”Nós queremos ser modelo na gestão hoteleira do fracionado’’
Com uma administração familiar, o Grupo GR é um dos destaques do mercado fractional no país com seis empreendimentos lançados. Dois deles são da própria construtora e incorporadora: Royal Star Thermas Resort, em Olímpia – SP, e o Serra Madre Residence, em Rio Quente-GO. E outros quatro com parceiros: Gramado Thermas Resort SPA, Gramado BV Resort e Gramado Exclusive Resort, com o Gramado Parks; e o Barretos Country Thermas Suítes, com o Grupo Barretos Country.
Esse ano o Grupo GR, que já tem a experiência de gestão hoteleira com o Royal Thermas Resort & Spa, em Olímpia, irá entregar e começar a operação de dois empreendimentos, o Serra Madre e o Royal Star. Nessa entrevista, os cinco diretores da empresa: o pai Winston Rezende e os quatro filhos, Gustavo Rezende, Rodolfo Rezende, Pedro Rezende e Filipe Rezende contam um pouco da experiência e visão deles sobre o mercado de frações imobiliárias, e as expectativas para iniciar a gestão de empreendimentos fracionados.
Conte um pouco da história do Grupo GR.
WINSTON – O Grupo GR começou no início da década de 1980, quando me graduei em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Goiás. Comecei a trabalhar em algumas empresas, na área de construção, e enxerguei o potencial da cidade de Caldas Novas. Todo dinheiro que recebia investia em compra de terrenos na região de Caldas Novas. Na década de 1990, trabalhei mais com construções residenciais em Goiânia. Em 1998, retornei o meu foco principal no turismo, em Caldas Novas. E então, começamos o desenvolvimento dos projetos, a incorporação, as vendas, a construção, a administração. Ficamos dez anos em Caldas Novas e Rio Quente, com os projetos Millennium, Splendor, Paradise. Em 2009, a empresa foi para Olímpia. Em 2013, fomos convidados para Gramado e em 2016, a nossa nova aquisição de projeto, em Barretos.
Desde crianças os filhos já queriam trabalhar na empresa com o pai?
WINSTON – Sempre foi o meu sonho todos morarmos juntos (construíram um condomínio familiar em Goiânia), trabalharmos juntos e ter uma forte união. Isso é algo que sempre prezei bastante. Até mesmo pela formação religiosa cristã que temos (são membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ou como alguns conhecem, Mórmons), que tem como foco a família. Então, esse sempre foi um sonho, e que estou conseguindo concretizar. Todos jogaram futebol na base do Goiás Esporte Clube e alguns deles se tornaram atletas profissionais. Após suas carreiras no futebol começaram a trabalhar comigo. E hoje se tornaram homens responsáveis, competentes e muito unidos entre si. Tenho muito orgulho de trabalhar com meus quatro filhos e vê-los se posicionando com tanta força profissional, competência, honestidade e caráter.
Quais as vantagens do Grupo GR ser uma empresa com administração familiar, com o pai e filhos no comando?
GUSTAVO – A principal vantagem, que é muito competitiva no mercado, é a rapidez de tomada de decisão. Como somos os diretores e tomamos as decisões principais, estamos sempre em sintonia. Como moramos juntos, estamos sempre conversando, e isso facilita muito na rapidez, para que a empresa não se torne engessada. Isso nos dá uma ampla vantagem sobre várias empresas: a velocidade na tomada de decisão e execução, colocando rapidamente em prática, o que faz toda a diferença.
Como que o Grupo GR conheceu a cidade e o potencial turístico de Olímpia?
PEDRO – No fim de 2008 e começo de 2009, a família Benatti, através do sr. Benito Benatti, presidente do Thermas dos Laranjais, ouviu falar do Grupo GR em Caldas Novas, e ele, juntamente com os seus sócios, Ronald Remondy e Carlos Savian, foram a Caldas Novas nos conhecer e visitar nossos empreendimentos. Depois nós fomos a Olímpia, vimos o potencial da cidade, conhecemos o Thermas, que já estava crescendo bastante naquela época. Então, decidimos entrar com os dois pés, full time, dentro da cidade. E começamos esse trabalho fantástico. Estamos até o final desse ano concluindo o complexo Royal, que serão 1.000 apartamentos, tanto no condo-hotel quanto no fractional.
O maior desafio de chegar a uma cidade e Estado novos é o bairrismo. Até provar a credibilidade e confiança, até ser entregue o primeiro empreendimento, muitas pessoas ficavam com o pé atrás. Mas hoje, com o que geramos de recursos, empregos e retorno para o município e Estado, todas barreiras foram quebradas. Tanto que recentemente meu pai recebeu o título de Cidadão Olimpiense.
”A relação entre empreendedor e comercializadora deve ser sempre o mais transparente possível”
Qual a importância de uma consultoria-comercializadora em fractional para empreendedores que planejam ingressar nesse mercado?
RODOLFO – Quando se começa nesse caminho, do fracionado e tempo compartilhado, há muitos detalhes que fazem a diferença e fazem o empreendimento ter sucesso ou não. Ter uma comercializadora de ponta com profissionais altamente qualificados faz toda diferença, já atalha muito caminho, pois já cometeu os erros no passado e aprendeu com eles. Já sabe o perfil de colaboradores, de gerentes que estão encaixados naquele tipo de projeto, naquele tipo de empresa, etc.
