O novo CEO da WAM Group, Marcos Bicalho, chega em um grandioso momento para a empresa e o segmento de multipropriedade. Retomando o crescimento, após os períodos restritivos em 2020 e 2021, e planejando investir mais de R$ 4 bilhões em 2022, a WAM tem tudo para continuar líder absoluta do mercado e Bicalho chega para liderar as estratégias e a gestão dos negócios, além de ser o principal elo de comunicação entre as operações e os acionistas da marca.
Natural de Belo Horizonte (MG), Marcos Bicalho é graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui 40 anos de experiência como executivo em âmbito nacional e internacional, em funções de direção e no Conselho de Administração de empresas de grande porte de diferentes segmentos: telecomunicações (Algar Telecom), hotelaria (Rio Quente Resorts), agroindústria (ABC Inco), construção (CBPO, Mendes International), concessões de transporte público (ViaQuatro, SUPERVIA, Linha 6 Metrô de S. Paulo), projetos e gerenciamento da implantação de empreendimentos industriais (Açominas, Fosfértil, Timbopeba CVRD, Capanema MSG), dentre outros.
Nesta entrevista para o canal Turismo Compartilhado, Marcos Bicalho conta mais sobre os desafios em atuar como CEO da WAM.
Quais as expectativas em atuar como CEO da WAM Group e no segmento de multipropriedade?
A WAM Group é uma empresa de uma energia muito grande e que tem crescido de uma forma sustentável e muito rápida, que está em uma posição incontestável de liderança no mercado, então, assumir a função de CEO desta empresa é altamente estimulante e ao mesmo tempo uma responsabilidade muito grande. Estou trabalhando como CEO de uma empresa com uma expertise muito grande, que praticamente trouxe esse modelo de multipropriedade para o Brasil.
O que já conhecia do segmento de multipropriedade? Qual era a sua visão?
Eu fui presidente do Conselho de Administração do Rio Quente Resorts por dois anos, e já havia o timeshare. Não existia a Lei 13.077, que regulamentou a multipropriedade. Então, já tenho a experiência no timeshare, que é parecido com a multipropriedade, e agora estou vivendo a situação de um produto ampliado, que evoluiu bastante dentro do conceito de real estate, de um ativo imobiliário.
Por muitos anos a WAM cresceu exponencialmente seus negócios e evoluiu nos processos de governança corporativa sem ter a figura de um CEO. O que muda na gestão da WAM com a entrada de um CEO?
O que muda é o conceito de cada vez mais as diversas áreas do grupo, pois é uma empresa que tem vários negócios complementares. Temos a multipropriedade, a hotelaria, parques, e a união das atividades desses negócios precisa cada vez mais de um conceito de integração. A minha função como CEO é ser um facilitador e implementador desta integração, deixando os sócios e acionistas, que são muito atuantes no mercado, mais livres para buscarem novos negócios, estratégias de expansão. Também colaboro no lado estratégico, mas o conceito de integração fica muito concentrado na figura do CEO.
O senhor já atuou como executivo em vários segmentos diferentes, o que isso pode trazer de benefício para a WAM?
Tive atuação na parte de hotelaria no Rio Quente e vários outros negócios, ao longo dos últimos 40 anos, então, existem facilidades que adquirimos com experiências diversificadas, de muitas vezes percebermos alguns pontos e caminhos que quem está concentrado com experiência em um só negócio não possui. Eu vejo que a variedade de experiências traz quase que automaticamente uma condição de perceber opções melhores de desenvolvimento dos vários negócios que atuamos.
A WAM anunciou um robusto plano de investimento para 2022. Como o senhor avalia novos investimentos e lançamentos no atual cenário econômico e político do país?
De fato, o ano de 2020 e o primeiro trimestre de 2021 foram muito afetados pela pandemia. O setor de turismo sofreu bastante. Por outro lado, a demanda reprimida que também se gerou na população de um modo geral, por não poder sair de casa, tirar férias, se encontrar com outras pessoas, tem afetado positivamente todo o mercado de serviços e também hotéis, e, consequentemente, o setor de multipropriedade.
Ainda que a economia esteja em recuperação, o setor de hotelaria e turismo tem de modo geral apresentado, nesses últimos meses uma aceleração grande que deverá prosseguir em 2022. Esses investimentos no ano que vem se justificam, até porque nossos investimentos pela sua natureza, não têm uma visão imediatista, mas de longo prazo. Nós fazemos investimentos em áreas de alto desempenho turístico, visando um retorno de médio e longo prazo. Portanto, às vezes as condições pontuais e momentâneas ficam menos importantes do que um contexto mais amplo, que é um crescimento de longo prazo.