A propriedade compartilhada é um mercado com pleno emprego no Brasil, oferecendo salários maiores que a maior parte dos empregos no país e muitas oportunidades de crescimento. Para debater o assunto, a ADIT Brasil organizou o painel “Construção de carreira na propriedade compartilhada – A visão dos diretores”, com Lizete Ribeiro, diretora Comercial e Marketing da Rede Tauá de Hotéis; Luiz Fernando Mathia, diretor de Vacation Ownership do Hot Beach Parques & Resorts; Felippe Wildhagen, head Vacation Ownership da Rede Bourbon Hotéis e Resort; e Marcos Ravagnani, diretor de novos negócios da RCI, como moderador.
Organizado pela ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), o ADIT Share é o principal seminário de multipropriedade e timeshare e acontece este ano na Costa do Sauípe (BA), entre os dias 16 (com um curso de introdução aos modelos de negócio), 17, 18 e 19, finalizando com visitas técnicas.
Com uma operação de timeshare, o Tauá Vip Club, Lizete explicou que o vacation club da Rede Tauá trabalha com a cultura de formar os talentos. Para ela, uma das grandes falhas da gestão de equipe na propriedade compartilhada foi criada pelos próprios gestores dos projetos. “A gente cria o negócio errado, com cálculos errados de comissionamento, e depois quando quer consertar não é possível. Quando percebe, o fechador está ganhando que mais que os sócios da empresa”.
De acordo com ela, não tem que ter comissão alta para o consultor, mas deve ser justa e ter o pagamento em dia. “Estamos no momento avaliando os contratos de trabalho e comissionamentos pela segunda vez”.
Outro problema apontado por Lizete é na educação financeira dos consultores, que por ganharem muito bem, também gastam quase tudo que recebem e ficam em dívidas. “Estamos contratando uma consultoria financeira para ajudar os consultores a pagarem dívidas. E cultural do negócio, educar para manter o mercado saudável”.
De acordo com Mathia, a indústria de multipropriedade, de forma geral, nunca teve um plano de carreira. “Agora que estamos tendo cursos de multipropriedade. Quem entrou nesse segmento, veio pela venda”, disse ele.
O diretor do Hot Beach Residence contou que no planejamento do primeiro empreendimento de multipropriedade do Grupo Ferrasa, o Hot Beach Suites, em Olímpia, em 2015, teve contratações de profissionais de fora do destino ter uma aceleração de vendas e formaram alguns da cidade. “Mas não há um plano de carreira, pensando desde o captador, sala de vnedas, gestor, gerente, lideres. E muito interessante, a gente ve pouco crescimento dentro das salas, é muito raro quem esta na captação pular para a sala de vendas. A industira de forma geral”.
Com um programa de timeshare, o Bourbon Destination Club, Felippe contou que no Bourbon se busca formar talentos dentro da empresa. “Qual o risco de buscar de fora? Vícios. No nosso caso que é um hotel tradicional focado em servir, trazer uma pessoa com outra cultura, a curva de aprendizado será maior” A preocupação de trazer com vícios de mercado é sujar a marca, o que pode trazer efeitos graves que não tangibilizaremos no começo.
De acordo com o diretor do Boubon Destination Club, a opção da contratação é por pessoa que já tem a cultura da hotelaira, “Dentro do plano de carreira da hotelaria, há o ingresso no timeshare. Precisamos estar com toda a cadeia bem azeitada para evitar exposição de marca. Nós acreditamos que vale a pena apostar nos talentos internos e na cultura da empresa”.
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