trabalhoso, um investimento que demandou tempo e muito orçamento. Mas segundo ele, o esforço valeu a pena. Lançado em abril deste ano, o novo sistema já opera com resultados fortes. “Quando chegou final de agosto, nós já havíamos alcançado, por esse sistema, o mesmo faturamento do mês de agosto do ano passado”, exclamou.
Para o CEO do Grupo Natos, Rafael Almeida, a pandemia auxiliou de forma crucial a aceleração na criação e implementação de novas estratégias de vendas no segmento. Com a expansão mundial do e-commerce, ele acredita que a sensação de segurança dos clientes aumentou neste ambiente. “Acho que a pandemia ajudou sim nessa questão. A pessoa hoje se sente mais segura em fazer uma compra on-line”, disse.
Segundo Rafael Almeida, as vendas on-line vieram para ficar, mas não desmerece e nem acredita que isso vá abolir a forma tradicional de vender. Ele propõe que o mercado alie as duas estratégias. “O on-line também é uma forma de testar o produto, de fazer ajustes necessários na sala de presencial. A sala de venda física sempre vai continuar”, concluiu confiante.