A nossa sociedade e parceria com a New Time começou com uma consultoria. Hoje temos uma parceria muito forte, por se encaixarem em nosso perfil e ter essa simbiose, que é muito boa tanto para a incorporadora, o Grupo GR, quanto para a comercializadora, colaboradores que trabalham conosco e para o cliente final, que adquire o nosso produto e utiliza.
A relação entre empreendedor e comercializadora deve ser sempre o mais transparente possível. Deve sempre se discutir todas as questões, pois o aporte financeiro é muito pesado, a curva negativa é muito maior que em um empreendimento convencional; seja residencial em que há recursos bancários de financiamentos; seja no condo-hotel em que se tem parcelas maiores para os adquirentes, de modo que boa parte do empreendimento acaba sendo bancado pela própria carteira.
Isso não acontece no fracionado. Essa é uma barreira para muitos que querem entrar, mas não sabem o tamanho da dificuldade que é ingressar nesse mercado e fazer todo o ciclo, que hoje sabemos que dura de 10 a 12 anos, entre fazer a concepção do projeto, depois todas as aprovações, a incorporação, as vendas, a obra, a administração do empreendimento entregue, receber toda a carteira de pós-vendas nos próximos anos, ou seja, fazer todo o ciclo de “início, meio e fim”.
Quais as suas maiores preocupações sobre esse mercado, que ainda é muito novo e não tem uma legislação específica?
FILIPE – A legislação não é uma preocupação para nós, pois logo o projeto de lei estará em vigor. Enquanto isso, vai se utilizando a Lei de Incorporação tradicional, Lei 4591. O que mais nos preocupa é a questão da administração. Esse ano vamos entregar dois empreendimentos: o Serra Madre Residence, em Rio Quente, e o Royal Star, em Olímpia. E começamos a operar o complexo inteiro do Royal, com o Royal Star e o Royal Thermas, com 500 unidades no sistema fractional, juntamente com o sistema de condo-hotel, que já está em operação no empreendimento. Essa é nossa maior preocupação, superar as expectativas dos proprietários que adquiriram e auxiliá-los na utilização.
O que fariam de diferente hoje, com a experiência adquirida com empreendimentos fracionados, que não foi feito quando ingressaram no mercado?
RODOLFO – Dar um foco muito especial na parte do back office. Quando se ingressa nesse mercado só se fala em vendas brutas, VGV. Os olhos dos empreendedores brilham. Mas eles têm pouca ciência do quão difícil é esse negócio. Hoje, depois de quatro anos nesse mercado de fractional, já estamos organizados nessa área, mas não estávamos quando começamos. Então, se fôssemos começar tudo de novo, investiríamos muito mais em pós-vendas, no jurídico, nas minutas de convenção, na cobrança, administração de carteira, no departamento de TI. Essa parte de back office não pode ficar desguarnecida.
” O bolso do consumidor encolheu. Mas quando envolve lazer, a família precisa ter de alguma maneira. A pessoa acaba parcelando e investindo em algo que nada nesse mundo compra, que é o tempo e a diversão em família”
Como que o Grupo GR encara os efeitos da crise econômica e política?
FILIPE – Nós encaramos com otimismo, o pior já passou. O mercado, obviamente, foi impactado, aumentando os índices de inadimplência e distratos. O bolso do consumidor encolheu. Mas quando envolve lazer, a família precisa ter de alguma maneira. A pessoa acaba parcelando e investindo em algo que nada nesse mundo compra, que é o tempo e a diversão em família. Todo mundo trabalha para poder chegar nesses momentos e ter um local agradável para estar com a família. O Grupo GR sentiu os efeitos da crise, mas nos concentramos naquilo que podemos fazer a diferença.
Como deve ser o relacionamento entre incorporadora-administradora com os multiproprietários, antes e depois da entrega dos empreendimentos?
GUSTAVO – Ser transparente. Ter vários canais de comunicação, com facilidade para os proprietários acessarem, com relatórios fáceis de serem analisados. Proporcionar flexibilidade e facilidade na utilização das semanas, na escritura do imóvel. Eles se tornam sócio-proprietários. Nós temos tratado nossos clientes com muito carinho e seriedade. Entregamos nossas obras antes do prazo, com qualidade já reconhecida no mercado nacional.
Há poucos exemplos de administração de empreendimentos fracionados no Brasil, com pool de locação e relacionamento administradora-proprietários. O que o Grupo GR enxerga que deve ser diferente e o que deve ser similar entre administrar um empreendimento no sistema de condo-hotel e um no sistema fractional?
PEDRO – Sabemos que algumas partes são similares, principalmente em relação ao pool. Quando não utilizarem as semanas podem deixar no pool e tentar dar algum tipo de rendimento ou pelo menos pagar o condomínio e o custo desse imóvel. Nós prezamos muito em não falar sobre investimento financeiro na venda, mas sobre investimento em lazer e na família. Ano que vem teremos a entrega do Gramado Termas Resort Spa e do Barretos Country Thermas Suítes. Nós estamos muito focados na entrega e administração desses quatro empreendimentos, na administração das carteiras, na utilização pelos proprietários, na troca de semanas pela RCI. A nossa energia hoje está na gestão dos empreendimentos para serem sucesso no país. Nós queremos ser modelo na gestão hoteleira do fracionado.