Três projetos do país estão entre os 30 selecionados em todo o mundo; resultado sai em maio
Escolhidos entre 600 projetos de todo o mundo, e já classificadas entre os 30 melhores, três iniciativas brasileiras aguardam o anúncio dos vencedores da etapa final do Desafio da Hospitalidade (Hospitality Challenge), organizado pela Organização Mundial do Turismo (OMT) em parceria com a Sommet Education, líder global em gestão de hospitalidade e artes culinárias. Os selecionados, Karen Caracio, Carolina Peralta e Marcel Marin, já conquistaram bolsas integrais em famosas escolas de hospitalidade do grupo Sommet Education, na Europa.
Lançado em junho de 2020, o Desafio busca identificar e incentivar ideias capazes de apoiar a recuperação do turismo, um dos setores mais impactados pela pandemia de coronavírus. A OMT e a Sommet Education disponibilizaram quatro categorias no Hospitality Challenge: hotéis e operações; viagens de luxo, bens e serviços; alimentos e bebidas; e a imóveis inteligentes. Os vencedores, cujos projetos serão financiados pela Eurazeo, empresa vinculada a Sommet Education, serão divulgados até o final de maio.
A paulistana Karen Caracio desenvolveu o Digital Butler, uma plataforma digital que tem como objetivo assistir, virtualmente, ao hóspede desde sua chegada até sua partida no local de hospedagem. “Após o check-in, o hóspede terá acesso a um mapa interativo, que o guiará do lobby a seu apartamento, ilustrando todas as facilidades do hotel e horários de funcionamento”, explicou. Ao chegar no quarto, o hóspede recebe as boas-vindas por meio de um vídeo, em sua televisão, com o Mordomo Digital, que fica vinte quatro horas disponível.
Por meio do chat do aplicativo é possível realizar qualquer tipo de solicitação: reservas de restaurante, serviço de quarto, agendamento de SPA entre outros. “O Digital Butler oferece aos hotéis uma maneira de preservar seus serviços e interações com os hóspedes em meio a uma pandemia, onde o distanciamento social se faz necessário, de uma maneira única”, disse, destacando a relevância desse tipo de ações para o turismo. “Investindo em inovação o setor vai atrair cada vez mais viajantes que buscam revisitar lugares pelas novas oportunidades que o local apresenta”.
Carolina Peralta, gerente-assistente de um hotel no Rio de Janeiro, foi escolhida por desenvolver uma plataforma de aprendizagem em hospitalidade e foodservice para, segundo ela, democratizar o acesso à educação de qualidade no setor. “Traz uma solução para qualificar e melhorar as habilidades dos profissionais que atuam nos serviços e operações de empresas que ofertam alimentos e bebidas”, explicou.
O curso fornece aos usuários o conhecimento e as habilidades para capacitação em alimentos e bebidas, visando desenvolver conhecimentos para compreender tendências, cenários e soluções de problemas para a conexão com o ambiente profissional. O curso compõe dez módulos, que serão divididos em quatro categorias: introdutório, operacional, habilidades e gestão. “Desta forma, o profissional terá uma visão sistêmica do negócio em que atua, podendo assim evoluir nas suas atividades profissionais”, afirmou.
Carolina não escondeu a empolgação por ter sido reconhecida na competição da OMT e ressaltou a contribuição do projeto para a qualificação do mercado de trabalho. “Não podemos esquecer também o benefício social de formar cidadãos e contribuir para inserção no mercado de trabalho, preparando pessoas para a indústria de hotéis, restaurantes e similares, para que possam prestar um atendimento mais qualificado ao turista”.
A Digital Concierge, mais uma iniciativa finalista no concurso da OMT, foi desenvolvida por Marcel Marin como solução tecnológica que abrange todo o processo de experiência do hóspede, desde o primeiro contato. O foco? A hoteleira independente. Para Marin, uma forma de aumentar a qualidade do serviço, dinamizar o negócio do hoteleiro, diminuir custos, gerar maior competitividade e promover satisfação dos clientes. “O aplicativo oferecerá soluções e experiências operacionais e comerciais, agregando valor para todas as partes envolvidas no processo de hospedagem e turismo de determinada localidade”, declarou.
Marin conta que o objetivo da ferramenta é ajudar o mercado hoteleiro no Brasil, que é 70% formado pela indústria hoteleira independente, que está sofrendo impactos imensuráveis neste período. “A ideia é entregar uma solução principalmente para hotéis independentes que não possuem recursos ou equipe de tecnologia como as grandes redes. Uma forma de aumentar a qualidade do serviço numa localidade, dinamizar o negócio do empresário e torná-lo mais competitivo”, explanou.
Para Marin, dois itens vão predominar no futuro do turismo: vendas e tecnologia. “Muitos segmentos já se reinventaram através da tecnologia. Hotelaria e turismo também já possuem ótimas soluções, mas acredito que há muito a ser explorado”, registrou. Fonte: Ministério do Turismo