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“Acredito que o entretenimento somado à multipropriedade vai crescer muito’’

Entrevista com Paulo Mentone, CEO da Mentone Estratégias e Negócios

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Parques temáticos e aquáticos são divertidos, mas também são negócios que geram empregos e renda e fazem parte dos segmentos de entretenimento e turismo. Como todo negócio, necessita de uma viabilidade e investimentos. Há várias formas de viabilizar o desenvolvimento de um parque turístico, pode ser atrelada a um empreendimento hoteleiro ou multipropriedade, vendas de títulos ou passaportes, captação de recursos via mercado financeiro, entre outras.

Com mais de 30 anos de atuação no turismo, entretenimento, hotelaria, multipropriedade e timeshare, com passagens por alguns dos principais players do mercado, como Rio Quente, Beach Park, Magic City e Gramado Parks, Paulo Mentone, em entrevista à Revista Turismo Compartilhado, explica alguns pontos importantes sobre negócios para parques temáticos e aquáticos, além de falar um pouco sobre sua trajetória profissional.

Como iniciou a atuação no segmento de turismo e entretenimento?

Iniciei minha carreira no Turismo como guia, acompanhando excursões nacionais e internacionais, quando estudava Engenharia de Materiais na UFScar, em São Carlos (SP). Quando sai da faculdade, montei minha operadora focada em excursões para Orlando. Trabalhei como Diretor de Turismo na Prefeitura de São Carlos, período que completei minha formação de Geógrafo, depois realizei um MBA em Economia do Turismo, ambos pela USP.

Em seguida, fui trabalhar no Rio Quente Resorts, na gestão da operadora do grupo, a Valetur, participando do crescimento do timesharing, do entretenimento e da hotelaria da empresa.

De Goiás fui para o Ceará, para o Beach Park, onde fiz parte do time que levou o grupo a evoluir na gestão do timesharing, do entretenimento e da hotelaria. Depois mudei da área comercial para a gestão geral, assumindo a direção do Magic City. Em seguida, migrei para a Gramado Parks, onde assumi a direção do parque de neve Snowland, participando da consolidação operacional do parque e do crescimento do grupo, chegando a ocupar a Vice-Presidência de Entretenimento da Gramado Parks.

Depois de tantos anos como empresário e executivo, agora me dedico à consultoria no desenvolvimento, implantação e gestão de projetos de entretenimento e hospitalidade, inclusive multipropriedade.

Como enxerga a evolução dos segmentos de turismo e entretenimento durante os anos que esteve atuando?

Nesse período de mais de 30 anos de trabalho com turismo, entretenimento, hotelaria, tempo compartilhado e multipropriedade, pude vivenciar uma enorme evolução profissional nestas atividades. Seja no Brasil como no exterior, é indiscutível a importância destes segmentos no desenvolvimento socioeconômico e no impacto sobre os territórios. Somos responsáveis por geração de riquezas e transformar regiões. E a crescente conscientização sobre a importância do meio ambiente favorece o desenvolvimento de projetos responsáveis que contribuem para construção de um legado de atividades que conciliem a preservação do planeta, a valorização da cultura, o desenvolvimento socioeconômico e propiciem lazer de qualidade, necessidade indispensável para equilibrar a vida.

Qual a importância de medidas como a isenção de impostos sobre a exportação de equipamentos e o Perse (Programa Especial de Retomada do Setor de Eventos) para o turismo e entretenimento?

Investir em entretenimento e hospitalidade no Brasil requer determinação para superar dificuldades de todo tipo e o sistema tributário é um desafio que não atinge somente o nosso segmento, mas toda a economia. Fico otimista quando vejo medidas que contribuem para o desenvolvimento do setor, seja na isenção de impostos para a importação de equipamentos que não são produzidos no Brasil, como também com as compensações tributárias para o setor se recuperar da tragédia da pandemia que nos atingiu. Acredito que estas medidas visam melhorar as condições para o desenvolvimento das atividades de entretenimento e hospitalidade e isso aumenta a nossa responsabilidade de retribuir para o país com investimentos que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental.

Para um empresário que queira desenvolver um parque aquático ou temático, qual o primeiro passo que deve dar?

Recomendo um planejamento em 5 etapas:

1) desenvolvimento do conceito do negócio, em que se discute o público-alvo, a proposta de valor que será oferecida, as experiências que serão vividas pelos envolvidos, os valores que nortearão os trabalhos e os objetivos que serão buscados.
2) desenvolvimento do branding, do storytelling, das estratégias do negócio, da análise das características do local do projeto e do seu entorno, e o detalhamento das atividades e atrações que comporão o projeto.
3) desenvolvimento do master plan arquitetônico em conjunto com o estudo de viabilidade (Capex, Opex, DRE, DFC, Valuation).
4) planejamento e execução de obras e implantação pré-operacional.
5) gestão operacional.

É interessante pensar em ter um hotel ou multipropriedade atrelados ao parque?

O modelo comercial e operacional unindo hotelaria, multipropriedade e entretenimento é sinérgico e complementar. Todos vendem experiências de férias. Um agrega valor para o outro e está composição contribui para aumentar as taxas de retorno dos negócios. Parques são investimentos que exigem um grande capital, que podem ser financiados pela alta rentabilidade da multipropriedade. A multipropriedade precisa do entretenimento para justificar a venda e se o Parque fizer parte do projeto será um diferencial que permitirá agregar mais valor à cota e acelerar as vendas.

Um dos fatores mais importantes do planejamento deste tipo de projeto é o faseamento adequado, visando encadear as etapas de implantação do projeto para que cada passo facilite a fase seguinte, pois para manter a atratividade do negócio e a satisfação dos clientes será necessário investir na constante melhoria do empreendimento. A cada nova atração do Parque, um novo módulo de multipropriedade pode ser lançado, com a constante valorização do empreendimento. Além disso, o Parque contribui de forma decisiva para viabilizar a captação de novos clientes.

Como o empresário deve buscar investidores? Há alguma linha de financiamento para o segmento de entretenimento? As vendas de títulos ou passaportes podem ajudar nessa fase de lançamento e construção do parque?

O desafio é criar um bom projeto, com um conceito original e autêntico, em um lugar diferenciado, viável economicamente, com atratividade e que ofereça experiências que atendam às necessidades e desejos dos consumidores. Tendo isso, não faltam fontes de financiamento e potenciais parceiros ávidos para investir em um modelo de negócio que traz alta rentabilidade e perpetuidade. Ainda é um segmento que está no início de uma jornada de crescimento, com possibilidades compatíveis com o enorme potencial turístico do Brasil. Ainda temos muito espaço para ocupar, e cada vez mais, as grandes empresas despertam para este segmento. Acredito que o entretenimento somado à multipropriedade vai crescer muito.

A venda de títulos ou passaportes é um modelo de negócio que pode ser utilizado para alavancar clubes de lazer, que são o primeiro passo para a implantação de parques e de multipropriedades. É uma forma inteligente de se levantar capital para investir em projetos maiores e criam uma base de clientes que pode crescer junto ao projeto. Assim como a multipropriedade, esse formato de vendas de títulos/passaportes precisa da implantação de um modelo comercial especializado, que se for bem-sucedido, pode levar a projetos ainda maiores.

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