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A música que a banda toca

* Artigo de Pablo Andress

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Pablo Andress participou do Meeting Geral Olímpia 2022

É um fato que empresas ao longo de suas histórias tendem a receber propostas de compra, parcial ou total, sendo negociadas e renegociadas até a finalização do negócio, de acordo com o valor que foi construído no decorrer do seu desenvolvimento e do seu potencial. Tudo muito natural, algumas empresas inclusive são concebidas com objetivo de serem vendidas.

Óbvio que o conjunto de elementos que irão compor a “egrégora”, nos termos que a cultura organizacional deve determinar, envolverá além da teoria experimentada, crenças por ela formada e através dessas crenças diretrizes que guiarão e impulsionarão, força e conhecimento executável, no desenvolvimento do dia a dia da corporação. Envolverá com valores e normatizações, que devem levar a todos que fazem parte e concomitantemente a empresa, a estagnação, declínio ou, ao crescimento em todos os âmbitos necessários.

Em resumo, essas negociações ocorrem com objetivos que podem se diversificar, como por exemplo: a manutenção e continua busca de aprimoramento e ascensão dentro do mercado que está inserida; a sua neutralização para promover alguma outra marca na tomada de alguma fatia do mercado ou exponenciar outros negócios nela inseridos; cisão ou fusão com intuito de aumento e domínio do market share; preparação para se realizar um IPO, entre outros. Em quaisquer alternativas, os compradores assumem responsabilidades com os ativos, com o devido controle dos identificáveis tangíveis, intangíveis e passivos.

Algumas dessas compras acontecem com rapidez, outras demandam maior análise e, no meio dessas negociações, dependendo do tempo necessário para a conclusão do negócio, somado a possível impossibilidade do alto escalão neste meio tempo ditar qual será o destino e o mapa para se alcançar algum destino, empresas podem ter suas estruturas desamparadas de ferramentas fundamentais para a continuidade do trabalho. Contudo, executivos e suas equipes podem se ver à deriva, compelidos a buscar novas oportunidades, devido a fragilidade que a inane de estratégias e recursos junto com a morosidade ocasionam.

Dentro dessa realidade, acredito que qualquer profissional que esteja em uma empresa que passa por um processo de compra e transição de gestão fica ansioso por um posicionamento sobre quais serão os recursos estratégicos que serão adotados para que a empresa mantenha a sua competitividade mercadológica e pela cultura que será adotada pelos novos donos, pois impactará diretamente sua vida profissional, mostrando qual a maneira que a empresa e seus colaboradores transcorrerão os seus percursos. Essa ansiedade não é difícil de entender, já que estão agregados em um organismo que em sua essência, deve entregar e elucidar sua finalidade tanto quanto cumprir com suas obrigações.

Não somente pela espera dos recursos e do mapa, já que é comum, após uma aquisição, acontecer uma reestruturação dentro do que se entendem necessário, mas também pela expectativa da visão que a nova gestão terá sobre cada um dos colaboradores que foram e são importantes para a engrenagem girar.

Uma das primeiras ações pode ser, por exemplo, a mudança do organograma, sendo um dos motivos a adequação deste, dentro do que é possível na previsão de caixa da empresa para a sua subsistência. É comum também que oportunidades sejam geradas tanto para aqueles que permanecerão, quanto para outros profissionais do mercado que se adequarão a continuação ou renovação da cultura da nova/antiga companhia.

Toda cultura norteia a condução, cria e manutene o tipo de envolvimento e comportamento que movimentará uma empresa dentro do seu core business e os colaboradores que operam as suas atividades, gerando uma imagem interna e externa que será digerida dentro desse “universo e sistema que orbita”.

É sabido que toda a cultura de uma empresa vem dos sócios. São sempre os donos que exaltam a cultura organizacional, ditando o presente e o futuro de qualquer companhia, no que tange seu clima e relacionamento em todos os pilares que nela estão inseridos. Os executivos e suas equipes pouco podem fazer a tal respeito.

Um trabalho estruturado em uma cultura sólida também transforma, ou consolida, uma empresa como marca empregadora, fazendo com que tenha suas vagas disputadas entre os melhores profissionais, diminuindo o esforço na contratação e em continuidade na retenção desses profissionais, contribuindo para a eficácia desde a contratação.

Em conjunto a essa base organizacional ao qual falamos, um forte ponto a ser observado quando se desenha, ou redesenha uma empresa, é a formação do time que fará “a banda tocar”. A banda que tocará a partitura dessa “música”.

