Quais tipos de projetos os fundos de investimento imobiliários estão procurando? Para responder essa questão, o ADIT Invest 2024 trouxe o painel “Apetite e aversão de ativos imobiliários pelo Mercado de Capitais”, com participação de Irapuã Dantas, do CEO do CV Real Estate, como moderador; Diego Siqueira, CEO da Trinus.Co e TG Core Asset; Álvaro Rezende, Diretor do Fator Asset; e Alessandro Vedrossi, Sócio-Diretor do Valora Investimentos.
Organizado pela ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), o ADIT Invest acontece nos dias 13 e 14 de junho, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia (GO).
“Nós somos muitas vezes chamados para sermos os primeiros investidores de projetos, largando do zero dos empreendimentos. Sabemos que isso é um risco, principalmente quando não tem comprometimento com equity por parte dos empreendedores”, afirmou Irapuã Dantas, para depois perguntar qual a política das gestoras sobre o momento certo de realizar operações nos projetos imobiliários.
Alessandro Vedrossi explicou que o Valora realiza projetos desde o início, mas precisa ter capital do incorporador também. “Sempre aparece negócios que o empreendedor não quer colocar, pensa que vai alavancar com vendas, o negócio imobiliário tem que parar de pé”, disse ele. “Para fazermos negócio com incorporadores, o projeto deve ser bom, devemos conhecer a reputação do empresário e deve ter comprometimento de capital”, completou ele.
“A dor dos fundos é encontrar bons projetos, a nossa dor é a solução dos incorporadores”, afirmou Diego Siqueira. Para ele, a questão de o incorporador colocar dinheiro vai além da questão financeira, mas incorpora o alinhamento. “A partir do momento que o parceiro não coloca dinheiro e não quer entrar no risco, traz desalinhamento de interesses”.
Produtos personalizados
De acordo com Álvaro Rezende, atualmente, o mercado de capitais busca criar produtos que honre o compromisso de retorno aos investidores e seja adequado às incorporações imobiliárias. “Criamos produtos diferenciados, com adequações, entendendo se aquele projeto para de pé, dentro da viabilidade financeira”.
Projetos desejados
“O melhor projeto é o que dá resultado. O projeto é lindo, mas se não der lucro é ruim”, disse Alessandro. Ele explicou que os fundos investem muito tempo para entender a viabilidade do negócio, para entender os resultados, se o projete vai vender e parar de pé.
Para Álvaro, o projeto deve ser cada vez mais desenhado e projetado. “Deve ter profissionalismo, ter dedicação que para convencer o cliente a comprar o produto”, afirmou ele. “Procuramos aquele incorporador que irá vender para o cliente certo e que terá condição de pagar. A governança é muito vertical, não é apenas com o balanço. Esse grau de profissionalismo é buscado como regra de boas práticas neste tipo de operação, estendo para toda a equipe da empresa“, completou.