No mercado imobiliário de multipropriedade e de turismo, onde a pressão por resultados, a negociação constante e as metas desafiadoras são parte do dia a dia, é fundamental que os profissionais que lidam diretamente com as vendas, como consultores, líderes, gerentes de sala de vendas e captadores, não apenas se preocupem com a saúde física, mas também com a saúde mental. Muitas vezes, a busca por resultados e a rotina acelerada acabam sobrecarregando a mente e o corpo, criando um ciclo prejudicial que afeta diretamente o bem-estar e a qualidade de vida dos trabalhadores.
O cuidado com a saúde mental deve ter a mesma importância que a preocupação com a saúde física, como a prática de exercícios, a alimentação balanceada ou até mesmo a consulta periódica com médicos. O psicólogo e a psicanálise, por exemplo, oferecem um olhar profundo sobre os fatores emocionais que influenciam o comportamento humano, principalmente no ambiente de trabalho. Profissionais de áreas exigentes, como o setor imobiliário e de turismo, enfrentam pressões que podem desencadear estresse, ansiedade e esgotamento, impactando diretamente não só a produtividade, mas também o equilíbrio familiar e social. O cuidado com a mente é, portanto, essencial para manter uma rotina saudável no trabalho, promover a qualidade de vida e garantir a harmonia nos relacionamentos pessoais, como no casamento e na família.
Neste cenário, é imprescindível que as empresas do setor, sejam elas pequenas ou grandes, reconheçam a importância de cuidar da saúde mental de seus colaboradores. A legislação brasileira já começa a dar os primeiros passos para regulamentar esse cuidado. A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) e a recente Lei 14.831/2024, que estabelece medidas relacionadas à saúde mental no ambiente de trabalho, visam proteger os trabalhadores, garantindo que, mesmo aqueles contratados como pessoas jurídicas (PJ), possam ter acesso a suporte psicológico e estratégias que promovam o bem-estar mental.
A preocupação com a saúde mental não deve ser apenas responsabilidade do trabalhador. As empresas precisam estar atentas a esse fator e oferecer condições adequadas para que seus colaboradores possam cuidar de sua saúde mental, criando um ambiente saudável e equilibrado. Investir na saúde mental é garantir não apenas melhores resultados em termos de produtividade e engajamento, mas também assegurar que os profissionais tenham uma vida pessoal satisfatória e equilibrada.
Em um setor como o imobiliário e o de turismo, onde as relações interpessoais e a qualidade no atendimento são essenciais, promover o bem-estar mental dos colaboradores é uma forma de investir diretamente na experiência do cliente e no sucesso da empresa. Profissionais mais saudáveis mentalmente são mais empáticos, resilientes e capazes de lidar com desafios sem prejudicar sua saúde física e emocional.
Portanto, fica claro que, assim como a saúde do corpo deve ser cuidada, a saúde mental também deve ser uma prioridade. O trabalho, a vida familiar e o bem-estar social dos colaboradores dependem desse equilíbrio. E as empresas têm a responsabilidade de promover um ambiente que favoreça não só o desenvolvimento profissional, mas também a qualidade de vida e a saúde mental de seus colaboradores. No fim, um trabalhador saudável mentalmente é também um profissional mais produtivo, mais engajado e mais capaz de alcançar os melhores resultados.
- Diogo Ferreira é Doutor pela PUC Goiás, professor universitário nos níveis de graduação e pós-graduação, e escritor de livros voltados para saúde mental, inclusão social e direitos trabalhistas. Atua como psicanalista, especializada na abordagem lacaniana, com ampla experiência no tratamento de depressão, transtornos de ansiedade e pensamentos acelerados. Como coordenador educacional do IBO Ensino, dedica-se à formação de profissionais diversificados, além de desenvolver estudos e estratégias para promover o bem-estar.
