A hotelaria possui muitos modelos de empreendimentos, um desses é hotel boutique, que se caracteriza pela arquitetura, mobiliário, conforto e decoração diferenciados, alta padrão, exclusividade e serviços personalizadoss. Buscando um definição das particularidades deste modelo e como pode ser aplicado na multipropriedade, o ADIT Share 2024 organizou o painel “Conceituação e diferenciação de hotéis boutique”, com Paulo Gonçalves, Sócio da UNYT Arquitetura, como moderador; Ricardo Manarini, Country Manager Brazil da BWH Hotel Group; e Nathalia Mendes, sócia da Mendes Empreendimentos e Brava Mundo Hotel Boutique.
Organizado pela ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), o ADIT Share é o principal evento de multipropriedade e timeshare do país e aconteceu este ano no Tauá Resort Atibaia, em Atibaia (SP), nos dias 21, 22, 23 e 24 de maio.
O arquiteto Paulo Gonçalves iniciou o painel refletindo sobre a evolução dos produtos de mutlipropriedade, de acordo com as mudanças dos perfis dos clientes. “Há variações dos produtos e possibilidades de upgrades dos mesmos”, afirmou ele. “Os hotéis boutiques são empreendimentos menores com encaixe para nichos”.
De acordo com o arquiteto, as primeiras analises devem ser para entender o que é um hotel boutique e qual o público-alvo para o projeto. “Para entendermos como essa relação com produto pode influenciar na multipropriedade, desde a concepção e como será essa experiência”.
Hotel boutique na Praia Brava
Incorporadora do hotel boutique no modelo de multipropriedade Brava Mundo Hotel, na Praia Brava, em Santa Catarina, a Mendes Empreendimentos identificou a oportunidade de desenvolver um produto para o público “boutique” durante sua jornada de 15 anos entregando mais de 3 mil apartamentos de alto padrão na região. “Nossa empresa que sempre desenvolveu empreendimentos diferenciados, tanto no quesito de arquitetura, conceituação e tecnologia”, disse Nathalia Mendes.
Para ela, o conceito boutique pode ser definido como “superar as expectativas do público-alvo do projeto”. “A multipropriedade atende um público com perfil especifico e fizemos diferente”, afirmou a executiva. “A localização do hotel, considerada a região com o metro quadrado mais caro do Brasil, atrai um público muito selecionado, mas que não havia hotéis com padrões elevados para atender essas pessoas. Assim, surgiu a oportunidade de desenvolver o Brava Mundo”.
A formatação dos produtos do Brava Mundo, contando com 10 tipologias de apartamentos, levando dois anos de estudos de mercado e comportamento dos consumidores, foram baseados no conceito de boutique, a estruturação, a construção e a arquitetura, o mobiliário e definição das experiências. “Para fechar, deveríamos entregar os serviços e experiências, e a Livá Hotéis assumiu a nossa operação”, contou ela.
Entre os detalhes apontados pela executiva, que diferencia um hotel boutique de outros empreendimentos, é a entrega dos serviços e experiências. “Entregamos para o cliente uma experiencia desde a recepção. Pensando no multipropriedade, o cliente deve ter a experiência de chegar ao hotel e ficar satisfeito. Conseguimos ter um nível de acolhimento muito grande, em um hotel de grande porte esse acolhimento e serviços personalizados são praticamente impossíveis”.
Nathalia também mencionou alguns desafios de desenvolver, vender e operar um hotel boutique no modelo de multipropriedade, como os valores das frações e da taxa de condomínio, que por estarem em um destino com metro quadrado valorizado e oferecer serviços diferenciados, tendem a terem valores mais altos que média do mercado. “A venda deve ser muito qualificada. A venda de impacto é importante, mas temos que conseguir filtrar as pessoas que serão impactadas. Queremos que o público que compre entenda os valores e os serviços que estão inclusos”.
Bandeiras para hotéis boutiques
Com dois cases em Campos do Jordão, o Carpe Diem Boutique & Spa – BW Premier Collection e o Wanderlust Experience Hotel BW Signature Collection, com 25 e 77 apartamentos, respectivamente, a BWH Hotel Group, empresa hoteleira internacional com bandeiras para vários padrões de empreendimentos, entrou no mundo da multipropriedade através do conceito de hotel boutique.
“Temos marcas para o conceito boutique, que está muito fincado ao luxo, Para a multipropriedade, podemos baixar a régua e oferecer essas experiências para um públco um pouco mais tradicional, com um custo mais acessível”, pontuou Ricardo Manarini.
O executivo explicou que a BWH utiliza duas soft brands para os empreendimentos em Campos do Jordão, a BW Premier Collection e a BW Signature Collection. “Temos nossas marcas estruturadas entrando bem em Campos do Jordão, implantamos as soft brands, pois oferecem mais flexibilidade para o incorporador desenvolver e também para a operação. Na multipropriedade, primeiramente, os multiproprietários devem utilizar as semanas. Hoje, no Wanderlus, com oito meses de operação, temos entre 75% a 80% dos proprietários utilizado, e cerca de 20% no pool hoteleiro”.
O Wanderlust Experience Hotel, gerido pela Livá Hotéis, com oito meses de operação, entrou nos top 10 hotéis de Campos do Jordão, nas avaliações da plataforma Tripadvisor. “Pelo que vem entregando aos hóspedes. É importante trazer uma boa estrutura, mas nada substitui os serviços diferenciados”, conclui Ricardo Manarini.
Confira mais fotos do ADIT Share 2024 em nosso Instagram @turismo_compartilhado
