Gestão otimizada, boa localização e capacitação hoteleira foram mencionados como principais atrativos para investidores
- Francyelle Nunes
Organizado em formato híbrido e seguindo às devidas orientações para preservar a saúde dos participantes, o Adit Share 2020 promoveu em seu primeiro dia o painel “Funding para projetos fracionados: como derrubar as taxas?”. Neste ano, a edição ocorre presencialmente com público limitado. Os painéis estão sendo transmitidos ao vivo, diretamente do Hotel Wish Serrano Resort & Convention, em Gramado (RS). Organizado pela ADIT Brasil, o ADIT Share 2020, é o principal seminário para negócio em multipropriedade e timeshare.
O CEO do Grupo Natos, Rafael Almeida, ficou responsável pela mediação deste painel, que contou com a participação da especialista em Originação e Novos Negócios da Habitat Capital Partners, Fabiana Broetto e com o sócio e responsável por Novos Negócios da Hectare Capital, Tales Silva.
Orientados pelo mediador, os participantes fizeram um panorama geral de quais pontos têm maior peso na hora de buscar investimento. Abrindo a rodada de respostas, Fabiana salientou o que faz do negócio um bom atrativo para investidores. “O sucesso da multipropriedade é a entrega do lazer e uma estrutura no back office gerindo aquele projeto. Isso traz conforto para os investidores. Eu acho que a capacitação hoteleira e a logística por trás da venda é o mais importante. Essas são as principais análises que se faz quando olha um ativo de multipropriedade”, disse ela.
Broetto comentou que é importante ter uma logística de comercialização e de cobrança fortes, bem como uma localização favorável. “Tem que ter um atrativo turístico que torne aquilo algo que o usuário queira desfrutar. Seja uma praia, um parque aquático. Isso na visão dos investidores é o que torna o projeto um sucesso”.
Na sequência, o painelista Tales Silva abordou a necessidade de uma gestão profissional à frente do empreendimento. “Acredito que montar os times de maneira adequada, vendas, cobrança, pós-vendas, incorporação, é a chave do negócio”, apontou ele, considerando ainda a possibilidade de recorrer a consultores para solucionar déficits e assim obter uma nota maior em avaliações.
Perspectiva para os próximos anos
Questionada sobre quais são as perspectivas nos próximos anos sobre a multipropriedade no Brasil, Fabiana expôs sua análise a partir da visão como investidora. “É um mercado que tem muita área para expansão, mas ainda está sendo testado pelas casas que investem neste produto. Eu acho sim que há uma expectativa de crescimento. Mas eu acho que tem que ter cuidado com uma euforia do setor”.
Já Tales se mostrou otimista, apesar do atual momento que o setor vive em decorrência da pandemia. “A gente vê com bons olhos. É uma perspectiva positiva com vários desafios, assim como é um desafio nosso estarmos aqui hoje para fazer esse evento. Então, assim como toda a economia, tudo está tendo que ser, mesmo que seja provisoriamente, reajustado. Esse setor também tem desafios para conseguir se organizar. Não acredito que a inflação vá voltar a patamares que nós já chegamos a ver”, completou.
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