Kardec Borges, da UNYT Arquitetura de Resultados, Gustavo Hamam, da Hamam Development; e Vítor Macedo, do Silvestre Park, participaram de webinar da ADIT Brasil
- Fábio Mendonça
Para debater o papel da arquitetura em projetos de empreendimentos hoteleiros, a ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil) realizou o webinar “Arquitetura de Hospitalidade – Como o projeto hoteleiro pode impactar no resultado do seu empreendimento’’, com a participação de Kardec Borges, diretor executivo da UNYT Arquitetura de Resultados; Gustavo Hamam, diretor da Hamam Development; e Vítor Macedo, sócio-diretor do Silvestre Park, como moderador.
O primeiro ponto abordado pelos participantes do webinar foi ‘’arquitetura de experiência’’. Kardec Borges explicou que o arquiteto se coloca como um hóspede do hotel para desenvolver o projeto, inserindo não apenas a parte física e atrações, mas também pensando em como os colaboradores irão desempenhar suas funções. “É fundamental quando se projeta levar em consideração quanto tempo leva o drink para chegar a mesa, o tempo de check in… Isso vai facilitar que os colaboradores consigam colocar a filosofia da empresa para funcionar’’.
Para Gustavo Hamam, desde o primeiro desenho do projeto o hóspede e os serviços hoteleiros já devem estar inseridos. “Não adianta ter o melhor hotel e melhor equipe, se a cozinha fica muito longe do quarto, o sorvete chega derretido e a batata frita chega fria’’, exemplificou o arquiteto.
Kardec listou a trinca: serviços, processos e espaços, com fundamental para o bom funcionamento operacional da hotelaria. “A arquitetura está ali como facilitador para que isso aconteça, essa trinca tem que funcionar muito bem. Um ponto não pode falhar’’.
O segundo ponto levantado pelo moderador do painel, Vitor Macedo, como fundamental para uma arquitetura de hospitalidade, é a sustentabilidade.
De acordo com Kardec Borges, a arquitetura contribui com processos arquitetônicos sustentáveis, com boa ventilação, iluminação natural, reaproveitamento de água, entre outras coisas, porém, ele salienta que sustentabilidade é muito mais que isso. ‘’É uma palavrinha que muita gente usa sem entender. É muito mais que recadinhos dentro do quarto’’, disse o arquiteto. ‘’A grande questão é a relação do empreendimento com a cadeia em geral, qual o relacionamento com a comunidade’’.
Pandemia
O terceiro ponto do webinar que Vitor Macedo trouxe foi o que a pandemia poderá trazer de mudanças para os projetos.
Kardec Borges salientou que a manutenção do empreendimento será mais constante. “O arquiteto deve entender de aplicação de materiais e como será o desempenho desses materiais. Antes isso não era tão relevante’’, afirmou o arquiteto. “Isso é uso de dinheiro, espaço mal pensado é custo, para uma multipropriedade também é custo alto, pois os proprietários não querem dividir esses custos constantes’’.
Para Gustavo Hamam, os arquitetos também deverão priorizar espaços com menos móveis, sem cortinas e estofados, não apenas por questão sanitária, mas também para reduzir custos operacionais de limpeza. ‘’Quanto mais móvel se projeta, tem um volume maior de limpeza, de produtos de limpeza, deverá ser utilizado algo mais prático’’, finalizou o arquiteto.