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* Multipropriedade – R$ 22,3 bi em VGV * Turismo Compartilhado – R$ 3,46 bi em vendas *O que significam esses valores?

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Recentes estudos apontaram que o mercado de propriedade compartilhada atingiu valores estratosféricos em 2019, mas há outros números e dados que merecem ser analisados

O turismo compartilhado (timeshare e multipropriedade) ainda é muito recente na economia brasileira. Ainda gera muitas dúvidas e incertezas Mas também curiosidade e atração de investidores. O setor vem colhendo conquistas na luta de ser reconhecido como um segmento relevante.

Afinal, um segmento que almeje ser respeitado e atrair novos players e investidores deve ter segurança jurídica – o que o turismo compartilhado possui. A Lei Geral do Turismo, Lei 11.771/2008, regula o modelo de timeshare; e a Lei de Multipropriedade, Lei 13.773/2018, regulamenta o sistema de multipropriedade.

Além do arcabouço jurídico, o segmento também deve apresentar números, estudos e pesquisas. O que também já começa acontecer com o turismo compartilhado. Neste ano, dois estudos foram apresentados: a 3ª edição do Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil, realizado pela Caio Calfat Real Estate Consulting; e a 2ª edição da pesquisa O Mercado de Turismo Compartilhado no Brasil, da ADIT Brasil (Associação Para Desenvolvimento do Imobiliário e Turístico do Brasil) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Estes dois materiais foram apresentados durante o ADIT Share 2019. De acordo com o estudo da Caio Calfat, o VGV (Valor Geral de Vendas) dos empreendimentos lançados no Brasil atingiu até este ano R$ 22,3 bilhões, um crescimento em torno de 36% em relação ao estudo de 2018, que apresentou o valor de R$ 16,3 bilhões. Já a pesquisa da FGV e ADIT Brasil apresentou o valor de R$ 3,4666 bilhões em vendas de produtos de turismo compartilhado, um crescimento de 188% em relação a pesquisa de 2018, que teve o valor de R$ 1,2 bilhão.

Os dois estudos mostram o crescimento da indústria de turismo compartilhado (timeshare e multiproapriedade). Trazendo não apenas os valores das vendas, mas as regiões onde estão os empreendimentos, a quantidade de projetos, empreendimentos fracionados já em operação, em lançamentos e em construção e algumas taxas essenciais, como: conversão de vendas, cancelamentos, retenções, e custos com marketing e vendas. Esses números são muito mais importantes para quem realmente conseguir entendê-los e usá-los estrategicamente.

Definindo turismo compartilhado

Pesquisa da Caio Calfat sobre multipropriedades turísticas

O segmento de turismo compartilhado é dividido em setores de natureza jurídica diferentes – multipropriedade, um produto imobiliário, e vacation club, um produto hoteleiro, mas coloca-se dentro do mesmo segmento, pois os dois visam férias e lazer, basicamente o que comercializam é a utilização do tempo dentro do empreendimento, por isso o nome tempo compartilhado, além do processo de vendas ser o mesmo para ambos.

Antes de 2017, quando a Caio Calfat realizou a 1ª edição do estudo de multipropriedade, não havia pesquisas e estudos sobre o mercado. Hoje, com estudos divulgados em 2017, 2018 e 2019, conseguimos ter uma análise sobre o crescimento do mercado – comparando os números atuais com dos anos anteriores.

O estudo da Caio Calfat é apenas sobre multipropriedade, em que listou os 92 empreendimentos lançados no país, as cidades, estados e regiões em que estão localizados, além de explorar bem a questão da valorização dos imóveis, com o preço médio das frações, valor médio da semana, qual tipo de produto é o mais comercializado (de duas semanas), número de apartamentos, entre outros dados.

Já a pesquisa FGV/ADIT Brasil explorou o mercado inteiro de turismo compartilhado (timeshare e multipropriedade), não diferenciando os dois em nenhum tópico do estudo. A pesquisa foi realizada através de entrevistas com 102 responsáveis pelos empreendimentos. Assim, fica claro que faltaram muitos empreendimentos para serem pesquisados, mas mesmo assim, o estudo oferece um recorte sobre o mercado.

Como utilizar esses estudos estrategicamente

Pesquisa da FGV/ADIT Brasil sobre turismo compartilhado


Apesar dessas diferenças entre ambos estudos, talvez por uma questão de metodologia ou porque algumas empresas não aceitaram enviar seus números, alguns dados dos dois estudos podem ajudar os empreendedores a desenvolver estratégias para lançar projetos, comercialização (marketing e vendas), pós-vendas e recebimentos de carteiras, obras, e até conseguir mais investidores ou securitização

A maior parte dos projetos, na pesquisa FGV/ADIT, respondeu que a taxa de cancelamento de contratos estava entre 10% e 30%. O que pode parecer uma taxa alta, mas já é incorporada ao estudo de viabilidade e a velocidade de vendas também já a considera. Enquanto a maior parte dos entrevistados respondeu que a taxa de retenção de cancelamentos era em torno de 30%. Esse é um ponto muito crucial quando se estuda esse modelo de negócio, pois a maior parte das empresas, no estudo da Caio Calfat, respondeu que a taxa de conversão de vendas, ficava entre 11% e 25%.

Conhecer as taxas médias do mercado é importante para ter uma projeção de recebimento da carteira. O estudo de viabilidade e planejamento financeiro pode ser desenvolvido a partir dessas taxas. Assim, se estabelecem as metas: quantas famílias devem assistir à apresentação do produto para se ter o número de vendas necessárias, considerando taxas de retenção e distratos, e no fim, conseguir receber a receita planejada, o que significaria uma carteira saudável.

Nos dois estudos se verifica que há variações das eficiências de vendas, retenção, taxas de cancelamentos. O que é normal. Realmente há variações de projeto para outro projeto, localização, alta e baixa temporadas, às vezes a operação comercial inicia com poucas conversões de vendas, mas depois de alguns meses alcança a performance planejada. O mais importante é haver taxas aceitáveis. Não atingindo-as, os investimentos e obras ficam comprometidos. Se superar as metas, o projeto ganha mais um fôlego.

O investimento em comercialização e marketing, grande terror de empreendedores há alguns anos, com investimentos alcançando mais de 35% do VGV, nesta última pesquisa da Caio Calfat não superaram os 22%. Ainda é alto. Principalmente, se pensarmos que grande parte desse aporte deve ser realizado no início da operação comercial, quando ainda não foram realizadas vendas, para abertura de salas de vendas, materiais de divulgação, investimento em mídias. Algumas consultorias já oferecem soluções que visam a redução do custo nessa etapa do ciclo do negócio.

Outro ponto fundamental é que desenvolvedores, empreendedores e incorporadores compreendam que, por um lado, os distratos e investimentos em vendas e marketing são maiores do que em lançamentos imobiliários tradicionais, mas por outro lado, a captação de leads e conversão de vendas do turismo compartilhado superam os números do mercado imobiliário tradicional.

Pontos a serem explorados nos próximos estudos
Para finalizar esse texto analítico, sugerimos alguns pontos que podem estar nas pesquisas da Caio Calfat e FGV/ADIT para 2020: o impacto do início da operação hoteleira e condominial dos empreendimentos fracionados para a comercialização e distratos; revendas de multipropriedades; e números do intercâmbio de férias.

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