‘’Os segredos da operação hoteleira e condominial: o desafio de entregar o que foi prometido’’ foi um dos painéis do primeiro dia do ADIT Share 2017, com participação da diretora da Mapie, Carolina Haro, o diretor da Padrão Argil, Francisco Santos, o diretor da Enjoy Administração de Hotéis, Alexandre Zubaran, o diretor da Develop América, Rafael Guaspari, o diretor da Incortel Incorporação e Construção, Romero Valença, e o moderador foi Juliano Macedo, diretor da JAM Lazer & Turismo.
Organizado pela ADIT Brasil, o evento acontece nos dias 08 a 10 de junho, no Rio Quente Resorts/GO, e conta com a participação dos principais executivos e empresários do setor de hotelaria e turismo do país.
Logo no início do debate, o moderador Juliano Macedo provocou os painelistas: ‘’Quero que digam quais dificuldades do fracionado, pois todos falam só como é promissor, mas também há os problemas’’.
Para Carolina Haro, os administradores do fracionados devem olhar para a geração Millenials. ‘’As pessoas mudaram a maneira de ver tv e escutar música, também sobre o que pensam sobre férias e propriedade’’, afirmou a diretora da Mapie. ‘’Estamos olhando para esse cliente final? Será que é isso que ele quer?’’, indagou.
Novos players
Muitos dos painelistas confirmaram os planos de suas empresas ingressarem no mercado de multipropriedade como administradoras hoteleiras.
O diretor da Incortel, Romero Valença, disse que sua empresa desenvolve a marca Best Western no Brasil e que a Incortel já tem alguns projetos de lançar empreendimentos de frações.
O diretor da Padrão Argil, Francisco Santos, sinalizou que a empresa busca novos mercados e que pode levar a expertise da hotelaria para a multipropriedade.
O diretor da Develop América, Rafael Guaspari, confirmou o interesse da empresa no negócio de multipropriedade, mas falou de algo que o preocupa. ‘’Minha preocupação e que o fractional não se estrague, como ocorreu com o condo-hotel’’.
Novos paradigmas para o mercado
Para Alexandre Zubaran, a indústria está muito focada em sala de vendas e VGV, mas se esquece de outros pontos importantes do empreendimento. Segundo ele, a partir desse ano, mais empreendimentos serão entregues e deverá haver uma mudança de visão.
‘’Tem que entender a necessidade do cliente, se não atender as expectativas é um produto irrelevante. Precisamos mudar nosso jeito de fazer hotelaria para a sociedade hoje, as famílias mudaram e temos redes sociais e internet’’, apontou o diretor da Enjoy.
Segundo a Carolina, as empresas hoteleiras devem usar muitas pesquisas, dados e estatísticas para entender os clientes. ‘’Temos que ouvir os consumidores para planejar. E não com a própria perspectiva do que pensa ser bom’’.
Hotel X Multipropriedade
Para Guaspari, o fractional não pode ser como um hotel, pois a multipropriedade é uma segunda residência. ‘’São para pessoas que querem uma maneira inteligente de viajar’’, afirmou. ‘’Quando se vende diárias para final de semana, tira o aspecto de segunda residência’’.
Já para Valença, 80% do negócio multipropriedade é hotelaria, pois é prestação de serviço. ‘’O cliente que adquiriu quer ser hóspede e é necessário o apoio de uma rede hoteleira’’, disse. ‘’E quando o proprietário não estiver utilizando, a rede pode vender as diárias para outros hóspedes’’.
Futuro da multipropriedade
Macedo perguntou para os painelistas: ‘’o que vai ser esse produto com 15 anos, como manter a atratividade?’’.
Para Francisco Santos, os produtos devem ser para os consumidores do século XXI. ‘’Estamos buscando tecnologias e serviços para o novo consumidor’’.
‘’Não conheço produto mais sustentável que o fractional, o mais importante é conhecer o cliente, escutar o cliente, para fazer o proprietário pagar as taxas em dia e sempre voltar ao empreendimento’’, resumiu Alexandre Zubaran.
Segundo Guaspari, o fractional não depende da hotelaria para ter o fundo de reserva para investimentos. ‘’Depende de o proprietário pagar a taxa de condomínio, mas ele deve estar encantado para pagar em dia’’, afirmou. ‘’Como que o cliente vai visitar o mesmo empreendimento por 50 anos? Deve-se encantá-lo’’.
Segundo Carolina, a multipropriedade vai contra a tendência atual, pois o novo consumidor não pensa em posse ou propriedade. ‘’Em pesquisas detectamos isso, os Millenials não pensam nisso’’.
Um dos pontos levantados por Rafael Guaspari foi a respeito das assembleias de proprietários. ‘’O empreendimento só vai funcionar com um comando, que todos concordem. Temos que deixar tudo bem feito, para que todas as gerações usem’’.
ADIT Share 2017 debate os desafios da entrega de empreendimentos de multipropriedade
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