Além de levar novas tendências sobre os meios de hospedagem e oportunidades de negócios para os segmentos imobiliário e turístico, o Imobtur 22 também teve o lançamento de uma iniciativa do Ministério do Turismo e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o projeto piloto Reviva. Por meio da parceria entre o poder público e empresas privadas, o novo projeto pretende restaurar atrativos históricos nacionais e desenvolver empreendimentos turísticos e imobiliários.
Organizado pela ADIT Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico para o Brasil), o seminário Imobtur acontece no dia 29/11, em São Paulo (SP).
“O Revive busca resgatar a ligação histórica de nosso pais, que tem tanto potencial inexplorado. É um novo olhar sobre o turismo, uma nova forma de explorar os atrativos turísticos”, afirmou Débora Moraes da Cunha, diretora de Atração de Investimentos do Ministério do Turismo.
Para Caio Calfat, presidente do Conselho da ADIT Brasil, o projeto Revive é uma grande oportunidade de novos negócios para investidores e incorporadores. “É um projeto espetacular, restaurar um atrativo histórico, o transformando em um produto turístico e com a oportunidade de ampliar e desenvolver empreendimentos imobiliários, utilizando o produto histórico com âncora”.
A diretora de Atração de Investimentos do Ministério do Turismo contou que o projeto foi idealizado junto ao pessoal da Assessoria de Relações Internacionais do Ministério do Turismo, que conheceu o projeto Revive de Portugal. “Portugal, como o Brasil, tem vários ativos históricos, que geram muito dispêndio ao erário para manutenção. Assim, Portugal criou o Revive, que conta com 55 ativos aptos, 26 já concessionados”.
Débora explicou que o projeto consiste em uma concessão dos empreendimentos históricos pelo Ministério do Turismo para empresas privadas. Essas devem arcar com os custos da restauração, mas também ganham o direto de explorar turisticamente as atrações e ainda desenvolver novos empreendimentos, que podem ser restaurantes, hotéis, ou outros tipos de entretenimento.
O Revive no momento possui cinco ativos históricos dentro do projeto, mas há mais de 1.900 empreendimentos históricos no país que podem ser concessionados nessa modalidade. Débora salientou que o Mtur e BNDES estudam cada ativo para saber se há viabilidade de mercado e também as questões legais junto ao Iphan e demais órgãos dos estados e munícipios. “Queremos deixar tudo redondo, para que tenham os investimentos e atratividades, gerando resultados“.
Os cinco empreendimentos históricos que já estão aptos a receberem investimentos turísticos são: Antiga Estação Ferroviária de Diamantina, em Diamantina (MG); Fazenda Pau D’Alho, em São José do Barreiro (SP); Fortaleza de Santa Catariana, em Cabedelo (PB); Fortaleza de Santa Cruz (Forte Orange), em Ilha de Itamaracá (PE); e Palacete Carvalho Motta, em Fortaleza (CE).
Etapas do Projeto
Segundo o diretor de Estruturação de Projetos do BNDES, Flávio Papelbaum, o Revive terá duas fases e neste momento está na segunda etapa da fase 1. “Estamos fechando os projetos de arquitetura e os planos de negócios, para podermos de fato entender as equações econômicas-financeiras de cada um desses ativos, para que na fase 2 possamos formatar as minutas, contratos, editais, etc. Para então colocar esses ativos em licitação, o que esperamos que aconteça no primeiro trimestre do ano que vem”.
Papelbaum contou que já foram realizados os estudos dos planos de conservação de cada um dos ativos históricos, que falam quais as características históricas, onde deve-se mexer em restauração e quais modificações ou novas construções que sejam propicias para os ativos. Ele esclareceu que o projeto apenas indica quais novas construções podem ser realizadas nos empreendimentos, mas os empresários podem sugerir ou indicar novas atrações, mas deverão ser aprovadas pelo Iphan.
Viabilidade e financiamento
De acordo com diretor do BNDES, o projeto Revive está em uma etapa de ser apresentado ao mercado. “Estamos trazendo o projeto e sentindo a recepção do mercado. Não adianta desenvolver projetos que depois não tenha atratividade, se os empresários não enxergarem como viáveis”.
Débora explicou que a viabilidade do Revive é ancorado em um tripé, em que o Ministério da Economia, o Ministério do Turismo e o Iphan devem validaram os cinco primeiros empreendimentos históricos do projeto.
Flávio revelou que o BNDES estuda a criação de uma linha de financiamento para os empresários que forem concessionários do Revive. “Portugal teve que criar uma linha de financiamento para viabilizar os projetos. É de suma importância, internamente vamos discutindo essas questões. A partir que vamos avançando com os projetos, é importante essa discussão de financiamento”, finalizou.