“Nos preparamos para entrar no mercado com um produto sólido e que seja interessante para os consumidores”
A Wyndham Vacation Club é o maior vacation club no mundo e no Brasil é representado pela Wyndham Club Brasil. O diretor geral da Wyndham Brasil, Alejandro Moreno, conta um pouco dos planos da empresa para o mercado brasileiro e também um pouco de sua vasta experiência na indústria de propriedade compartilhada, estando por dez anos como diretor geral da RCI Brasil.
Conte um pouco de sua trajetória profissional. Como iniciou na indústria hoteleira e de tempo compartilhado?
Minha carreira sempre foi focada na área de vendas e marketing na hotelaria tradicional, na qual passei pelas Redes Hyatt e Intercontinental. Há doze anos entrei na área da indústria do tempo compartilhado, como responsável pela expansão do negócio da RCI Brasil no país. E por dez anos conseguimos a expansão da indústria para companhias que não tinham o nosso canal de vendas como uma ferramenta para ajudar no desempenho e nos objetivos das empresas. Enfrentamos um grande desafio, mas aos poucos a visão das empresas brasileiras foi mudando e este mercado está se desenvolvendo cada vez mais, assim como já aconteceu em muitos países.
Por ter estado muitos anos à frente da RCI no Brasil, como enxerga a evolução do tempo compartilhado no Brasil?
A indústria do tempo compartilhado é muito incipiente no país e implica na responsabilidade de manter produtos adequados com propostas atraentes para os consumidores. O cliente precisa ver as vantagens do que está adquirindo, seja unidade, capacidade da mesma, qualidade das amenidades, serviços e sobretudo atendimento, que é uma das mais importantes questões que os consumidores procuram atrás do preço a ser pago pelo produto. Além disso, os vendedores têm que ser muito bem treinados, pois os compradores querem receber algo que supere as expectativas. Com isso, eles também poderão contribuir na decisão de outras famílias na compra da propriedade compartilhada.
A Wyndham tem o maior vacation club do mundo mas no Brasil ainda está tímida, por que isso?
A Wyndham Vacation Club é sim a maior do mundo em todos os quesitos e isso é uma grande responsabilidade na hora de criar as parcerias para o desenvolvimento do nosso produto no Brasil, por isso estamos tendo o cuidado de fechar os negócios certos. Nos preparamos para entrar no mercado com um produto sólido e que seja interessante para os consumidores em potencial do país, além dos que já têm acesso direto tais como Wyndham Bonnet Creek em Orlando, Wyndham Grand Desert em Las Vegas, Wyndham Midtown 45 at New York City em Nova York, Wyndham Ananheim em Ananheim, Wyndham Canterbury at San Francisco em San Francisco, Wyndham Vacation Royal Garden at Waikiki em Honolulu, etc. Atualmente, estamos com a operação do Pratagy Beach Resort Wyndham, em Maceió. Mas nos próximos meses abriremos novas operações: Laghetto Wyndham Gramado, no Rio Grande do Sul; Wyndham Golden Foz, em Foz de Iguaçu; e E-suites Vila do Mar Wyndham Club Brasil, em Natal/RN.
Por que a Wyndham no Brasil investe mais em hotéis para o público executivo e não resorts de férias? Isso interfere no crescimento do vacation club?
A Wyndham Hotel Group é uma empresa de franquias de hotéis, esse é o DNA da empresa, já a Wyndham Vacation Club conta com mais de 210 resorts no mundo, dos quais faz parte a Wyndham Club Brasil, como é denominado nosso clube no país. A Wyndham Vacation Ownership tem a responsabilidade de procurar resorts para continuar oferecendo aos sócios locais novos no mundo, isto é independente do trabalho realizado pela Wyndham Hotel Group.
Antes de vir para o Brasil, o senhor já conhecia o mercado de hotelaria nacional?
Estou no Brasil há 17 anos e acabei conhecendo a hotelaria nacional com o Intercontinental, mas foi com a RCI que tive a oportunidade de conhecer e me aproximar de um maior número de hoteleiros no país. O fato de ter experiência com hotéis tradicionais e entender as dificuldades pelos quais eles passavam contribuiu para o desenvolvimento do nosso relacionamento com novos parceiros.
Já tendo trabalhado diretamente com tempo compartilhado, com a RCI, e também em hotelaria normal sem programas de timeshare, o senhor enxerga que o tempo compartilhado é importante para hotéis e resorts?
No meu ponto de vista, não existe melhor negócio que um modelo de uso misto. Isso porque é fundamental contar com vários canais que não tenham ou sofram as mesmas pressões de mercado. Por exemplo, atualmente, uma questão importante é que os resorts no país devem alcançar melhor performance este ano devido a alta do dólar e a situação da economia nacional, o que não significa perder de vista os outros canais, que podem estar sofrendo um maior impacto.
Como que essas mudanças políticas e crises econômicas podem afetar os negócios de tempo compartilhado e turismo em geral no país?
Nossa indústria tem uma força muito grande, diferencial importante para atravessar momentos econômicos mais instáveis. O brasileiro gosta de férias, viajar, conhecer novos destinos, etc. Diante disso, nosso produto é uma boa alternativa para o lazer da família nos próximos anos.