Contando com empreendimentos já entregues, hotéis tradicionais convertidos no modelo fracionados e outros em construção, o modelo de multipropriedade começa a se consolidar no estado do Rio de Janeiro. Já são dois 15 projetos lançados, com um Valor Geral de Vendas projetado (VGV) que deve ultrapassar R$ 1 bilhão.
Essa marca atingida no estado mostra que o modelo de multipropriedade, muito consolidado em alguns destinos do Brasil, contando com mais de 180 empreendimentos lançados e VGV projetado de R$ 59,9 bilhões, de acordo com o estudo Cenário de Desenvolvimentos de Multipropriedades no Brasil 2023, ainda tem muito campo de expansão no Rio, onde essa modalidade de negócio ainda é pouco explorada.
Atuando em múltiplos projetos hoteleiros e residenciais com serviço na capital do estado, o vice-presidente de Desenvolvimento e Relação com Investidor da Atlantica Hospitality International, Ricardo Bluvol considera o modelo tímido no Rio de Janeiro. A Atlantica é a operadora do Miriad Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, empreendimento de multipropriedade que será inaugurado este ano.
“Os imóveis no Rio vêm registrando muita valorização nos últimos anos, o que pode impactar essa janela de desenvolvimento de produtos imobiliários. A curva de crescimento impulsiona mais lançamentos futuros”, avalia Bluvol, em entrevista ao Valor Econômico.
Bruno Murta, CEO da MP Construtora, incorporadora do Miriad, também falando ao Valor Econômico, concorda que o Rio está atrasado em relação a alguns polos turísticos em que o modelo já está consolidado. “Serra Gaúcha, Caldas Novas, em Goiás, interior de São Paulo e cidades do Nordeste brasileiro são locais onde se encontram empreendimentos de sucesso com esse perfil”, destaca.
O icônico Hotel Nacional, projetado por Oscar Niemeyer nos anos 1970, é uma das primeiras multipropriedades da cidade. Originalmente operado na hotelaria convencional, o empreendimento migrou para o modelo de multipropriedade em 2021, depois de quase duas décadas fechado. “Hoje, 40% da carteira é formada por residentes do Rio. A multipropriedade é nossa ferramenta para reposicionar o Hotel Nacional, recuperando o lugar de prestígio que ele sempre teve”, diz Leonardo Silveira, diretor de Multipropriedade do hotel, hoje no controle de um consórcio de investidores.
O próximo estudo Cenário de Desenvolvimentos de Multipropriedades no Brasil, que mostrará o crescimento deste mercado de 2023 para 2024, será lançado no seminário ADIT Share, de 22 a 24 de maio, no Tauá Resorts & Convention, em Atibaia (SP).