Os números, por mais que em grandes equações possam no decorrer de sua resolução nublar a visão, são e sempre serão ditadores, por trazerem consigo verdades que, por muitas vezes, a linguística por si só não pode entregar. Em contraponto, não podem ser também com toda a sua intensidade, soberanos por si só, principalmente quando há o envolvimento de pessoas e, consequentemente, sentimentos envolvidos. Guardadas as devidas proporções, o próprio mercado financeiro pela sua composta oscilação e volatilidade é uma prova disso. Por vezes, a notícia de uma mudança em algum campo político, que possa desestabilizar algum setor estável em sua oferta e demanda, movimenta esse mercado rapidamente.

Para se ranquear em qualquer segmento, o estudo de mercado pode ajudar, excelentes produtos também, e até uma boa administração, com processos e estrutura definida de governança, faz toda a diferença, mas o que dita realmente o ritmo do negócio são as pessoas que nele estão inseridas.

Quando se promove a competitividade e produtividade entre seus parceiros, sem perder o olhar nas metas individuais deles, há demonstrações que tudo é mais bem orquestrado. A junção dessas metas individuais quando equalizadas com as necessidades de atingimentos da companhia, edifica a busca pela entrega de resultados e dissemina a celebração das metas da empresa, agregando-se pontos essenciais comuns, de maneira que, aquilo que se expressa positivamente, possa fazer sentido e ser sentido, observado e absorvido. Os “integrantes da banda” diminuem suas preocupações, deixam de olhar para o lado e direcionam todo o seu foco e esforço no desenvolvimento do que deve ser feito, encorpando com mais rapidez a cadência para o alcance dessas necessidades.

Uma cultura organizacional por se dizer salubre, “dentro dos conceitos conhecidos”, organizada e realmente incorporada no dia a dia de uma empresa, torna o ambiente de trabalho positivo, ainda mais quando se busca grandes resultados com grandes margens de receita. Isso aumenta a sensação de pertencimento entre os colaboradores e melhora todos os índices de gestão, além de ditar o “ritmo” a ser adotado com os seus clientes e parceiros em todos os setores, trazendo o engajamento que terá reflexo direto na manutenção e entrega de resultados com solidez e previsibilidade.

Pablo Andress no Meeting Geral Gramado 2022

Acredito que, vivemos há muito pouco tempo em um mundo globalizado, ou melhor, que há muito pouco tempo, devido ao avanço da tecnologia, iniciou o processo de globalização e muitos dos conceitos, que anteriormente se sobrepunham aos interesses gerais do meio em que estamos inseridos e das pessoas que integram as corporações, não possuem mais a mesma eficiência para sustentabilidade de qualquer negócio, servindo somente de subterfúgio para, de alguma forma, abranger objetivos provisórios e de curto prazo dentro de uma empresa.

Neste novo mundo, “pequenas” informações e atitudes, que podem verdadeiramente interferir no dia a dia daqueles envolvidos pelas ações da empresa, direta ou indiretamente, são transmitidas em micro instantes que em outros tempos seria impossível imaginar. Isso pode originar conclusões e uma possível reação em cadeia, para a própria defesa do mercado e de seus integrantes.

Deste modo, para alcançar melhores conclusões, fortalecendo e agregando conceitos sem percepções geradas no meio da equação, mas no seu resultado em si, os acionistas que irão compor o conselho, e/ou os executivos que assumirão as tomadas de decisões em cenários semelhantes ao descrito (interinos ou definitivamente ocupando uma cadeira),  tendo tido acesso a algum tipo de “resumo prévio” sobre os acontecimentos que conduziram, condicionaram e levaram a empresa a obter o seu valor, terão sua maior dignificação quando, com transparência e respeito, trafegarem em conjunto com a “banda que toca”. Porque, por mais que, possa não haver concordância com o que anteriormente foi feito, a banda sempre seguiu e continuará seguindo a partitura escrita pelos seus compositores, e assim seguirá.

E a influência para a tomada de decisão virá dos fatos, por isso, é essencial que analisem com cautela, além das grandes, as “pequenas” informações, já que elas também trarão uma maior assertividade e um verdadeiro empoderamento capaz de engajar a todos.

Com atos coerentes e cadenciados, nasce a oportunidade de se instalar uma cultura sustentável, que deve ser demonstrada desde o primeiro dia de atuação, tanto dos compositores quanto dos maestros, pautados pela ética e competência habitual que, somente os que verdadeiramente entendem onde estão inseridos, terão força para gerir e sustentar qualquer negócio que seja feito de pessoas para pessoas.

  • Pablo Andress – Há mais de 20 anos se especializa, acumulando experiência no mercado do compartilhamento. É parceiro da revista Turismo Compartilhado desde a sua fundação. Hoje está como diretor executivo na WAM Comercialização, braço da WAM Group.
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